segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Tango to Evora

Certa vez, uma professora me disse que alguns índios acreditavam que em determinados momentos da vida, fazia-se necessário que seus corpos vagassem sem suas almas, até que estas, quando preparadas, fossem capazes de ir ao encontro de seus corpos, unindo-se a eles novamente. Em outras palavras, a sabedoria indígena revela que em momentos de dor, de “morte” e desesperança, é preciso continuar caminhando até que a vida recubra o sentido por si só, isto é, reencontre sua alma.


“È caminhando que se faz o caminho”. Gosto de pensar que a nossa alma, entendendo alma como anseios, causas e questionamentos, pode, subitamente, encontrar-nos ao longo da vida, ressignificando nossas existências. E para que isto aconteça, é preciso apenas estar vivo....seguir em frente, ainda que não se saiba exatamente a que fim a trilha escolhida nos levará.


Acredito que a expressão mais bonita de Deus, e da alma, partícula humana de Deus, é a música. A música é a expressão mais bonita de tudo o que tem vida.
Esses dias, por intermédio da Yasmin, uma amiga da Pastoral da Juventude, realizei o desejo de encontrar uma música de que gosto muito. Foram oito anos de procura; Eu a ouvi , pela primeira vez, em uma apresentação de Ballet de três colegas minhas, as quais dançavam uma coreografia chamada “Trilha”. A música da coreografia era de uma tal Loreena Mckenitt.


Encantei-me pela música de tal forma que nunca a esqueci. Cheguei a copiá-la do VHS que tinha da coreografia para um CD. Tinha 16 anos naquela época. Procurei pela música em vários lugares, várias lojas, mas por não saber o seu nome nunca a encontrei. Lembro que cheguei a ouvir as faixas de alguns álbuns da Loreena Mckenitt , nas lojas, para ver se a reconhecia...e nada.


Há poucos dias, ela me encontrou. Conversando com a Yasmin, que descobri ser uma grande fã da Loreena Mckenit, resmunguei a melodia da então “música misteriosa”, a qual foi facilmente decifrada pela perspicácia da jovem paulistana. Tango to Évora é o seu nome. Uma das músicas mais bonitas que já ouvi em 23 anos.


Tango to Evora me faz lembrar uma série de acontecimentos, pessoas, saudades, sentimentos, esperanças. Tem um violino perfeito, uma viola muito boa de se ouvir; um vocal divino. Fiquei muito feliz por tê-la encontrado, ainda que oito anos depois. A sensação é mesmo de um grande encontro, de um pedaço de “alma” que se revela.


Recomendo a vocês leitores, "Tango to Evora", do álbum "The visit".

Um comentário:

  1. AHHH amo!!! huahauhauhau

    a perspicácia dessa paulistana..huaauha nada!!
    é que de tanto que já ouvi nos primeiros acordes já saquei...

    beijo amiga!!

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