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terça-feira, 10 de abril de 2012

Fora de órbita

*Fora de órbita. Foto de José Luis Almeida Albuquerque.
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"O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer..."
(Nelson Cavaquinho - Juízo Final).
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Tenho tido a sensação do não-vivido, isto é, tempo perdido. Após um período de extremo stress, involuntariamente sucumbi a um tempo "inertico", onde não é preciso fazer escolhas, apenas encaixar-me no que já está. Tudo me foge, tudo está além - das regras de ortografia mais usuais até o senso de humor que já não é o mesmo; além do terrível sentimento de não ter um lar, um lugar onde se esconder da chuva. Todos os lugares onde estou não são meus, há um limite de liberdade entre eu e o sofá da sala - o que existe na imaginação - uma falta de gratuidade para as coisas mais obivas, fatidicamente "Não tenho onde morar, sou toda dividida".
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Também a estranheza do amor. Amo por teimosia, por desacato, por gosto. Ás vezes não amo, minto e sigo assim. Em outros momentos, a raiva do não dito transborda fazendo de mim pedra, algum ser inóspito e não polido. É quando por falta de certeza ele chega, numa carruagem dessas de abóbora: O amor. Amo sem saber porquê, e o medo de perder é tão grande...Mas ainda assim tenho o incomodo daqueles que, ao não saberem amar bem, preferem amar a si mesmo, por soliedariedade e orgulho. Finjo que não amo para variar.
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Insatisfação crônica. Todas as coisas do mundo fora de lugar, como se - diante do juízo final - minha única saída fosse a de esperar pelo número da salvação. Qual seria, contudo? Um número sonhado, uma data intuída, um animal. Confio na sorte por desconfiar daquilo que tenho ou poderia ter. Aborto uma série de sonhos pela preguiça em mudar a mesa de lugar e tomar as rédias de qualquer coisa que seja. Dentro de mim, sinto-me como um gelo que derrete AOS-POUQUINHOS. Passaria a vida inteira dormindo se houvesse sonho; insone, caminho.
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Prazer. Sinto prazer na felicidade alheia. Como se o universo fosse repleto de filhos e filhas que não tenho e a cada conquista desses, faço-me protagonista pelo desejo compartilhado. É irônico. Quanto mais possibilidades, mais a certeza de que estou cada vez mais longe do que realmente quero, Q-U-E-R-E-R alguma coisa ou a alguém.
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A palavra engasgada. Falta-me memória pras coisas, falta-me jeito pra escrever. Escolhi a profissão errada - penso muitas vezes. Encarnei no corpo que não é meu. Não tenho jeito.
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Aí me vem uma vontade de cozinhar um camelo; aprender a dirigir e a respirar. Poder comprar um sofá em doze prestações e cortar o dedo dez vezes. Amar ou Envanecer. Conspirar a favor do mundo. Dançar até que a morte nos separe.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Para Mãe e Pai

* a importância de ter mãe e pai. Foto de Antonio Vidinha.
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Para Mãe e Pai...

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Minha velha é louca por mim
Só porque eu sou assim
Meu pai, por sua vez
Se liga na minha
E nos "butecos" onde passa
Não dá outro papo

Eu sou o caso deles
Sou eu que esquento a vida deles
No fundo, no fundo
Coloco os velhos no mundo
Boto na realidade
Mostro a eternidade
Senão eles pensavam
Que tudo era "divino maravilhoso"
Levavam tudo na esportiva
Ficavam contanto com a sorte
E não se conformariam com a morte

Minha velha é louca por mim
Só porque eu sou assim!

(Eu sou o Caso deles- Novos Baianos).


segunda-feira, 12 de março de 2012

Sem face


Sem facebook.
O próprio sistema me bloqueou devido a um vírus desconhecido; tentei abrir outra conta, com outro email e o mesmo se sucedeu...
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Aproveitarei essa maré de azar para repensar minha vida virtual.....(piada interna).
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Boa Noite!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sou Loser, mas sou bamba!

*Loser. Sara Gomes.
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Poderia começar o seguinte texto parodiando aquela magnífica canção...."...eu não sei dizer nada por dizer, então eu me f*****". Mas, como agora sou uma dama em estágio probatório, começa-lo-ei assim: "Eu não sei fazer nada por fazer, então eu desisto".
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Após o meu retorno de Boi nos Ares, iniciei uma odisséia pessoal a fim de reorganizar a minha vida - a que continua uma tragicomédia; contudo, confesso que estou numa fase feliz, rindo à toa, experimentando coisas novas, dessas que explodem nas nossas veias, vértebras e corações (esta vai para R e F). Após um dito pelo des-dito, porque sim...."então eu escuto", cansei-me de uma situação que já há tempos perdurava e decidi....falar. Livrei-me de uma semana terrível de sintomas psicossomáticos, os quais ainda insistem em darem as caras pela manhã; mas, resolvi o "pobrema", apenas com uma boa lavada de roupas sujas, olhos lacrimejantes e uma fineza impecável.
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Bem, após a resolução, eis o demônio da dúvida.
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Porque não acredito em Diabo, senão em sua mitificação, aliás, um dos meus objetos de estudo. Porém, caso houvesse que eleger uma representação real do Diabo, esta seria a dúvida. Enquanto Deus se manifesta no SIM ou no NÃO, vomitando as pessoas mornas ou algo do gênero, Satã trabalha com a ótica da dúvida. E sim: conheço Satã pessoalmente há vinte e seis anos.
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Eu quis, eu queria, eu quero, nós queremos, vós não entendeis, eles não imaginam - Tu sabes, eu desisti antes de tentar.
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Tentei até a metade, na verdade, mas dei-me conta de que ...falta alguma coisa. Poderia ter sido a oportunidade da minha vida, mas hoje, neste instante, falta alguma coisa. Alguma coisa que não coragem, quiçá um pouquinho de medo acrescido por fatores práticos...Ás vezes não se pode mais trocar o certo pelo incerto, conformando-se assim com uma única pomba-gira na mão ao invés de duas voando. Não cabe aqui o fator fácil ou difícil; mas sim custo-benefício. E neste momento, (suspiro) eu desisti.
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Mas percebo um certo charme nas pessoas que desistem de seus objetivos, não acham? Aliás, acho super sexy a ideia de desistência. É como dizer a si mesma "Desisto porque sei que a felicidade plena não me satisfaz, 'eu gosto é do estrago' ".
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Este texto é apenas um desabafo, infelizmente, por motivo de forças menores, maiores e equivalentes, não posso entrar em detalhes a respeito do que se sucedeu. O fato é que esta perda me dói o estômago, a coluna; chateia-me. Mas o medo que tenho é de que ela me conduza a uma perda ainda maior (eu não queria perder....você me adivinha? vê?)....o que provavelmente há de acontecer, por quê?
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Porque TODOS SOMOS LOSEEEEEEEEEEEEERSSSSSSSSS, certas vezes na vida, e daí?
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Felicidade é coisa de novela!! Estudar o regimento do ensino público no Brasil é que é legalssss! Tudo estará, a partir de então, nas mãos do Deus que habita o Μόντε Capes...
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Bom dia! = (

quinta-feira, 8 de março de 2012

XV: Como no céu vai sumindo...

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
[...]
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
(Poema XV - Pablo Neruda)
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"Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que veja a Rua XV

E o progresso de São Paulo."

(Canção do Exílio - Oswald de Andrade).


segunda-feira, 5 de março de 2012

A Ogra adormecida

*domínio público
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"Já até sei sonhar,
Já sei beijar de língua,
Agora só me resta namorar....
[...]
Não sei onde ficar,
Não sei aonde ir,
Mas f**, tenho que recomeçar".
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- É tempo de despertar, Ogra adormecida!
A vida recomeça.... Tudo de novo!
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Boa sorte pra mim!

Boa Noite!

A minha espada é a pena.


*Arquivo pessoal. Dez de novembro de 2000. 17:15
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A Estela, pela cumplicidade
E a Cláudia, por me ensinar a adolescência...
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Certo dia, uma de minhas professoras de Ballet, a que mais amava até então (porque tenho atração por pessoas detestáveis), disse-me no meio de uma aula, repleta de outras garotas (aliás, interrompeu o velho gravador , visto que não tínhamos um piano, para fazê-lo):
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- Amanda. Você tem que entender que é apenas uma menina da periferia do Jardim Apurá e que enquanto está aí, apaixonada por esses meninos, eles estão nos Estados Unidos fazendo dinheiro e você, pobre mortal, nunca os verá na sua vida. Conforme-se."
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Tinha doze anos, talvez treze. Naquela época, era alucinada por uma banda de pop/rock chamada Hanson, sim leitor das antigas, aqueles loirinhos de Oklahoma. Minha paixão não era lá das mais sadias. Lembro-me que comprava tudo o que se vendia sobre eles, de revistas a dvd´s e, houve inclusive um episódio fantástico onde manipulei uma classe de 40 alunos, 40 bons amigos para que escrevessem para mim a seguinte frase "Eu quero conhecer o Hanson", ou algo assim, a fim de que montássemos uma carta quilométrica para uma promoção de uma rádio paulistana. A carta com a maior quilometragem - que não foi a minha - levaria suas vitoriosas escritoras a um encontro com os caras num hotel em Ipanema. Não foi daquela vez, e, como sempre, desfiz-me em lágrimas de dar dó à vizinhança e aos donos do Colégio onde estudei por onze anos.
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Havia também naquela época um programa pieguíssimo do Silvio Santos "Em nome do Amor", em que vez ou outra, a produção do SBT financiava encontros entre fãs e ídolos. Durante quatro ou cinco anos, cultivei o hábito de escrever para o tal programa vinte cartas por mês, explicando a minha necessidade vital de estar perto daqueles meninos, ainda que um abismo linguístico nos separasse.
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Interessei-me por inglês.
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Deixei o cabelo crescer, como o da suposta namorada de um deles.
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Fiz duas melhores amigas naquele período, amigas de uma vida.
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Pois bem. O tempo passava e nada de vencer as promoções. Participava de todas, porém a sorte não tocara, ainda, a minha porta. Até que um dia, simbolicamente, encontro na classe de Ballet um trevo de quatro folhas. Coincidência ou não, as coisas mudaram a partir daquele dia.
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Quando a tal professora me dissera aquilo - a que inclusive cursava psicologia na época (mas devia estar no primeiro período do curso, para dizer a uma menina de doze anos tamanha insensatez), calei-me. Eu, que sempre contara todas as coisas da minha vida a meus pais, amigos, transeuntes, calei-me por vergonha. De quê? Não sei. Éramos de classe média. De certo não tinha dinheiro com o qual pudesse me mudar para Oklahoma e acampar frente à casa do meu futuro marido e cunhados, mas não era só isso: quiçá ódio. Poucas vezes em vida senti tamanho ódio; e, por consequência, minha necessidade de palavra se exilou, limitando-se ao olhar seco, sem lágrima, insônia ou réplica.
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Para resumir, no ano de 2000, minhas duas amigas inseparáveis e outra amiga descobrimos a vinda da tríade gringa para o Brasil e logo não medimos esforços: gravamos um vídeo implorando para conhecê-los pessoalmente e fomos a TODAS as mídias televisivas, e também radiofônicas, a fim de distribuir o tal vídeo. Acampávamos na MTV. Fizemos amigos famosos, Sabrina Paraltore, Bruce Dickson do Iron Maden (meus amigos homens mal acreditaram nisso....). E dessa forma, com nosso charme, choro e ranger de dentes, fomos à luta. Era o meu sonho, o sonho de uma menina bailarina de 14 anos.
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Um belo dia, minha amiga Cláudia, hoje mamãe, telefonou-me dizendo que nosso vídeo fora selecionado pelo programa Zapping, da TV Record, apresentado na época pela bonitona da Virgínia Novick. Creio que tenha sido um dos dias mais felizes da minha vida, antes mesmo do encontro, apenas pela espera, pela certeza do que estaria por vir...pelo desejo que nascia ali.
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Fomos nós: Estela (minha amiga japa-linda), Cláudia (a mamãe coruja), Raquel (por onde andas?) e eu, Amanda (a mestranda sempre em crise). Levaram-nos ao Programa Livre, no SBT, e depois nos bastidores, fizemos com os rapazes uma curtíssima entrevista, na qual pude exibir o meu limitado inglês (mas que naquela época até tinha certo brio). Fui elogiada, inclusive, mas isso é papo para outro post.
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Questão de minutos, o produtor dos caras, escrotíssimo, entra no "camarim" e ordena que saíssemos, pois estavam atrasados, etc, uma grande confusão. Não houve tempo sequer para fotos, o que me causou meses de frustração. Porém, como escorpiana que sou.....pedi aos meninos, aos meus meninos, que autográfassem uma sapatilha de Ballet recém usada. Queria um autógrafo na sapatilha.
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Semanas depois, quando a notícia se espalhou e - se houvesse naquela época um Big Brother, certamente eu estaria dentro, ainda que com 14 anos - levei minha sapatilha autografada para a aula de Ballet, deixando-a recostada sobre a barra de exercícios. Eis que chega, então, a professora da fala de abertura dessa crônica. Não lhe disse uma palavra. Ela apenas olhou e sorriu, compreendendo o que se passou, alimentada pelo comentário eufórico de minhas amigas.
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Apenas a observei, já aos quatorze anos....no fundo daqueles olhos tão azuis, como se dissesse...."nunca mais me subestime".
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Tempos depois, no meu aniversário de quinze anos, imaginem? Filha única, mamãe sonhando uma super festa de debutantes, papai mão de vaca (ele que não me leia) alegando "não tenho dinheiro, não tenho dinheiro". Que importava? Queria meu pai me presentear com uma viagem....Mas, a única coisa que desejava era estar com eles - com o Hanson. Participei de todas as promoções, dormi na rua, quase fiquei nua num programa de TV....toda a odisséia se repetiu, como num movimento circular, embora ainda não soubesse que voltariam ao Brasil no mês de novembro.
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A minha espada é a pena.
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Havia uma promoção de uma revista - Atrevida Hot - cuja proposta era a de que escrevêssemos uma estória em quadrinhos com o tema "Meu encontro com o Hanson". Nunca fui boa para desenhos, nunca gostei, na realidade....Então, tive o insight da minha vida: uma fotonovela. Convenci a três amigos negros que se vestissem como Hanson, usando perucas feitas por mim e uma amiga com papel crepom amarelo. Criei a história. Era meu aniverário de quinze anos e não me recordo muito bem, mas a ideia era a de que eles voltavam do Rio de Janeiro (...e por isso a corzinha bronzeada) para a minha festa de aniversário. No meio da fotonovela, havia certidão de nascimento e tudo!
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Mobilizei todo o Colégio para fazê-lo: de amigos até o "tio da perua", que se parecia muito com um artista brasileiro deixando meu texto ainda mais verossímil.
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Enquanto dormia na rua, na fila do Credicard Hall (revesava com minha amiga "mãe" e a "japa" para obtermos os melhores lugares no show), ligo para casa, de um orelhão, e minha mãe, sem se dar conta do que me esperava, disse: - Amanda...ligou uma mulher aqui de nao sei quê Hot....parece que você ganhou alguma coisa.
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Estremeci.
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Não pude comemorar porque havia a minha espera uma centena de outras meninas a fim de usar o orelhão, as que me linxariam (como depois tentaram), caso soubessem que mais uma vez, fui a ganhadora da promoção. Naquele dia, dormi na rua, até que um dos seguranças com pena levou-nos para um espaço do Credicard Hall onde não chovia, porém estava repleto de borrachudos (sim! sou muito alérgica a qualquer um desses bichos chatísssimos). Uma garota disse ao longe, enquanto eu sonhava acordada:
- Quero ver quem será a sortuda que ganhou a promoção da Atrevida Hot.
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Contei somente a uma amiga, Cláudia; mas, para a minha surpresa, no dia seguinte TODA FILA À ESPERA DO SHOW já sabia sobre minha premiação. Decidimos no "palitinho" quem me acompanharia.....(o que foi extremamente difícil, porque amava as duas amigas com a mesma intensidade), venceu a Clau, mas anos depois nossa querida japa se vingou ao tornar-se correspondente internacional e encontrando os caras cinco milhões de vezes sem nós! (bitch!kkkk).
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O encontro estava marcado para o dia 9 de novembro. Mas, não era o suficiente, visto que meu aniversário é no dia 10. Acaso ou não, lei da atração ou não, ligaram-me da produção da revista avisando-me de um imprevisto..."Ai Amanda! Não fica triste!!! Mas nosso encontro será adiado para amanhã, às 17, ok?"
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Bom, queridos leitores imaturos.....Eu nasci no dia 10 de novembro, exatamente às 17:15. Não preciso dizer o quanto foi maravilhoso! Era aniversário de un dos integrantes além do meu....Deram-me os parabéns, conversaram conosco, e sim! fotos, muitas fotos. Depois, o show pago pela promoção...e no dia seguinte, outro show, agora presente de 15 anos.
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Tudo isso apenas para dizer que....Sou uma pessoa com uma baixa auto estima, confesso. Mas as poucas vezes em que me concentrei em algo...."o fiz". Nunca perdoei aquela educadora por tamanha "humilhação". Na verdade, não me senti humilhada - geralmente não tenho esse tipo de sentimento - mas hoje, sei que se houvesse contado a meus pais a coisa teria sido diferente. E se houvesse tal fato ocorrido com uma filha, minha filha imaginária, processaria aquela mulher, sem mais. Sei que provavelmente nunca lerá esse texto, a professora de Ballet - de lindos olhos azuis - mas adoraria se o fizesse.
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Não perdoei a educadora, mas perdoei a mãe, a amiga, a bailarina. Porque todos erramos quando queremos acertar. Ás vezes.
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Sou uma pessoa naturalmente vingativa, mas minha vingança é a pena, é a escrita. Nos últimos anos passei por situações parecidas, de desconforto e subestimação, e a única coisa que fiz foi escrever.....pequei pelo excesso, reconheço....mas é a única coisa - respondendo a meu amigo Paulo - que me relaxa, sem pretensões literárias ou carnavalescas.
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Escrevo desnudada, como uma criança de seis anos.
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Foi uma aventura feliz. Dos 11 aos 16. Após isso, o mundo real me tocou, as pessoas reais, os relacionamentos reais, as perdas reais. Mas sempre tive - e manterei - um pé no lado de lá....no lado da fantasia.
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E sim.....sou sonsa, tonta, e um tanto inconsequente....
até que me subestimem.

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Buenas Noches!

sábado, 3 de março de 2012

AMOR, CAFÉS e ÁRVORES




*A sombra de um sonho. Foto de Isabel Nunes.
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Sobre Felicidade.
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Estava em Buenos Aires. Por que? Porque era um sonho e sou o tipo de pessoa cuja ideia de morte me faz muito caso, isto é, tento estar preparada para o dia que a moça de capuz (porque é uma moça, certamente, e de capuz) bater a minha porta). Não tinha dinheiro, porém não queria mais esperar para realizar o sonho de passar um mês em terras estrangeiras, estudando espanhol, conhecendo pessoas e, ainda que por "boludice" da minha parte não tenha ido à casa Borges, fui à casa Gardel e já me foi o suficiente para as recordações de uma vida. Aos poucos postarei algumas fotos, mas o fato é que este post de abertura do terceiro ano do nosso Sofia de Buteco não é especificamente sobre Buenos Aires, mas sim sobre a tal da felicidade, a inexistência dela, exceto em pequenos momentos quase despistados, singelos, como ratinhos que se escondem de nossas miradas durante o dia para fazerem-se donos de nós mesmos ao longo da noite. Não vou bancar a estrangeira, mas, depois de um mês tentando escrever apenas em espanhol, sinto um desconforto com minha própria língua, o que é natural, afinal de contas: todas são línguas, mas cada uma delas com suas devidas particularidades...ora mais charmosas, oras menos, por isso perdoem-me, novos leitores!
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Não sei quando fui fisgada - por aquela cidade. Não fui à "naturaleza", não escalei montanhas, não conheci à Patagônia. Certo dia, sentei-me sozinha num café, o "Café del Árbol", em San Telmo, pedi um litro de Quilmes e três empanadas - todas as três de carne, minhas preferidas. Perto de mim havia um grupo de jazz, na praça que reúne todos os cafés, e, um pouco mais ao longe, um rapaz com uma flauta. Uma espécie de bicho grilo porteño pediu para que compartilhássemos a mesa, não o impedi, conversamos em meu escasso portuñol...até que se deu conta de que não lhe pagaria bebida alguma e tampouco iria para a cama com ele. Havia também um lindo garçom , quiçá flertando comigo, quiçá não, e, o mais importante, senão essencial: árvores por todos os cantos, pessoas de todos os cantos do globo....e tango em todos os cantos da praça (porque era uma praça que tinha cantos, leitores, não me questionem).
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E foi ali, sozinha, sem minhas amigas holandesas e meus amigos brasileiros, venezuelanos, porteños, alemães, norte americanos, que senti pela primeira vez em muito tempo o tocar da felicidade em minha vida. Fora tão fugaz como uma folha de árvore que nos acaricia as costas delicadamente e depois se esvai com o vento, mas - a sensação de liberdade, de se estar só no mundo sem dever nada a ninguém , de poder escolher aonde ir, a que hora chegar...a quem compartilhar a vida....a vida que não passa de um momento e uma empanada....observar o pequeno universo ao meu redor e perceber que Deus também existe ali, quando criou a torre de babel obrigando-nos a nos adentrar pela cultura do outro a fim de lhes tocar a vida por curiosidade, a alma - isso é felicidade. Sentar num café, pedir uma cerveja com três empanadas de carne, seja em Buenos Aires, seja em Viçosa, seja na Rocinha, seja no "Buteco" do zé (o que fica ao lado da minha casa).
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Estou completamente apaixonada por Buenos Aires, como uma criança que nunca viu o mar. Aliás, nunca me interessei pelo mar - nunca soube nadar. Há pouco, fui a Miraí passar o carnaval com amigos e eis que me sucede o desastre: a cachoeira....tenho medo de água. Não tenho medo da morte, mas tenho medo de morrer afogada e sim, não é necessário nadar em cachoeiras, mas a sensação é a mesma de estar próxima a um abismo aquático infindo.
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O bem mais valioso que trouxe de Buenos Aires, além dos amigos, foi a língua. Do pouco que aprendi, como uma preciosista, quero conservá-lo, quero que não se estrague, como uma série de conchinhas que guardamos numa dessas caixas de avó até que o tempo nos faça adultos. Quero estudar. Quero ter um espanhol fluente, não por outrem, senão por mim mesma quem me apaixonei profundamente por esta língua, esta cultura, literatura e por aquela gente....
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Uma gente que sai às ruas de segunda a segunda protestando por suas vidas...pelo preço do metrô, pelo direito de ser um "mantero", pelo direito de não ter os seus filhos mortos por policiais em uma passeata - isto em frente da imponente Casa Rosada do Governo "Peron"....a casa que devo ter visitado cinco mil vezes devido a falta nata de referência que tenho pras coisas práticas (em qualquer parte do mundo...).
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Cheguei ao Brasil e decidi morar sozinha. Em república. Mas que trabalho isso tem me dado.....Também comecei um relacionamento sério, sim , um namoro - mas já sinto o prelúdio do trabalho que isso nos dará. É uma pessoa ótima...talvez a melhor que já tenha conhecido. O mestrado inicia e já sinto nas vertebras, no intestino, nas articulações, no estômago, em todas as partes do corpo o trabalho que isso também dará. Hoje tenho diarréia e vômito; ontem, dor de cabeça; antes de ontem, febre....e por aí vai minha primeira semana de mestranda! E por fim, a escolha, a tal de ecolha: manter tudo isso ou jogar todas las cosas por terra, a fim da tal felicidade?
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(telefone)
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(era a minha chefe que quase por equívoco me demitiu por ser - o meu nome - tão trivial).
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Sou ninguém.
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O que é felicidade?
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Para mim, depois de tanta procura....descobri como numa revelação biblíca, epifânica, ser nada mais que um conjunto de árvores numa praça, com uma série de artistas-pedintes-de rua, pessoas de todos os cantos...e eu, sozinha, imersa em meus devaneios, bebendo um litro de Quilmes - mas poderia ser água ou Brahma - e três empanadas de carne - que poderiam ser coxinhas ou kibes.
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Felicidade pra mim é estar só. É ter alguém a quem amar, mas poder estar só, ao mesmo tempo. É ser respeitada. É ter um "bom dia!" retribuído ao invés de ser tratada com um número numa empresa.
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(Pausa para o banheiro).
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Eu me demitiria de partes da minha vida, caso não necessitasse tanto delas nesse momento.
...e viveria de amor, cafés e árvores.
...
Estamos de volta!
Bom dia!
(e desculpem o vocabulário escasso)

OBS: O layout terrível será mudado no mês de maio, quando completarmos 3 anos de Sofia de Buteco!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dica de filme!

Dica de filme para hoje.....Boa Tarde!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Formatura da cowgirl!!


Ela é mistério, esse jeito sério
Pode esconder uma paixão
Ela é segredo, ela mete medo
Só pra assustar meu coração

Ela é tão bonita, que até Deus dúvida
Dessa sua cara de ruim
Ela é teimosa, ela é toda prosa
E dizem que ela sempre foi assim


Jeito de cowboy num corpo de mulher
Do tipo que não olha pra ninguém
E ela não da trela, mas acho que espera
E sabe que o amor um dia vem

[...]

Não tente dominar não tente segurar
A brasa vai queimar na sua mão
Não sei o que ela traz, mas sei do que é capaz
Aposto que ela é pura emoção

(Pura Emoção - Chitãozinho & Xororó - AFFFF)

....

PARABÉNS PATY!!!!!!!!!!!! AMAMOS VOCÊ!!

























sábado, 7 de janeiro de 2012

NUNCA É TARDE

*Violão Solitário. Natali.
...
Aprendendo a tocar violão.
...
Vê?
...
Nunca é tarde.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Maquiagem é para os fracos!!!

Maquiagem é para os fracos: exibir as olheras de uma noite de bate papo, cervejinha e torta de chocolate não tem preço (Isso às cinco da manhã). Então: Bom dia!
Beijos à prima-irmãzita Bruna

domingo, 1 de janeiro de 2012

Título: E nasce a menina-ano, ou...

*Grávida. Foto de Joana Augusto.
...
,ou...
Os poderes dos ovos de codorna,
ou
Gnomos não fumam cigarro,
ou
O álcool fortalecendo as relações familiares-amorosas-antropofágicas,
ou
Passou dos 25??? Oito dicas de prevenção contra rugas faciais!
ou
Metonímia,
ou
Sinédoque,
ou
?Quien es la "persona non grata" de tu família?,
ou
Mulheres...banheiros...gerações,
ou
Homens...quanto mais velhos sempre iguais,
ou
Felicidade?
ou
O Registro do invisível: expressões,
ou
Reveillon 2012: Fotos
ou
Um bom menino-ano a todos!
ou
E se for menina?
ou
Faça um filho comigo!
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo, domingo!,
ou
FOTOS Reveillon 2012.