quinta-feira, 7 de maio de 2009

Na escola...(com 10 anos)


"O carreiro e o Papagaio"
Um carreiro vinha na frente de bois, numa Estrada sem fim estrada de lama. O carro atolou, e o pobre coitado ficou numa situação dífícil, e pediu ajuda a São Benedito. um papagaio escondido, ficou com dó do carreiro, e ajudouo explicando como fazer a sair da li.
O carreiro conseguiu sair da quele lugar. O papagaio ficou feliz de ter ajudado o carreiro. moral da história:
"Ajuda-te que o céu te ajudará".
(22 de março de 1996, 10 anos).
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"Meu Amigão Automóvel"
Aninha uma linda menina de olhos azuis, cabelos claros, seu cachorro Mussunda , e seu irmão Everton foram se despedir de um amigo.
Eles foram a um Bosque maravilhoso, cheio de flores maravilhosas! O pai de Âninha , e Everton os levaram para esse passeio no bosque e disse:
- Aproveitem, é o último dia que saímos com o nosso carro, vendi esse carro a uma senhora chamada Eleonor. Não adiantou discutir, o que estava feito, estava feito, antes de irem embora eles se lembraram do dia em que compraram o automóvel, que esse carro nunca ficou com defeito e que já estavam com ele a cinco anos. Antes de voltarem para casa deram um forte abraço no seu amigo automóvel, até o Mussunda, pois ele ia ao veterinário nesse automóvel. uma pombinha que estáva voando, passou em cima do carro, e deu um abraço, pois se lembra que sempre que eles iam no bosque, a pomba sempre fazia suas necessidades em seu amigo que nem reclamava!
Ele era um amigão!
(28 de agosto de 1996, 10 anos).
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Dedico esse post a todos os educadores que permitem que as crianças brinquem de escrever. A meu amigo Fábio, imaginando-o um desses "tios " mais bonzinhos, gargalhando enquanto corrige tais redações....
Essas são minhas! Um dia, gostaria de encontrar a da "Horta do Diabo" , censurada quando tinha 8 nanos....rs; E a de Jesus Cristo que usava havaianas...(aí já devia ter 9...foi bem recebida pela crítica escolar......feita no Natal).
Bom trabalho a todos!

Minha música.

Sabiá (Luiz Gonzaga & Zé Dantas)

A todo mundo eu dou psiu,
Perguntando por meu bem,
Tendo um coração vazio,
Vivo assim a dar psiu, Sabiá vem cá também,

Tu que andas pelo mundo (sabiá)
Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que cantas passarinho (sabiá)
Alivia minha dor

Tem pena d'eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (sabiá)
Onde anda o meu amor (Sabiááááááá...)


Queridos Leitores....(esse é um post leve, post à la "vou te contar um segredo....").

Esta é a música mais linda do mundo, Sabiá, do meu amado Luiz Gonzaga.
Há para mim outras quatro músicas especiais ao lado desta já citada: Assum Preto (Luiz Gonzaga), Melodia Sentimental (Villa Lobos), Lamentos (Pixinguinha), Além do que se vê (Marcelo Camelo - Los Hermanos).
Estas são as "top 5" da minha vida...rs...Mas há outras tantas; adoro música.
A música é o que dá alento a todas as dores e a todos os gritos;
Deus pai deve ser uma música.

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Fazer Ballet durante 13 anos teve lá suas vantagens: além de ter me tornado um pouco mais neurótica, deformado os meus pés, transformado-me em uma desgraçada manteiga derretida, ter aflorado o meu temperamento impulsivo, aparecido, e, talvez, mais sensível; também a dança fez com que eu adquirisse a peripécia de converter certas dores em palco (como um caro "amigo" padre traduziu-me uma vez, de modo muito sensível: hei de ser sempre bailarina...ainda que 10 kgs mais gorda e 5 anos mais velha; ainda que nunca volte a dançar nesta vida ). Mas, o Ballet, acima de todos esses pseudo-defeitos, deu-me gosto pela música.


Pode ser que a dança tenha , na verdade, ampliado minha humilde percepção musical - que vem do "terreiro" da roça da minha avó Maria...lá no meu Tombo da Cachoeira.
Meu pai também é minha grande influência, grande violeiro;
Além deles, pai e vovó, é impossível não citar aqui outras pessoas um tanto especiais, quando o assunto é música: meus ex namorados. Todos eles, coincidentemente, muito musicais!
Meu primeiro quase namorado, grande paixão da adolescência, atual amigo que tanto admiro, tocava violão para mim enquanto conversávamos por telefone; o último namorado, apresentou-me a banda "da minha vida", Los Hermanos, e uma série de músicos interessantes; houve um "paquera" também...(um ficante..rs), gente boníssima e gentil, tocador de choro e samba nas rodas... tocou "Lamentos" para mim uma vez, tornando-se, dessa forma, eternamente admirável.

Sim, leitores. Eu brinco de música. Temos gravações aqui em casa desta que vos fala, quando criança, com 4 ou 5 anos, esguelando-se para cantar "como uma deusa" daquela cantora....Rosana!?...Parece-me que eu era a atração, ou aberração, para as nossas visitas...."Amanda...vem cá cantar aquela música para o seu tio e sua prima Fernanda!"
Gosto de cantar....de brincar de cantar, ainda hoje. Algumas pessoas dizem que sou afinadinha.

Por fim leitores, que dia excepcional: começar um dia sufocada por um grito, e, terminá-lo musicando-o....
Deus pai deve mesmo ser uma música...e todos nós, melodias sentimentais....
(Eu quero ser as melodias do Luiz Gonzaga...).

Tenham um bom dia!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

GRITO TRANSFIGURADO

O Grito - Edvard Münch.



Caros Leitores,



Essa imagem é um desejo a todos aqueles que não podem gritar, pelas mais diversas razões.
Há porém certas pessoas no mundo - ainda não descobri se estas são as fracas, as fortes, embora suspeite que tais classificações sejam irreais - cujo grito não se submete ao corpo; ele se transfigura.
Cito Jesus Cristo como um desses: seu grito transubstanciou-se.
Alimenta-nos o seu grito; alimenta-nos a sua sede e fome de grito.
Existem tais gritos sociais - que partilhamos em comunhão e em silêncio.
O silêncio também torna-se grito, quando machuca a alma, porque não é consumado.

....

Gritos quotidianos também sufocam. Gritos não deleitados tornam-se prisões.
A distância é a ausência do grito; assim como a indiferença é o grito que se desfarça, por não ser conveniente.
Hoje, se pudesse, gritaria por todos aqueles que não podem gritar;
não havendo tal possibilidade....distancio-me, refugio-me na indiferença...Mas rezo.


(esse post é dedicado a meu amigo Tiago dos Santos Pires que não deixa de gritar. Dedico-0 também a mim, numa espécie de grito egoísta de auto-incompreensão...rs).

segunda-feira, 4 de maio de 2009

You live, you learn

(Leitores, uma musiquinha....)


"I recommend getting your heart trampled on to anyone

I recommend walking around naked in your living room

Swallow it down (what a jagged little pill)

It feels so good (swimming in your stomach)

Wait until the dust settles


You live

you learn

You love

you learn

You cry

you learn

You lose

you learn

You bleed

you learn

You scream

you learn


I recommend biting off more than you can chew to anyone

I certainly doI recommend sticking your foot in your mouth at any time

Feel freeThrow it down (the caution blocks you from the wind)

Hold it up (to the rays)

You wait and see when the smoke clears


Wear it out (the way a three-year-old would do)

Melt it down (you're gonna have to eventually anyway)

The fire trucks are coming up around the bend


You grieve you learn

You choke you learn

You laugh you learn

You choose you learn

You pray you learn

You ask you learn

You live you learn"


(Alanis Morissete - You Learn- do álbum jagged little pill)

- um dia coloco a tradução -

Pseudo História de Amor...


Queridos Leitores...
Antes de tudo, visitem o blog "pseudo histórias de amor"...uma leitura encantadora e tocante; a imagem e o título inspirador desse post foram "capturados" de lá...confiram!
Tocada por esta imagem, um banco no meio de uma praça (pode ser a praça de qualquer uma das nossas cidadezinhas mineiras...), bom, imagino uma praça particular...uma praça central rodeada de lojas fechadas, um famoso posto
de gasolina, repúblicas, escadarias, bares sem portas nos banheiros, cachorros adormecidos nas esquinas...um mundo silenciado pela madrugada que se iniciava naquele momento. Havia alí casais às escondidas em meio a confusão solitária dos passantes alcoolizados, esquecidos...
De repente o tempo parou, como numa fotografia.
Era madrugada; talvez outubro de um ano qualquer...quem sabe 1975, quem sabe dia 6. Quem sabe, vestígios de uma festa qualquer. Sim...a fotografia é a máquina do tempo; é a única invenção humana capaz de nos transportar para o nosso baú de histórias infinitas e efêmeras. Invejo os fotógrafos. Por isso os odeio.
Pois bem; num lapso de segundo, resgatado por uma fotografia, que poderia ser a deste banco que vos é apresentado, me vem a mente que entre tantos casais, um em particular, sentado no tal banco, existiu no mundo, em um determinado instante.
O jovem casal, por motivos justos, não podia ser visto, ainda - embora já o fosse por outros ohares e outras vias - ; não havia ninguém, naquele momento petrificado, capaz de entender o que ambos faziam alí, semi-alcoolizados, semi-apaixonados, arriscando-se, pubicamente sentados no banco daquela praça central. Tiraram-se os óculos. "Melhor não enxergar os transeuntes?" riam...E assim...sem muitos porquês, nascia mais uma pseudo história de amor.
Quantos bancos não carregam em sua matéria as lembranças desses casos? lembranças daquelas falas, daqueles namoros, daquelas promessas....
O que seria dos apaixonados se tais bancos tivessem vozes para alertar-nos de que o amor é fugaz, incoerente, efêmero; e, simultaneamente, uma antítese disso.
Se os bancos falassem....
sofreríamos menos e isso, a longo prazo, causaria um desequilíbrio mundial: o que seria da humanidade sem o sofrimento? O que seria das duplas sertanejas, dos alambiques e fábricas de bebidas alcoolicas? o que seria dos padres, psiquiatras, psicólogos, curandeiros, benzendeiros? das senhorinhas que leem tarôt, das prostitutas, do site "vaidarcerto.com.br"? o que seria do Paulo Coelho e do Manoel Carlos?
Se os bancos falassem, o que seria das pseudo histórias de amor, e da saudade que elas deixam?
(quando os enamorados recolocam os óculos, ou, os trocam por lentes de contato...e o segundo pertificado se esvai, dando início a um novo dia...).

domingo, 3 de maio de 2009

Colírio...











"Qual a sua melhor roupa?"


Queridos Leitores em potencial....
O primeiro post que escrevo dedico a uma figura extramamente importante na minha vida: meu querido pai. Ele provalvelmente não o lerá, não por estar ausente ou qualquer circunstância , mas pelo simples fato de que não mostrarei a ele tal intimidade....Escrever é um ato de intimidade que só deve ser compartilhado com estranhos. Um tanto paradoxal, contudo, simples de se entender. Escrever é como um grande teatro mágico ou um Dom Quixote bailado pelo Bolshoi; é um ato, uma ação...uma farsa. Escrever é um ato de manipulação e encantamento....o léxico...a escolha das palavras...das reticências....das ausências marcadas pela vírgula. Em outras palavras, o ato de se escrever é como uma conquista:você escolhe a sua melhor roupa...o seu melhor perfume....o seu sorriso mais bonito; ninguém conquista o outro com a roupa que usa para faxinar a casa ou com o calção rasgado que usa para dormir; ninguém conquista o outro com um pedacinho da couve do almoço entre os dentes....Escrever é essa conquista: eu conquisto o meu leitor por aquilo que posso até ser em partes, mas, não bastando, conquisto-o pelo pedaço de escrita que me permite ser o que eu quiser....
Ontem meu pai, motivado pela presença de meu primo Joséllio, grande filho homem que não teve, e em função da minha última desilusão amorosa inicia suas devagações a respeito do amor. "Ah eu não sei o que fazia com as mulheres, porque eu as amava loucamente...sofria um mês e vinha outra, outra, outra...amei todas....loucamente". Ouvir aquilo do meu pai, um homem tão centrado, um tanto casmurro , ainda que amigo, foi uma grande novidade. Enquanto a gente teoriza o amor, a presença e a ausência deste ou do ente amado...meu pai, com 57 anos de idade...confessa, um tanto embriagado, que amou como um romântico, ao som da discografia completa do "Robertão". Conta que amou uma menina e namoraram por dois anos, até que a mãe da sujeita teria descoberto e afastado ambos, em função dele ser muito pobre para ela. Minutos depois, nos conta sobre a outra que namorou um mês e que era um pintelzinho "bixo"; mas na primeira briga cansou-se da princesa que virara uma mala e assim largou a pobre menina carioca. Houve uma outra que, tempos depois do término, encontraram-se quando fora levar sua sobrinha para cortar cabelo, 15 anos depois...a mulher havia virado cabelereira e um grande tribufo; mas ficaram amigos..... Comenta da outra, que nunca o perdoou por tê-la largado e não o olha na cara até hoje, 20 anos depois ; conta das mulheres da firma...das brigas no banheiro por causa dele (dentre elas lá estava minha mãe...) - vai saber se foi assim? quem conta o conto aumenta o ponto.
Que gostoso é amar loucamente e ter boas lembranças para contar aos filhos homens - eu curti de tabela, porque ele nunca me contaria tais lembranças...a mim oferece o ombro e o entendimento que às vezes vem do nada.... Que dia bonito....para ficar melhor, só com cachaça e torresmo.
Pode ser que o tal do amor seja uma metamorfose ambulante mesmo! Pode ser que a sociedade e a cultura nos façam amar de formas diferentes ao longo do tempo...pode ser que o amor seja somente aquilo que Deus tem por nós (mas isso seria tão egoísta...e incoerente com o fato de que somos presença e semelhança deste Deus...); pode ser que o amor seja o ópio do povo...pode ser que o amor morra; pode ser que ele seja eterno....pode ser que ele não tenha existido, pode ser que ele ressuscite...quem há de saber?
Para o meu pai, o amor é o que te faz vestir a melhor roupa, o melhor perfume...e o melhor sorriso....(visto que ele perdeu um de seus amores por não ter tido a melhor roupa, o melhor perfume na época....esqueceu-se do sorriso!! o bobo! podia tê-lo usado!).
Meu pai amou loucamente......
E você leitor??
Que roupa você veste para amar loucamente?
Qual a sua melhor roupa?