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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Equivoco?

*Saudade. João Henriques.
...


Cansada.
Saudades de tantas Ítacas...Para onde vamos?
Saudades da minha Ítaca.
Onde?

É sempre a velha sensação de que estou
...na hora errada e no lugar errado...
para o resto do dia.
....

Quando abalares, de ida para Ítaca,

Faz votos por que seja longa a viagem,

Cheia de aventuras, cheia de experiências.

E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes,

O irado Poséidon, não os temas,

Disso não verás nunca no caminho,

Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre

Emoção tocar tua mente e corpo.

E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,

Nem o fero Poséidon hás­‑de ver,

Se dentro d'alma não os transportares,

Se não tos puser a alma à tua frente.

Faz votos por que seja longa a viagem.

As manhãs de verão que sejam muitas

Em que o prazer te invada e a alegria

Ao entrares em portos nunca vistos;

Hás­‑de parar nas lojas dos fenícios

Para mercar os mais belos artigos:

Ébano, corais, âmbar, madrepérolas,

E sensuais perfumes de todas as sortes,

E quanto houver de aromas deleitosos;

Vai a muitas cidades do Egipto

Aprender e aprender com os doutores.

Ítaca guarda sempre em tua mente.

Hás­‑de lá chegar, é o teu destino.

Mas a viagem, não a apresses nunca.

Melhor será que muitos anos dure

E que já velho aportes à tua ilha

Rico do que ganhaste no caminho

Não esperando de Ítaca riquezas.

Ítaca te deu essa bela viagem.

Sem ela não te punhas a caminho.

Não tem, porém, mais nada que te dar.

E se a fores achar pobre, não te enganou.

Tão sábio te tornaste, tão experiente,

Que percebes enfim que significam Ítacas.
(Ítaca - Kaváfis).

quarta-feira, 14 de março de 2012

Carrossel


*Carrossel. Foto de Inês Correia.
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"En carrousel l'amour fait tourner ma vie"
(Mon Carrousel - Mayra Andrade).
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Disseram-me certa vez que é preciso cuidado com aquilo que se deseja muito, não qualquer coisa, digo, tudo o que se deseja com alma e intensidade.
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Por que? - perguntei à amiga mais velha....
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- Porque pode se realizar.
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Creio que este diálogo tenha se passado há exatos dez anos; mas nunca me fez tanto sentido como hoje, o tempo de hoje, as pessoas de hoje e as novas situações que têm se apresentado. Não tenho muito do que reclamar na prática, mas a sensação é a de que não é aquilo que eu pensava. Estou desapontada. Como se houvesse sido enganada, duas vezes, em duas circunstâncias distintas mas que têm, como elo, um significante comum: o amor que se deposita nas pessoas e coisas.
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Amor no sentido de expectativa.
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Frustrada, enciumada, somatizando toda a raiva em dores terríves pelo corpo afora. Exagero? Claro, ou não seria eu, ou não seria Sofia.
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Disseram-me há pouco: "Sua maior paixão é você mesma". Chorei por cinco minutos até compreender que sou fácil demais. Falta-me malícia.Talvez sim. Frida Kahlo só pintava auto retratos, alegando que a temática que melhor conhecia era si mesma. Talvez me passe o mesmo. Não consigo escrever sobre qualquer outra coisa que não eu, que não o mundo que me atinge, a mirada de quando se está num carrossel...a vida em círculo e as coisas que nunca mudam, apenas trocam de cor. Sou e estou.
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Não me conheço, de fato. Inconformada por natureza, minha influência materna; conformada por parte de pai - tudo me é desconfortável ultimamente - até o meu próprio corpo.
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Voltando?
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Alguns desejos se realizaram....Mas já sinto o preço destas escolhas, um pouco das transformações que nos serão necessárias; e, sobretudo - o péssimo hábito da hipocrisia que precisa ser cultivado. Já passou, Sofia, a época em que era bonito ser criança. É preciso entardecer.
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Estou triste, não minto, não disfarço. Não está sendo como pensei, como esperava. Sinto-me presa numa camisa de força. Sinto-me obrigada. Sinto-me mais adulta do que nunca e com a certeza de que não o sou em outros contextos, para outras pessoas.
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Sinto ódio doentio por algumas mulheres, homens e situações. É como se meu fígado estivesse se despedaçando aos pouquinhos. Não chega a ser um desejo de morte; quiçá de inexistência ou desencontro. Vontade de ter escolhido outro caminho - melhor ou pior, não é o ponto - diferente caminho. Mas sim....Fiz de novo o que não devia, o que se faz quando é fraco ou preguiçoso ou os dois.
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- Mas, se houvesse sido assim, você não teria me conhecido.
- Teria conhecido uma série de outras pessoas e você me seria apenas um nome.
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Trata-se de uma série de acontecimentos, não um nome em especial, mas uma dezena deles. E a sensação de liberdade podada. Como se estivesse condenada a vagar em círculos, aceitando sempre as mesmas situações, sempre os mesmos medos e a mesma mediocridade, aquela sensação de...."e se".
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Queria não estar aqui hoje. Queria estar lá; mas já foram criados vínculos e responsabilidades...Sou mãe e pai de uma série de gentes, além de um cachorro que chora todas as noites quando não me vê.
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Sinto-me sufocada. Hoje, por exemplo, passei mal e não fui trabalhar. Não por escolha. Se fosse por escolha teria passado mal amanhã e viajado para outras bandas. Não, foi hoje. Mas como explicar um mal que só depende de mim mesma, que só eu posso enxergar? Como dizer...."Foi um desencanto muito forte que me adormeceu e então não pude vir aqui". Como provar que encanto, e por consequencia o desencanto - podem ser, em certos contextos, doenças terminais? Não há o que dizer; preparo-me para ouvir....Amanhã.
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É um desconforto. Como se todos estivessem mentindo ou rindo pelas minhas costas. Como se não passasse de um nome, uma representação, não uma pessoa que trabalha, que tem força. Não tenho força. Esqueci as regras de acentuação da minha própria língua. A verdade é que nunca as aprendi. Era mentira.
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Quando despertei hoje de madrugada, senti um segundo de liberdade. Até me dar conta do que me havia levado a tal escolha. A tal submissão amnésica que só me faz mal. Que importa alguns segundos de liberdade? A angustia se repete...E gira...gira ...Como um carrossel humano.
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A sensação de estar presa numa camisa de força. Acompanhada e só.
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Já não me reconheço mais.
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Estou pronta: para a reforma ortográfica. Quando?
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Boa Noite!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Quando me vi mulher (para minha mãe e "Tia" Isaura).


Não sei quando me dei conta de que era mulher. Não foi quando nasci, tampouco quando tive a menarca ou o primeiro amor. Fui um menino gay por muito tempo, daqueles quem colecionava papel de carta, mas preferia os jogos de "lutinha" no Atari 1930 e comprava os bonecos e mangás dos Cavaleiros do Zodíaco. Não tenho paciência para comprar roupas, odeio frescura de mulher (embora seja uma fresca enrrustida), alimento-me ainda hoje com um "prato de pedreiro" - fato que horroriza as minhas amigas mais damas; sou desorganizada, gosto de cerveja, do gosto da cerveja - falo palavrões em excesso e confesso que algumas mulheres são gostosas sim (isso não é de modo algum machismo. Sou louca pela Penélope Cruz, Ana Paula Arósio e Scarlett Johansson). Entendo certos comportamentos masculinos - desde que não cometidos para comigo....E, sobretudo, preservo mais amizades com homens (embora esse quadro tenha se modificado com o tempo).
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Não consigo, como a maioria das mulheres, fazer duas coisas ao mesmo tempo. Não uso cremes (mas passarei a usá-los em breve, os anti rugas), meus cadernos escolares nunca foram os da Hello Kitty e detesto - sim, detesto! - ir à manicure e ao cabelereiro, só o fazendo quando em situações extremas, tipo: casamentos, formaturas, ou quando a unha do dedo mínimo do pé esquerdo já está a ponto de cair.
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Só me dei conta de que era mulher no dia em que percebi que não precisaria corresponder à lista acima para sê-lo. Dei-me conta de que sou mulher quando notei que havia em mim - mais que um útero - um desejo universal pela maternidade. Não a maternidade prática (porque não é preciso ser mãe para legitimar-se mulher), mas uma maternidade instintiva, como quando se vê um cachorro na rua e tens vontade de dar-lhe a vida por um instante.
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Dei-me conta, por fim, quando um dia falei a meu pai: " É...Pai, me ajuda a escolher um anticoncepcional?".
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Porque ser mulher...não é um fado, senão um dom, independente das orientações e estereótipos.
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Sou mulher até debaixo d'água.
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Parabéns a nós mulheres que menstruamos e ainda assim sobrevivemos.....Que levamos pés na bundas, somos chifradas por filhos da puta que trocam de namorada como roupa, e ainda assim trabalhamos com bom humor. Que temos câncer de mama, câncer de colo de útero e, AINDA ASSIM, lutamos, caminhamos, amamos: geramos vida.
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Um beijo a todas as minhas amigas mulheres. Principalmente a minha mãe que, na falta de opção, escolheu por me dar a vida. E à "tia" Isaura, por ensinar-me a etiqueta das ladies. Amém

sábado, 3 de março de 2012

A namorada

*menina sem nome. Foto de Paulo Augusto Patoleia.
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Há tanto tempo não namorava (seriamente), que já havia me esquecido como funcionam os contratos entre casais. Em menos de um mês já me vejo cometendo os mesmos erros e com aquela sensação péssima de "isso não vai dar certo".
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Por quê?
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Porque antes de qualquer coisa, ser meu namorado requer ser meu amigo, o que requer, ainda por cima, paciência de Jó para os tempos coléricos como os da semana que se encerra hoje. Conto tudo a meus namorados - o bom e o ruim - porém, o problema é que me excedo no ruim, torno-me extremamente chata como o sou com meus amigos mais próximos.
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A gente pensa que muda, que cresce com os relacionamentos anteriores - e sim, o fazemos, mas há coisas que sempre ficam.
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Não vou falar aqui abertamente do meu namoro, mas acho que posso escrever sobre algumas coisas que sinto, caso contrário não teria mais serventia essa porcaria de Blog. Sinto-me insegura e com a sensação de que depois de tantas peripécias desaprendi a namorar e a acreditar nas pessoas. Faço planos a longo prazo, família, casa, cachorro, time de futebol, mas no dia a dia continuo a mesma chata, a mesma drumoniana que não sabe o que será.
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Queria levar as coisas com mais tranquilidade, mas o fato é que, se não bastassem as circunstâncias, já tão difíceis, sou uma pessoa difícil.
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Não sou carinhosíssima, mas aprecio companherismo. Se perto, ver a pessoa todos os dias. Se longe, ter a liberdade de ligar todos os dias pra dizer ...."como cozinho essa salada de batatas com cebolas e nao sei quê?".
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Não sou de todo ciumenta. Acho algumas mulheres gostosas e compartilho comentários. Mas, quando cismo com alguém, não há santo a ser esculpido que nos valha: é uma vaca e ponto e deve permanecer aonde está - LONGE.
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Sinto saudades de conversar....gosto de conversar....sobre coisas pequenas e desimportantes, como o melhor método de se organizar uma prateleira de livros. Gosto de contar tudo ao namorado, que se torna assim mártir em vida ao depender dos meus devaneios. Admiro casais cuja cumplicidade converte sacrifícios em projetos comuns.
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A pior coisa do mundo é começar um namoro com prazo datado para o fim. Antes não começar. Há uma seara de gentes interessantes por aí que necessitam amor, enquanto finge-se amor. Não é o caso, mas se fosse, não suportaria.
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Namorar é como um casamento. É compromisso. Se não é pra ser assim, sexo casual e pegação geral estão aí pra isso, namorado não é sinônimo de felicidade.
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Quero que dê certo. Vinícius, o do "seja eterno enquanto dure", teve 11 esposas.....imagina só! Assim é muito fácil escrever um soneto de fidelidade.
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Nada é para sempre. Mas o importante é quando se pensa junto, quando se olha na mesma direção. Qualquer coisa diferente disso não é namoro, mas sim dois corpos que se encontraram fatidicamente por aí e, por excesso de escolha, desistiram de escolher.
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Boa Noite aos namorandos e desnamorados.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

STOP: O SOFIA PAROU


Bandeira branca amor
Não posso mais
Pela saudade que me invade
Eu peço paz

Saudade mau de amor, de amor
Saudade dor que dói demais
Vem meu amor
Bandeira branca, eu peço paz

(Bandeira Branca - Almir Rouche)

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- STOP: O mundo parou ou foi o Sofia de Buteco? - disse um leitor indignado.

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Queridos leitores,

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A partir de hoje, Sofia , a do buteco, decreta FÉRIAS para si mesma, seu mundo e seu Blog. Caso o universo conspire a nosso favor, voltaremos no dia 15 de fevereiro repletos de novidades; tantas que mal sou hábil em imaginá-las. Agora, caso tudo dê infindamente errado, vemo-nos no post mortem, querido leitor, ao lado direito, no batel infernal, provavelmente. Mas....se dessa vez formos agraciadas por Deus e pela sorte, de modo que tudo dê extremamente certo, isto é, brilhantemente certo, visitem-NOS em Buenos Aires, leitor!! (piada super interna! kkk).

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Brincadeiras a parte....Sofia de Buteco fará uma pequena pausa e retorna em meados de fevereiro. Para matar a saudade e evitar mimimi´s, eis as últimas fotos tiradas em terras tupiniquins.

Boa sorte y buen viaje Sofia!



*A foto mais cara de pau de todos os tempos....



domingo, 1 de janeiro de 2012

Sexo dos anjos

*Vazio. Foto de Soraia Cardoso.
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"Sonhei com a Dani". Estranho, sinto que sonhei com tal amiga paulistana, mãe, mulher e psicóloga. Não me recordo do sonho, mas a imagem é nítida: vestia azul, a Dani, grande amiga, grande mulher. Engraçado meu inconsciente tê-la escolhido como primeiro sonho de 2012: mãe e psicóloga, atualmente, duas coisas que não me saem da cabeça, quase como um palpite. O de que toda psicóloga jovem engravidará em 2012; ou, o de que engravidarei. Meu primeiro suspiro consciente pós virada de ano, pós chegar em casa trêbada e dormir como anjo, tal fora: "sonhei com a Dani e chove. Corra, antes que a chuva pare".
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Por quê?
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Aprendemos com minha avó materna a beber da chuva de primeiro de janeiro para nos trazer sorte. Sempre chove, sempre o fazemos. Minha mãe já estava acordada quando, desesperada, subi ao telhado, de pijamas, e lá coloquei um generoso recipiente para nos trazer a sorte necessária. A chuva já havia passado, restando-me a garoa (...como eu amo garoa). Mas, calculei que até o fim desta noite, haverá esperança em bebê-la.
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Desci, dormi, acordei, pensei: "Falta alguma coisa?". Sim! Nicotina. Meus cigarros acabaram e, ontem, talvez por surto de boa vontade-maliciosa, arrisquei parar de fumar este ano, prometê-lo, a fim de conseguir um empréstimo com minha mãe (para alguns detalhes supérfluos da minha viagem). Hoje, após descer, dormir, acordar, pensar e adivinhar, vi nisto tamanha bobagem; contudo, senti-me velha. Vi as fotos do nosso Reveillon - aliás, um dos melhores da minha vida - e senti-me assim. Fora o preto? Não: foram as marcas de expressão que teimam em nascer. Aí sim, tá certo, tá legal, vou parar de fumar esse ano porque cigarro é caro, envelhece....e pode até me render um câncer de pulmão, mas ninguém se preocupa com isso, da mesma forma que as mulheres não pensam no risco das DST´s quando transam, mas sim em gravidezes indesejadas....Ah, como nos perdemos, como somos burros, fome - pensei, tudo junto.
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Bebi água, o mundo sangrou, e voltei a dormir.
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Acordei. Para almoçar, óbvio, seria necessário acordar. Ainda a sensação de que falta alguma coisa, como se TODOS OS PRIMEIROS DE JANEIRO DO MUNDO, DE TODOS OS PAÍSES E GALÁXIAS fossem frágeis e assexuados. Vazios. Não um vazio que dói, mas um desses que....que....anestesiam a alma e o corpo. Havia muita comida sobre a mesa, o que estranhei, pois não soube (agora chove!), ninguém o disse, não vi gente além de nós três e um cão nesta casa enorme e assexuada de janeiro. Disse o patriarca "É por ser dia primeiro". "E só por isso tanta comida?" - respondi.
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Um mosquito morreu enquanto se travou o diálogo entre pai e filha.
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Mamãe, como por milagre, senta conosco. "Vamos rezar?" - perguntei, recebendo a seguinte afirmação do patriarca: "Não. Só por que é primeiro de janeiro temos que rezar?". E por ser primeiro de janeiro precisamos de tanta comida? - pensei, disse, rimos, comemos, rezamos (pra dar sorte, vá saber....Também não tenho o costume de rezar antes das refeições).
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Ainda faltava algo. Todos foram dormir e a chuva parou, quando acordei e senti saudade. Enviei uma mensagem; mas, imaginando que tal pessoa não teria como respondê-la, imaginando onde estaria, com que outras pessoas e situações, minutos depois, liguei. 1. Ligação não atendida. 2. Telefone desligado (ou ocupado). 3. Uma pessoa fria me atendeu e já me estragou a surpresa. Talvez a culpa seja minha, culpa da minha sensibilidade exagerada que se contrapõe, ou complementa...quiçá, a tal dia sem desejo. Foi quando senti a sexta falta do meu dia. (Faltas inconscientes: 1. A de ser mãe; 2. A de ser psicóloga. Há maior complexidade neste esquema, mas resumo-o assim). 3. Chuva; 4. Nicotina; 5. Distribuição igualitária de renda e, automaticamente, comida; 6. De quem amo.
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Foi uma dor tão grande que chegou a romper o silêncio virgem da casa. Vou dormir então, de novo, até vir o amanhã. Insônia precoce. Revirei-me na cama, pensando em minha viagem, pensando "E se justo a minha bagagem for a escolhida por Deus para o extravío?"....e se não me fizer entender em espanhol, inglês, língua do P, e se ficar desalojada durante três dias? E se o avião cair? - Bom, isso não seria tão mal. Mas a bagagem... Não, Deus, por favor!
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A cólica chega aos poucos. Graças a Nossa Senhora! É preciso um pouco de cor nesta parede tão branca.
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Mas ainda falta: A certeza da sorte.
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A realização da vida, do desejo, de bens materiais, de alguém a quem chamar de "meu amor" e, por escolha, ter um filho chatinho. É a sorte que me faltou hoje, pensei que fossem cigarros; mas, o vermelho que brota na parede (da mãe) diz:

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Tudo é sexo dos anjos...


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

...Toda palavra tem sua sombra*

*Dias de girassóis - I. Foto de Maria Salvador.
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"Mais um santo para esculpir é o que lhe vale
Pra evitar que o rancor suas ervas espalhe
"
(Milagreiro - Djavan *Cássia Éller).








*Clarice Lispector. A Legião Estrangeira. IN: Felicidade Clandestina.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Um brinde à amizade-sexual colorida!

*Vaca e cachorro. Fonte: google



"(Nem) Todo abraço é fraterno"

ALF, 2011.

A favor da diversidade de todos os seres vivos :
Um brinde à amizade-sexual colorida!
Tim tim....

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Já vai tarde 2011! (Parte I)





Comemoração Mestrado I (19-11-2011)

sábado, 17 de dezembro de 2011

INVEJA

*Uma rosa para amanhã. Mariana.
...
Ontem, senti inveja.
Muita inveja.
E isso é ruim, porque dói.
Mas Deus sabe que tenho razões,
ainda que só o futuro porderão dar-lhes
Sim ou Não.
Parece que nunca é suficiente, a conquista
ou des-conquista: é preciso uma estrela além.
Que pecado.
Livrai-me da inveja, Deus e Mestre Pixinguinha. Amém.
...

A Rosa

Tu és, divina e graciosa estátua majestosa
do amor, por Deus esculturada
e formada com o ardor,
da alma da mais linda flor, de mais ativo olor
e que na vida é a preferida pelo beija-flor.

Se Deus lhe fora tão clemente aqui neste oriente de luz
formada numa tela deslumbrante e bela,
teu coração, junto ao meu lanceado
pregado e crucificado sobre a rosa cruz do arfante peito teu

Tu és a forma ideal, estátua magistral
oh alma perenal, do meu primeiro amor, sublime amor.

Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação de todo o coração
cintilas um amor
o riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
em vozes tão dolentes quanto um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
és tudo enfim que tem de belo,
todo o resplendor da santa natureza
Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te
Oh flor! Meu peito não resiste,
Ah, meu Deus o quanto é triste,
a incerteza de um amor que mais me faz penar
em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente
em versos comoventes de luz,
e receber a unção da tua gratidão,
depois de remir, teus desejos
em nuvens de beijos hei de envolver-te
até o meu padecer, de todo fenecer

(Pixinguinha).

(Transcrevi este texto porque é uma das declarações mais lindas...do universo)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Toni Garrido - Menina você que tem




Momento Toni Garrido: a voz masculina mais doce que já ouvi.....
Além dos momentos de ternura que ela me evoca.....(lembranças e etc...)

De acordo com o nosso mítico CHE:

"¡Hay que endurecerse sempre, pero sin perder la ternura jamás!".

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

DESTIN(atári)O

*O Destino. Foto de Bruno Ferreira.
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Assim começa o meu "tempo sabático", isto é, minhas férias prolongadas. Ainda há um trabalho para ser entregue até o dia 05 de janeiro, caso não esteja enganada, mas, de qualquer forma, só hei de fazê-lo após saber o resultado da seleção de Mestrado.
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Um dos grandes questionamentos da minha vida é o da existência ou não do destino; o que move os encontros e desencontros, o que nos faz encatarmo-nos por uma cultura que não é nossa, por exemplo; o que nos leva a conhecer uma música sem nunca antes tê-la ouvido. O que nos faz odiar um lugar em detrimento de outro? O que faz o eternizar de um momento, e o esquecimento de uma vida...O que rege o inconsciente humano...ou, o que faz dos nossos dias tão sobrenaturais? Gosto de pensar nessas coisas, porque me sinto viva e em contato com uma espécie de universo que está além de mim: "Deus".
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Fui católica durante muitos anos. Assim fui criada, tendo participado de todos os ritos (exceto o casamento e a unção dos enfermos, obviamente!). Mas, minha alma ou espiríto sempre esteve muito além desta ou daquela denominação, embora eu goste da Igreja Católica, enquanto objeto de estudo Histórico/Literário. Ainda "rezo" quando me deparo com igrejas vazias, sem vozes e cantos. Gosto de pensar na espiritualidade como algo que perpassa rótulos, que se constrói através das relações do Homem. O fato é que destino não existe. Porém, há um "sistema de coincidências inexplicáveis" que me faz acreditar, em alguns momentos, na existência de um olhar materno do universo para conosco em tempos de caos. Darei dois exemplos drásticos.
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Sou filha única, mas tive um irmão - também filho único - adotado pela vida. Éramos unha e carne, embora ele em Minas e eu em São Paulo. Brigávamos excessivamente e também nos amávamos muito, como irmãos. Cleiton adoeceu em 2002, enquanto eu ainda estava em São Paulo. Em 2004, quando fui levada pelas circunstâncias a me mudar para Viçosa / MG, passamos apenas uma semana juntos, isto porque logo em seguida, meu "irmão" teve de continuar seu tratamento em São Paulo! Tal paradoxo ainda hoje me é indigerível.
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Bom, aconteceu que, naquela época, não me conformava com o fato de ter me mudado para Minas Gerais, e se a única coisa que me motivava a fazê-lo era o estar perto do meu irmão, não havia mais nada a minha espera. Deprimida, minha mãe me fez a seguinte sugestão "Já que você não quer nada com nada....não quer estudar para o vestibular...por que não volta a São Paulo e fica com o Cleiton, como companhia?". Aquilo me ofendeu, muito. Depois de desconstruir dezoito anos, talvez os melhores dezoito anos da minha vida (até então) para vir a Viçosa...naquele momento me era "permitido" retornar? Por que ele estava morrendo? Neguei. Primeiro, porque não acreditava, intimamente, que ele morreria; segundo, porque sou teimosa, e estando aqui, permaneceria até a conclusão do meu curso de graduação, isto é, até o "fim".
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Onde estava o destino? Adormecido?
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Naquela época, eu era mais pura e rezava muito mais (embora eu ainda reze, talvez o tempo todo). Pedi a Deus ...com essas palavras "Deus, não volto a São Paulo, porque acho uma injustiça; quando queria ficar não pude, quando queria vir para Minas, também não pude...tudo me é sempre desencontro, estou farta. Se o Cleiton precisar de mim, mande-me um sonho, e dessa vez, por favor, não me engane mais".
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Eu tinha 18 anos.
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Dias depois, após um feriado no qual eu poderia ter ido a São Paulo, mas não o fiz por teimosia, tive um sonho. Sonhei que estávamos - Cleiton e eu - na cachoeira de Canaã, onde passamos toda nossa infância e parte da adolescência. Não o via, mas sentia a sua presença como quando se está perto de alguém que lhe aquece, só pelo "estar". A cachoeira lá estava.....e aquele cheiro inexplicável...cheiro de água e mato...terra molhada....pedras...energia....como se estivéssemos juntos pela última vez. Foi o sinal, aceitei.
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No dia seguinte, uma terça-feira, soube por meio de uma prima que Cleiton estava agitadíssimo, tentando desligar os aparelhos do quarto onde estava.(O que sucedeu: Em 2002, meu primo contraiu um vírus vegetal que desencadeou uma doença desconhecida. Recuperou-se durante dois anos, mas, em 2004, aos 16 anos, precisou de um transplante cardíaco imediato, visto que a válvula de seu coração estava enfraquecida). Bem....eu sabia que era o "sonho". Fiz as malas e fui imediatamente para São Paulo, ainda na terça.
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Lá chegando, passamos juntos a quarta,quinta,sexta e o sábado. Quando o vi pela primeira vez, meu espanto foi ...assombroso: não era o meu irmão. Com o passar dos dias, deu-se o desinchaço, e e ele retomou a aparência "normal". "Quando fizer meu transplante, quero que fique aqui comigo; essas pessoas só sabem rezar....e você é diferente...quero que fique comigo". Foi o que disse. Passamos os dias brincando, xingando-nos mutuamente. Li para ele a carta que enviaria, antes do "despertar" causado pelo sonho. Uma carta com as nossas recordações.
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Havia me programado para voltar domingo a Viçosa. Mas, por uma sucessão de conflitos, não consegui comprar minha passagem no sábado à tarde (após a visita ao Cleiton), porque me atrasei e alguns imprevistos me detiveram. Decidi então visitar alguns amigos na manhã de domingo e ir embora à noite.
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Na minha última visita, Cleiton estava calado. Apreensivo. Não disse nada. Quando chegava ao hospital, sua mãe trocava comigo o crachá de "acompanhante" para que eu pudesse ficar mais tempo junto dele. Naquele dia, ele não quis. Olhou o relógio...e disse: "É...é hora de você ir...não vai me dar um abraço?". Dei-lhe um abraço, nem frio, nem caloroso...Um abraço de quem sente medo, sem saber o porquê. Por fim, "não esqueça de doar sangue pra mim... E eu quero, Amanda, que você seja muito feliz." Não consegui fazer a doação de sangue, porque havia menos de dois meses que houvera feito minha última doação. Voltei para a casa de minha madrinha, à espera do domingo, com um eco... "seja muito feliz".
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No dia seguinte, visitei meus amigos e ao chegar em casa, havia um prato de macarronada com frango, que eu adorava, sobre a mesa. Mas, uma sensação de mentira se sobrepunha a qualquer tipo de agrado. Havia uma mentira, havia uma mentira, eu podia sentir. Foi quando ligou o tio do meu "irmão", avisando que ele estava na UTI, já depois da primeira parada cardíaca. O prato sobre a mesa se quebrou. Minha madrinha já sabia, mas, orientada por minha mãe, pensou que seria melhor eu me alimentar primeiro, antes da...verdade.
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Fomos ao hospital de imediato; sem frango, sem pasta, sem molho. Vi-o já nas aparelhagens e passei também o domingo a seu lado, embora ele estivesse desacordado. Quando seus pais, já entregues ao "destino", saíram da UTI...por questão de segundos, notei que o segurança da recepção não se encontrava. Foi quando transgredi. Entrei na UTI, vendo os médicos já em seus procedimentos finais e, por cinco minutos, ou segundos, ou nada, antes da enfermeira notar a minha presença e me expulsar do quarto, vi Cleiton pela última vez com vida. Fui a última a vê-lo com vida.
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Será o destino que nos uniu por meio daquele sonho?
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Nunca vou saber.
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O fato é que há algo superior que, embora não faça as nossas escolhas, interfere em nossas vidas de alguma forma. Ainda que seja a nossa própria energia. Há algo inexplicável que nos separa e nos une diariamente.
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O segundo exemplo. Apaixonei-me por um rapaz leucêmico e em função disso conheci inúmeras pessoas com a mesma doença, ingressei em centros de apoio, trabalhos voluntários....etc. Por meio dessas redes sociais, conheci uma moça linda...Uma das mulheres mais lindas que já vi: Morena. Tornamo-nos amigas virtuais: ela morava em Sorocaba, eu, na capital paulistana. Pedia a ela conselhos sobre o tal rapaz. Morena, mais velha e mais "mulher" (eu devia ter 16)...dizia para que me jogasse...Falar de uma vez por todas que estava apaixonada, não me limitar ao tempo. Contudo, eu sabia que uma longa distância nos separava (ele estava em Minas, eu, São Paulo). "...distância não é problema, quando se ama" - disse Morena.
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Comunicava-me com "o rapaz" com frequencia, por telefone e cartas (ele não tinha email; era um trabalhador rural). Dias antes do falecimento dele, tive um sonho....talvez premonitório...talvez não....Pouco importa. O fato é que ao contar a Morena (também leucêmica, mas já em remissão) sobre a morte do meu "amor platônico", fui surpreendida pela forma grossa e desajeitada com que a moça disse...."Bem feito! Eu disse a você: ele precisava saber que você o amava. Agora não há nada o que se possa fazer, tampouco rezar". Na verdade, ele soube; eu quem nunca soube o que ele sentia ou não por mim...não houve tempo.
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Depois dessa "grosseria", nunca mais nos falamos, Morena e eu. Um ano depois, ela me enviou um email pedindo perdão, o qual não respondi. Eu já a havia perdoado e entendido perfeitamente o seu ponto de vista. Porque na verdade, ela se colocava no lugar dele, o tempo todo. Mas, apesar disso, não me senti confortável para respondê-la, como se ela houvesse arrancado um pedaço de mim, ou, então, acrescentado: a impulsividade que me faltava. Morena era uma mulher bastante impulsiva, sexy, apaixonante. Havia um certo ex namorado por quem ela era ainda apaixonada, objeto do seu desassossego....Morena não tinha medo de se declarar....de ir além de si mesma. Ainda assim, não respondi.
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Mas, vez ou outra, procurava notícias sobre ela, em sites de festas de Sorocaba (ela era popular; modelo de lingeries...) e em seu orkut. Procurei secretamente por Morena durante os anos de 2003 à 2005. Nunca a esqueci, mas a vida foi mudando o foco, e, por fim, afastei-me um pouco dessas questões ligadas à oncologia.
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Destino ou não? Pergunto a vocês. Certo dia, estava na sala da minha casa, já em Viçosa, e senti uma inspiração muito profunda, quase uma voz "Procure o orkut da Morena", isso depois de um ano e meio sem saber nada dela. Imediatamente, subi as escada de minha casa (antigamente, o computador ficava na parte de cima de minha casa, num quarto à parte), acessei a internet, procurei o perfil "Morena Peres", e lá estavam....centenas de mensagens de "adeus" e "saudades": Sim, ela havia falecido.
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O intrigante de tudo isso é o "quando". Poderia ter levado dez anos para descobrir que Morena nos deixara; entretanto, seja lá por sopro de Deus, acaso ou destino, soube da notícia em menos de vinte e quatro horas...(sendo que em 1 ano e meio não mais a procurei).
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Algo me disse, naquele momento de dor: ela queria, por algum motivo também secreto, que eu soubesse da sua passagem, de alguma forma. Inexplicavelmente, a energia que liberamos quando morremos , imagino, tem o poder de tocar as pessoas, e a dela, Morena Peres, tocou-me naquele instante de choque. Não podia acreditar, porém, depois de tantas perdas (e tantas outras que ainda viriam), senti certa conformidade, como se Deus não pudesse , de fato, reger o destino dos homens. Apenas os homens o fazem, involuntariamente ou não.
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Mas e o inexplicável?
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Desde a morte de Morena, mudei muito. Tornei-me, assim como ela, uma mulher impulsiva, e não tenho vergonha disso. Se é pra amar, digo que amo e ponto. O amanhã é uma seara desconhecida, e perder tempo como superficialidades não me compete mais. Já perdi muita gente boa que permanece em mim justamente pra que minha vida valha a pena: à quinta potência.
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Não só a morte faz com que levante estas questões. Também e principalmente a vida: por que alguns se salvam e outros não? Por que certas pessoas nos tocam profundamente e outros, tão melhores, não? Por que os encontros acontecem? Por que fui encontrada, caro leitor, e não você, tão melhor que eu? Vê? Qual sudário obscurece essas "verdades"? O que é a verdade?
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Fiz a prova de Mestrado ontem. Compreendi os teórcos, os textos, entendi o que devia ser feito. Mas, sei que minha prova foi rasa...Não aprofundei, não analisei a fundo o texto literário e, portanto, não consegui fazer minhas conclusões "bregas-literárias" (também em função do tempo que nos foi dado). Posso ter fechado a prova (o que duvido), como recebido um 0,0. Há outras oportunidades, outros Mestrados, outras coisas a serem feitas. Eu sei. Dependendo de certas circunstâncias, quero viajar para a Argentina em fevereiro ou fim de janeiro...Mas, não é uma certeza. Voltando ao foco: o Mestrado (ou o destino?). Caso não passe , não será o fim do mundo. O Mestrado é (apenas) uma metonímia. Quero muito passar. Muito. Não só pela oportunidade de dois anos de estudo, a fim de preencher tantas lacunas da minha formação, mas também para buscar novos ares: novas páginas.
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Sinto que vivi um período, de 2002 à 2011, e este está se encerrando agora. É como se eu precisasse buscar uma nova vida, um novo destino....Uma nova seara. De 2004 à 2011, vivi uma intensidade de acontecimentos que, obviamente, repercutiram também de forma somática. Mas isso não nos importa.
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O que quero lhe perguntar, amado leitor, é o seguinte: O que nos une, ainda? O que nos faz compartilhar o mesmo ar? O que faz com que eu saiba como você se sente, como você é, como você sonha, seja lá quem você é, apesar da distância física que nos separa, doce destinatário?
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Qual o destino dos Homens?
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Qual o destino de Deus?
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Boa Noite.
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Observação: doem medula óssea!!! (já sou cadastrada!!!)

Eis o site em memória de Morena Peres:
http://ligadamedulaossea.blogspot.com/2009/04/campanha-em-sorocaba.html
Seja você o milagre que ainda não aconteceu.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A sorte está lançada (III)

São Paulo, Downtow, Fernando Flambart Dllyman.
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Minha terra não tem palmeiras …
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem refúgios,
Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes …
Mas onde o instante de agora?
Mas a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus de minha terra
Eu canto a Canção do Exílio.

(Canção do Exílio - Mário Quintana)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Paixões Estranhas de Sofia

- ha ha ha ha ha...são tantas emoções...
(Roberto Carlos)
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Aos 4...(esboço de paixão que se desenvolveria aos 16...)
*Quem? O afilhado maravilhoso da minha mãe, 9 anos mais velho.
*Como? Quando nasci, ele já existia com aqueles olhos verdes lindos...(o homem mais lindo que já vi...).
*Situação marcante: Quando sua mãe dizia, brincando e já naquela época, que um dia nós nos casaríamos...Então ele me olhava com uma cara de "tadinha"....
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Aos 7...
*Quem? Meu melhor amigo japonês.
*Como? À primeira vista, quando compartilhamos da mesma "carteira-escolar". *Situação marcante: Quando ficamos certa vez, 11 anos depois de conhecê-lo...
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Aos 9...
*Quem? Shiryu de Dragão
*Como? Nas tardes da TV Manchete...
*Situação marcante: Quando ele se cegou e virou uma estrela. Faltei à aula de tanta tristeza.

Aos 12...
*Quem? Jordan Taylor Hanson.
*Como? À primeria vista, após o primeiro mmm.bop...
*Situação marcante: Quando o vi de perto, abracei, beijei e disse que o amava...isso em maio e novembro de 2000 (meu aniversário de 15 anos).
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Aos 15...
*Quem? Meu primeiro quase namorado. O segundo homem mais doce que conheci.
*Como? Fomos apresentados na festa de uma amiga em comum.
*Situação marcante: Sempre que tocava violão pra mim, ao telefone.
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Aos 15-16
*Quem? Meu professor de Inglês
*Como? Durante as aulas de inglês...
*Situação marcante: meu empenho em não faltar à aula alguma...rs (quem me conhece sabe).
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Aos 16...
*Quem? O afilhado da minha mãe (aquele dos 4 aninhos).
*Como? Reencontramos-nos após a descoberta de que ele estava doente. Foi a minha primeira PAIXÃO (digamos que o japonezinho teria sido o primeiro amor...eu e meus rótulos...bah!)
*Situação marcante: nosso último abraço, no dia 24/12/2002. Foi a última vez em que o vi.
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Aos 18...
*Quem? Meu primeiro namorado.
*Como? Éramos (ainda somos) melhores amigos....Nossa, como gostava dele! *Situação marcante: Quando terminamos, porque (eu) "achava" que seria freira...(é...meu passado me condena).
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Aos 19...
* Quem? Aquele que viria a ser o meu terceiro namorado.
*Como? À primeira vista: fulminante...(Minha segunda PAIXÃO).
*Situação marcante: O fato deu saber, à primeira vista, que "era a pessoa".
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Aos 20....
*Quem? Meu segundo namorado.
*Como? Conheci-o num trabalho voluntário e aquilo me ENCANTOU: é um dos homens mais humanos, justos e ...HUMANOS que conheci. Sinto muito orgulho por tê-lo conhecido.
*Situação marcante: Quando visitamos seu trabalho num bairro periférico da cidade. O encantamento que todos tinham pra com ele me admirava...(não sentia ciúmes dele).
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Aos 20/21
*Quem? O retorno do recalcado (enfim, o terceiro namorado).
*Como? Paixão maluca, assincronica, descontextualizada que rolou numa festa de formatura de uma amiga. Dias depois, estávamos namorando. Dias depois, eu estava quase em coma....(sério).
*Situação marcante: Essa relação foi muito especial. Foi a minha segunda PAIXÃO, mas, na realidade, a primeira "real" (isto é, não platônica). Amei demais esse rapaz...(sim, foi amor da minha parte, não só paixão). Terminamos e sofri desumanamente. A situação marcante é...as "ruguinhas adoráveis" que ele tinha na testa...Pensei que fosse o homem da minha vida (HDLPM....BRINKS).
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Ainda aos 20...
*Quem? Meu afilhadinho Milton César Braga.
*Como? Quando nasceu, já o amava, sem explicações.
*Situação marcante: Ele me lembra muito outro rapaz que, não foi uma paixão, mas o meu primeiro amigo-irmão-primo. Lembra-sem-lembrar. Todos os dias em que o vejo são marcantes; amo-o como se fosse meu filho.
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Aos 24...
*Quem? O leitor mais assíduo desse Blog, até o mês passado.
*Como? Coisa de gente a quem falta parafuso. Ficamos uma vez...meses depois, outra vez....meses depois, outra vez...Sentia-me atraída. Enfim, a pessoa mais enrrolada que conheço, aos poucos, fomos nos conhecendo e eu percebi que tínhamos alguma coisa "a mais"(que eu nunca soube explicar bem). Essa "coisa" foi crescendo, aos pouquinhos, de café a café...daí ...acabei me apaixonando. Foi minha terceira PAIXÃO. Com o tempo, vários problemas aconteceram, vários encontros, desencontros...virou uma PAIXÃO CARNAVALIZADA, nunca vou entender. Tempos depois, vi que já era amor (depois de me dar conta de que com ou sem paixão, era a pessoa que no momento eu queria como "homem da minha vida"). É um sentimento sobre o qual ainda não posso "avaliar", porque de certa forma ainda está, está em transição para o "nada"...Mas foi amor, no fim das contas (a paixão era secundária diante dessa tal "coisa" inexplicável; ainda é, talvez).
*Situação engraçada: Quando me contou a história da sua tatuagem. Fui fisgada naquele momento...hoje penso "HDLPM, deve fazer isso com todas!"...(e faz...that´s the point...).
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*Aos 26... Não conto pra não pegar mau-olhado: esse vinga!
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POR FIM: O que todos aqueles homens têm em comum???? Todos me perderam (menos o Milton). Com exceção dos que estão em outro plano, boa parte destes homens vai se casar com meninas fofas, super legais e serão felizes. Alguns já casaram. Já há outra parte que também será feliz, mas antes disso...(suspense!). ERRATA: Não sintam-se ofendidos, parte B, caso venham a ler esse texto de m*...eu também faço parte do grupo de vocês...

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- se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...
(Roberto Carlos)

domingo, 9 de outubro de 2011

Penúltima Estação


*Amor en el tren. Foto de Matteo Montero.

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Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.

Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
Que a mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som

Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
é a chave que sempre esqueço

Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um pro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você

Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor
(O mundo anda tão complicado - Legião Urbana).

domingo, 11 de setembro de 2011

Esquizofrenia

*grito de morte. Por Marta Ferreira.
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Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. Veludosas vozes.Volúpias dos violões, vozes veladas. Vagam nos velhos vórtices, velozes.Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Vozes veladas. 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(Cruz e Souza - Violões que choram).