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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Jovem que matou a mãe e xingou a imprensa: covardia social.

*E ali estava ele...e chovia. Foto de Helder Costa Real.
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O jovem que matou a mãe e xingou a impresa tem um nome, aliás, um belo nome: Emílio.
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Emílio tem 32 anos e é Paranaense. Viciado em crak e cocaína desde os vinte e dois anos. De acordo com minhas pesquisas, Emílio assassinara a mãe a facadas por ter descoberto que ela usava seus cartões de cédito - especulações.
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Bem. O fato é que há alguns dias o vídeo desse rapaz tem circulado na internet de modo cruel e sensacionalista. Trata-se de uma fala do rapaz, visivelmente alucinado pelo uso de drogas, em que este agride verbalmente os repórteres da TV Bandeirantes.
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- Por que você matou sua mãe?
- Não interessa palhaço! Morre diabo, Morre diabo!
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O novo jargão "morre diabo" transita nos orkut´s da meninada, acompanhado pelo fragmento do vídeo. Há um momento em que Emílio olha para a câmera com tamanho ódio, que só é possível ouvir sua respiração ofegante e desesperada.
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- hahaha! parece um filme de terror! - alguém comentou.
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Penso que as pessoas, isto é, nós, que colocamos esses vídeos em nossos sites de relacionamentos, não o fazemos por mal, obviamente: não deixa de ser engraçado certas situações, certas falas...enfim....eu entendo.
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Mas, pessoalmente, acho de extremo mau gosto e falta de humanidade. O vídeo no orkut? Não, não....isso é apenas uma mísera ponta do iceberg!
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Acho um absurdo a nossa falta de sensibilidade diante da dor e miséria humana; diante da falta de sorte do outro, diante das escolhas mal feitas de um sujeito que nada tem com minha vida, mas que podia ser meu irmão, pai, namorado; filho!
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Um caso desses como o do jovem Emílio merece minimamente nossa atenção e angustia: enquanto "fumamos" nosso beck nas universidades federais do país, ou naquela baladinha, há jovens quem pagam caro pela "nossa" onda. Não quero entrar nessa discussão, porque ela merece uma longa explanação, mas o fato é que ao reproduzirmos a desgraça do outro, um outro que não pode se defender, deixamos de respeitar a essência do sujeito; ou seja, somos socialmente responsáveis pelo estado lastimável em que este se encontra, condicionamos o indivíduo,a partir do momento em que negamos a ele o princípio básico e primário da dignidade humana (para quem crê em qualquer coisa além: é como se matássemos o Deus que habita dentro do outro).
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É perceptível que, além de usuário de drogas, Emílio tem sérios transtornos mentais que mercem cuidados. Acredito sim que ele deva pagar pelos seus atos; porém, é preciso que justiça seja feita de modo coerente com a história da vítima, que neste caso, a meu ver, é Emílio.
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Pensando em nosso cotidiano, estamos cercados por pessoas "diferentes" cujas excetrencidades são transformadas em espetáculo para aqueles que se definem como "normais": há sempre um Rogerinho, Mariazinha, Joãozinho que conhecemos, espetácularizados pela nossa fome de riso. Duas perguntas me surgem:
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1) Onde está a dignidade humana? Daquele quem ri e daquele que é ridicularizado?
2) O que é normalidade mesmo?

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Eu que não sou nada normal, tenho pena de toda essa covardia.
Chega de violência e extermínio de jovens!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

7° SEMINÁRIO DA PASTORAL DA JUVENTUDE!

Querido Leitor,

Pra periferia? pânico? pólvora? pá pá pá!

(GOG- Brasil com P)

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Fazendo uma leitura sincera dos meus vinte e cinco anos de vida, afirmo a vocês que existem apenas 4 coisas nesse mundo pelas quais sou capaz de chorar horas a fio. Sim! há inúmeras outras situações que eu poderia citar; mas, falo aqui sobre um conjunto de fatos imutáveis, "imperecíveis" e extremamente simples, desses que todos trazem nos capítulos obscuros das perfeitas biografias que inventamos para a posteridade! Porque: Há coisas na vida que mudam quando nós menos nos damos conta; contudo, há inúmeras outras resistentes às mais poderosas transformações, visto que nem toda mudança é permanente em si mesma. São essas:
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A) Especiais do Roberto Carlos (os de fim de ano): Faz cinco anos, querido leitor, que criei o estranho hábito de chorar nos especiais do "Rei"....fico emocionada com aquela tríade belíssima: "hoje eu canto as canções que você fez pra mim"/ "Você foi o maior dos meus casos...de todos os abraços..."/ "Por isso corro demais". Quando ele fala da Maria Rita então, sou toda pranto!
B) Injustiças. Todas: Desde a cadela morta por um imbecíl, passando pela homofobia, fanatismo religioso, exclusão social...e etc...etc....
C) Novelas Mexicanas: Sabem o capítulo em que a mocinha retorna do exterior rica, maravilhosa, casada com um milionário e se vingando de todos aqueles que compactuaram para sua infelicidade? A-D-O-R-O! Choro de raiva quando de nada adiantaram todas aquelas "mudanças"; ela sempre acaba, por fim, se deixando levar pela lábia do guapíssimo, porém cafajestíssimo, Fernando Colunga.
D) Seminários da Pastoral da Juventude.
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Neste feriado, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana realizou o seu sétimo seminário. Tendo como centro a campanha "Chega de violência e extermínio de jovens" - também promovida pela PJ, em âmbito nacional, o evento teve como pauta atividades que proporcionaram à juventude de Mariana momentos de reflexão, animação, e, sobretudo: momentos de leitura.
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Leitura? Sim: leitura de vidas, leitura de mundos, leitura de realidades diferentes daquelas que conheciamos, mas que aprendemos a ler e gostar quando estamos diante do outro e do universo que ele é. Gosto desses eventos de maior "convívio", assim como muitos jovens que conheço, dos grupos de base ou não: muitas mudanças importantes são iniciadas nesses seminários, através das sementes que plantamos...
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HIP HOP
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Tive a oportunidade de assessorar uma oficina sobre Literatura e Hip Hop. Com o auxílio do Carlinhos - gente boníssima e profissional mais que competente, vivi uma das experiências mais importantes para a minha formação como pessoa, profissional e qualquer outra coisa que eu puder vir a ser.
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Há tempos tinha o desejo de trabalhar letras de rap a partir de uma perspectiva literária, devido a um projeto com o qual tive contato recentemente. Embora não tenha vivido na pele muitas das temáticas trazidas pelo rap, identifico-me e gosto muito. Aliás, quando morava em São Paulo, muitos dos meus amigos ouviam rap, dançavam, eram DJ´s: foi neste período que tive contato com o movimento, ainda que de leve, por tabela.
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Mas a minha perspectiva era outra: a leitura, claro! Identificar no rap recursos literários, de modo que poderíamos conceituá-lo como literatura marginal. O rap tem idéia (conteúdo-denúncia), música (rima-forma), imagens;elementos que, para alguns teóricos literatos, são o que fundamentam os textos de poesia. Claro que não queria dar uma aula de literatura: o objetivo era apenas mostrar, instintivamente, a semelhança de textos que, embora de tempos e universos distantes um do outro, são passíveis de conviver dentro da palavra-arte. Outro ponto do movimento que fora trabalhado é a dança de rua, tendo em vista a ídéia de arte que é marginalizada por ser da periferia, mas não menos importante ou bela que a clássica.
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Bem. Ao mesmo tempo, reconheço que em se tratando de "arte", muitas das expressões populares só são reconhecidas e valorizadas quando "aprovadas" pelos acadêmicos, nós, que não temos o menor gabarito de falar de algo que não vivemos em profundidade...Atualmente, muita gente de letras têm se interessado pelo rap a partir desse enfoque "literário": acho bacana a perspectiva, porém, o fato é que só quem vive o rap é que sabe falar de rap....Mas, se consideramos a hipótese de que rap é um tipo de literatura, e que literatura, como já dizia Aristóteles, é universal ....posso ser tocada pelo relato de um MC, de um trovador medieval, ou de um repentista como qualquer outra pessoa.
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Acredito que a nossa oficina atingiu sim o seu objetivo: Apesar d'eu estar sem voz, em função de ter me deparado com uma turma de 15 jovens "hiperativos", dentre os quais apenas 1 se interessava de fato por literatura/leitura, tenho para mim que os outros 14 estavam redondamente enganados sobre a imagem que tinham de si mesmos: Nossa turma, bastante heterogênea, era formada por bons leitores, mas que ainda não haviam "atinado" pra tal! Digo isso porque qualquer leitura literária, fictícia, litúrgica, ou sei lá de que tipo, deve passar primeiramente por uma boa leitura do outro em sua diferença. Ler o diferente, e se emocionar com aquilo que não é nosso, mas que poderia ser e nos toca, automaticamente faz de nós bons leitores de mundo.
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Quanto à dança de rua....é claro que eles também arrasaram!
Confete à parte....percebi, por fim, que os assessores na verdade não eram eu (o Carlos sim, obviamente). Nossa turma trazia meninos já do movimento, e também meninos que, embora não o conhecessem, também se sentiram tocados pela denúncia, rima, imagens...beleza, da mesma forma que eu. (resumindo:esse povo da academia às vezes cisma em ensinar o padre nosso ao vigário...).

SINOS
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Engraçado foi perceber que não estávamos nada distantes. Jovens haviam sido responsáveis pela ornamentação do espaço, pela liturgia, pela metodologia do seminário; também escreveram sobre o evento em suas oficinas, da mesma forma outros jovens optaram pela dança, ou pela discussão "social" nas mesmas; sem contar outros tantos que não queriam nada com nada e usavam o horário das oficinas para simularem uma prolongada ida ao banheiro...
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Jovens que se conheceram no seminário, como se já fossem amigos de longa data; desses amigos que fazemos, no final, sempre descobrimos um ou dois que se tornam os "melhores', os irmãos. Muitos peguetes, ficantes, rolos se formaram, assim naturalmente; muitos desses "profundos" amores não passarão de amigos de orkut e nicks de MSN...não sobem a serra! Outros porém, levarão a longos namoros, que darão errado ou não.
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Muita meninada dançando loucamente, gritando, fazendo festa; e também outra meninada mais quietinha...pensando na morte da bezerra, imaginando se aquela pirigueti tá ou não tá de olho no meu peguete.....
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Muita gente dormindo cedo, acordando cedo, levando todos os materiais para todos os momentos, seguindo todas as regras; e claro...muita gente fugindo pro barzinho, driblando a coordenação e namorando escondido....e etc....etc.....
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Gente que adorava falar ao microfone, fazer show, fazer bonito; outras gentes que faziam bonito consigo mesmo, em silêncio, secretamente.
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Como disse, engraçado foi perceber que não estávamos nada distantes. Já passei por todas as situações citadas acima: de um lado ou do outro. E não será essa a graça? Enquanto assistia à plenária de avaliação, reconheci-me em uma jovem quem representava sua oficina, partilhando a experiência de missão: o jeito de falar, as gírias "tipo isso...tipo aquilo....", o modo meio "desastrado" de se expressar, mas um desastrado que toca. Quando eu era mais nova, há seis anos, acho que fui um pouco assim! Engraçado esse espelho que a Pastoral também é...continuidade...semente.
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Enfim....um feriado especial, cheio de boas sementes, boas mudanças, bons encontros, boas idéias, boas certezas....e boas leituras!
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Fica a saudade, que faz com que a gente amplie um pouco mais a nossa capacidade de memória; esta que é fundamental para se tranformar uma história....seja de amor, de denúncia, de teatro, de dança, de oração; história em verso ou em prosa.
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"Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
[...]
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
(Fernando Pessoa).
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OBS: Gostei muito do barulho de sino, ecoando na casa paroquial (eu amo barulho de sino!)
OBS 2: CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DNJ, Dilma, Destino dos Homens.

Acho que estou anêmica.
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Estou terrivelmente cansada e pálida, o que já extrapolou minha condição mental, materializando-se fisicamente. Minha mãe, que não é boba, embora se faça de, ontem me fez um suco de cenoura. Meu estranhamento foi grande, apesar da obviedade de sua tática: misturar a cenoura à laranja, fazendo um suco híbrido, porém concentrando as vitaminas de ambas frutas, infalível para anêmicos - ela imagina.
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Ao longo da vida, o ser humano tende a fazer essas coisas: revestir a verdade em camadas de mentirinha bem contada; verdade que só será descoberta muito tempo depois. A função da mentira é amenizar a verdade, como doce laranja que ameniza o gosto de cenoura.
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Pois bem.
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Este ano o Dia Nacional da Juventude nos trouxe como tema "Celebrando a Memória e Transformando a História". A Região Leste realizou o seu DNJ na cidade de Matipó, no dia 24 de outubro.
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Contamos com a presença de mais ou menos 1000 pessoas vindas de todos os cantos da região. Para mim, uma das organizadoras e animadoras do evento (ainda que bem amadora nessa coisa de animação), foi uma experiência emocionante ver todos aqueles jovens, cada um com suas cores e sonhos, juntos cantando, dançando, cheios de vontade e alma. Sempre me sinto assim nesses eventos de massa da Pastoral da Juventude, o que me leva a concluir que sou realmente uma péssima coordenadora de base - qualquer base - só me emociono com a massa.
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Isto é mentira.
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Após a caminhada inicial, participamos de uma bela celebração. Em seguida, almoço e apresentações culturais: rap, dança de rua, dança contemporânea, dança afro, mpb (voz e violão), pop rock, lambada...e por aí vai.
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Penso que foi um DNJ bem diversificado, trazendo apresentações vindas de todas as culturas, o que acho que foi o mais válido, em se tratando de animação: Todo jovem tem direito de acesso a todas as culturas, igualmente valiosas. O sujeito pode ser apaixonado por funk, mas ele deve conhecer dança contemporânea e os clássicos sim; da mesma forma que o sujeito pode ser da zona rural, mas é preciso que ele tenha acesso a todos os tipos de "cultura", a fim de que ele saiba utilizá-las cada uma em seu devido contexto, caso lhe seja de interesse. O mesmo vale para o sujeito da zona urbana, que deve conhecer suas raízes sócio-culturais.
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Essa palavra contexto traz uma maldição cosnsigo.
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Lembro-me das polêmicas a respeito dos discursos dos atuais candidatos à presidência. Ambos com falas descontextualizadas; ambos apropriando-se da religiosidade popular para auto projeção.
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Igreja e política sempre andaram juntas e todos sabem disso; o importante é perceber quando tal aliança nos traz benefícios ou malefícios. A igreja, a meu ver, deve sim opinar nas questões sociais, visto que é de responsábilidade da igreja também orientar o sujeito do ponto de vista social, material. Uma igreja que direciona sua "fala" somente para fins "salvacionistas", para mim pouco tem de Deus.
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Que bom que somos Dilma, primeira presidente mulher do nosso país.
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Votei na Dilma, mas confesso que vislumbrava Marina para presidência. Acho que falta à Dilma atributos de liderança os quais são nítidos em Lula: carisma, mística, memória - atributos que prevejo em Marina.
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Não participei assiduamente da corrida eleitoral, restringindo meu patriotismo ao último debate dos candidatos. O que achei? Bem...se de um lado tinhamos propostas Tucanas totalmente utópicas, do ponto de vista do DISCURSO, achei a fala de Dilma muito vaga....o tempo todo ela utilizava recursos retóricos para ganhar tempo ou por não saber o que falar: clichês, lugares extremamente comuns, necessidade de afirmação.
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Claro que isso não quer dizer muita coisa, Serra é velho de guerra, sabe como lidar melhor com o fator tempo e pressão em debates tão importantes como fora aquele; logo, minha observação não é válida, leitor petista; não passam de observações de uma estudante de Letras.
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O importante agora é Celebrar a memória e Transformar a História. Celebrar a memória dos mártires que nos trouxeram até aqui, nossa primeira "presidenta"; mas, não nos deixarmos envaidecer por esse resgate: a memória não deve entorpecer, paralisar...mas sim fomentar a luta, a mudança dos destinos.
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Ontem assisti a vários filmes fantásticos, que mais tarde postarei aqui. Um deles, escrito e dirigido por Woddy Allen é "O Sonho de Cassandra" (2008). Interessante como o filme sequencia os elementos da tragédia grega: peripécias, reconhecimentos, catarses; a idéia de temor e pena proposta por Aristóteles....a representação de roda da fortuna e os laços familiares indissolúveis.
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Estou numa fase ruim, ruim mesmo. Mas se não for TPM, acredito que seja anemia, cansaço e um pouco de preguiça.
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Recebi uma notícia esses dias que mexeu muito comigo, fazendo-me retornar às minhas memórias com o claro intuito de transformá-las...mas, essa é a dificuldade: certas memórias nos exigem mais tempo do que imaginamos para serem tranformadas, "mudando" histórias... como verdade revestida em mentirinhas...
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Até que o tempo passe, muita cenoura com gosto de laranja nos será preciso; mas, um dia, o gosto da cenoura não será mais ruim.
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Bom Dia!

domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre o DNJ (Parte I).


Querido curioso leitor...

Acabei de chegar em casa....
Estou realmente cansada, necessitando urgentemente de banho, noite de sono, com ou sem sonho.
Passo aqui só pra aviso aos navegantes de plantão: DIA NACIONAL DA JUVENTUDE?

DEU TUDO CERTO!! FOI ÓTIMO E EMOCIONANTE....

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Em breve, cobertura completa no Sofia!

Boa Noite!

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2010!!!!!!


*Juventude. Foto de Juliana Galuccio.
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DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2010:
CELEBRANDO A MEMÓRIA E TRANSFORMANDO A HISTÓRIA!!!!!!!!!
(O tema mais lindo de todos os anos.....tinha que ser no ano dos meus 25!! hehe).
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Aqui vamos nozes!
Informações?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

UVA PASSA.


Essa foto foi tirada no ano de 2009, em uma reunião da coordenação regional da Pastoral da Juventude.


Peço "licença" a todos os amigos para postá-la aqui; gosto muito dessa foto, porque ela representa um tempo muito bacana que vivi...(sem contar que estou muito bonita...tinha acabado de chegar da praia e estava da cor do pecado...hehe).

Meu Deus! O tempo voa....

Esse ano a PJ organizará um seminário arquidiocesano e um DNJ regional.

Eu, como sempre, estou toda labirinto....(modo poético de dizer que estou perdida e com preguiça de me achar).

Lembranças de bons tempos...mas ainda bem que tudo passa...

Até uva.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Viver é perigoso"

"Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difí­cil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra."
(Guimarães Rosa)


Falar da Julya é sempre difícil, porque é também falar de mim e das nossas conversas sobre a vida e o inexplicável; conversas sobre sexo, morte, Teologia da Libertação, Hebert, Julya e também Julya, Hebert, ele e eu.
Liberdade é, a meu ver, a palavra que define melhor esta minha amiga; liberdade de escolha e de se fazer sempre presente na vida do outro; liberdade de apostar tudo no lado bom da moeda; liberdade com o olhar...olhar que liberta, olhar que ainda me liberta, apesar deste ter me cativado para o todo sempre...

Conhecemo-nos numa missa na Paróquia São Silvestre. Julya era, até então, aos meus olhos tão necessitados de rótulos e superficialidades, uma patricinha chatinha: sempre vestida de rosa e acompanhada pelas amiguinhas não menos frescas. A menina não me inspirava muita simpatia; mas, algo me chamava atenção na moça, sendo este algo uma corrente assustadora que ela trazia consigo no braço. Julya era carismática e tornara-se carismática após um longo período de militância na Pastoral da Juventude. Na época, isso não fazia muita diferença para mim, já que estava ainda num processo de “namoro” com a Pastoral da Juventude....mas, a corrente me intrigava e um dia perguntei a ela o porquê de tal adereço, tão disforme e que em nada combinava com suas roupas pinks e sua tez rosada.


Tratava-se, se bem me recordo, de uma corrente de uma tal congregação chamada “Escravas de Maria”. Julya ingressara nessa congregação, leiga, e a corrente era um símbolo de compromisso para com Maria, um despojamento tal qual o do “escravo”, no sentido de devoção e servidão eterna. “Estranho....” pensei...que liberdade é esta que aprisiona? Que não me mostra escolha? Que me faz usar uma corrente dessas? Não lembro, leitor, o que disse a menina; espero não te-la ofendido, porque sou muito limitada em certas ocasiões, com a minha fala e minha postura de “amiga”. Mas, seja lá o que eu disse a ela, alguma coisa aconteceu a partir de então.

Reencontrei Julya após este incidente numa missa, porque no início de nossa amizade, só nos víamos assim, e, surpreendi-me ao notar a ausência da tal corrente. “Eu pensei no que você me disse, e acho que você tem razão: eu não preciso dessa corrente”. Naquele instante, Julya Victor acabara de me libertar de uma das minhas prisões mais obscuras; e a partir de então, nos tornaríamos amigas.

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

Eu acabara de chegar em Viçosa, e havia caído de pára-quedas na Pastoral da Juventude, no grupo de base e simultaneamente na coordenação regional. Não conhecia muita gente, mas já sentia uma deliciosa afinidade por algumas pessoas que muito me lembravam meus amigos Vicentinos, tão subversivos e amados. Julya me contava suas histórias, me emprestava sua Bíblia, seu adesivo da Pastoral da Juventude; falava das pessoas que eu haveria de conhecer, dentre elas, por exemplo, um tal rapaz com “boquinha de morango” que era o mais “gatinho” de toda a PJ, sendo o seu único “defeito” o fato de ter namorada..... “mas é lindo, Amanda!!...você vai ver só!!!!”

Eu não conhecia a Teologia da Libertação. Em São Paulo, durante os anos que fui Vicentina, deparei-me com um grupo de jovens e de pessoas que viviam essa experiência libertadora, que muito me tocava, mas eu não entendia isto como uma escolha eclesial, achava que era uma característica espontânea daquele meio...não sei.
Meus amigos usavam o anel preto; o anel de tucum. Sempre quis um anel daquele, embora só conhecesse o seu simbolismo de amizade...esperei dois anos para ganhá-lo de um dos meus amigos - porque reza a lenda que este anel deve ser recebido como um presente e nunca comprado. Eu sentia muita vontade de ter um anel daqueles – embora não soubesse o porquê. Nunca ganhei o tal anel.

Julya me falava de Frei Betto, de política, de Leonardo Boff.....Julya, que era carismática e que ao mesmo tempo sonhava em integrar o Fé e Política no futuro, me apresentava a militância....seria possível? Sim, seria! Depois de dois anos de amizade, nos prometemos, durante o curso de extensão APOENA, que faríamos parte do Fé e Política juntas! Éramos fãs, aliás, “somos” fãs incondicionais da Graça Andreatta, nossa tutora para assuntos políticos e de cunho "feministico" (saudade da Graça...).

Sendo assim, com o seu jeito manso e profundo, Julya me mostrou o que era PJ, CEBS, forania, região, arquidiocese...Dom Luciano Mendes de Almeida.......aos poucos, ela abandonara o tom rosa e passou a vestir-se com outras cores, tão bonitas quanto, como o preto, o vermelho, o branco – aos poucos, Julya tornou-se um mulherão aos meus olhos, e aos olhos de todos a quem ela delicadamente acolhia em sua vida.

HORIZONTE DISTANTE

Julya nasceu cega. Não havia perspectiva de que voltasse a enxergar; mas ela voltou. Sempre que ouvia a música “Horizonte distante”, dos Los Hermanos, me lembrava dela. Nossa amizade foi bem particular; nunca saímos juntas, por exemplo. Sempre tentávamos combinar..mas simplesmente, nunca dava certo. Nós nos encontravamos casualmenente. Na Pastoral da Juventude, na lotação, nos churrascos e festas dos amigos; eu à visitava, algo que adorava fazer; já ela, nunca me retribuiu uma só visita. Emprestávamos coisas uma à outra. Ela me empretou o cd da Rita Ribeiro, este que não devolvi; eu não a emprestei o cd da Sara Bentes, porque esquecia de pegá-lo em meio a minha bagunça. Julya cantava, como um passarinho. Eu emprestei a ela uma linda saia que foi usada por minha amiga num festival de música em Viçosa.

Julya queria formar-se em fisioterapia e trabalhar na roça. Para mim, ouvir isso dela foi a consagração da minha admiração pela moça, que queria trabalhar pelo pobre e pelo oprimido, por tudo aquilo que na época eu acreditava – e que ainda acredito, apesar da minha fase “arroz de festa”. Julya me apresentou a Escola Família Agrícola também...e os trabalhos da extensão rural. Julya foi a minha amiga "humanizante", aquela que me deu o meu primeiro anel de tucum, ainda que através das mãos de outrem.

Julya acompanhou o meu pré-namoro, o meu namoro, a minha crise do namoro, e, pelo que sei, foi informada no carnaval de que o meu namoro havia terminado. Não tivemos tempo de conversar sobre isso, o que talvez tenha sido uma boa tática de Deus. Ela acompanhou a minha crise de bipolaridade, os meus aniversários, os nomes dos meus filhos – Julya e Hebert. O meu lítio diário de cada dia, a minha leitura teológica das coisas.

Eu acompanhei o início do namoro dela com o Hebert, e todo o desafio que isto implicou. Um homem mais velho, de outra religião, que já havia sido casado, com filhos...com outra realidade. Conversamos muito. E fico feliz pelas escolhas que minha amiga fez.
Eu também acompanhei o seu remédio para Lupus, tão necessário de cada dia quanto o meu Lítio. A diferença é que o remédio dela a fazia emagrecer, diferente do meu Lítiio...
Éramos mulheres ansiosas.
CORES

Julya faleceu no dia 02 de março de 2009 em Belo Horizonte, atropelada por um carro, no dia da minha conversa "fatídica" com o meu ex namorado - o rapaz da boca de morango. Nunca soube como acontecera de fato.
Julya deixou uma legião de amigos, um noivo, uma família linda, uma formatura e carreira brilhante e muitas cores, muitos mundos novos que ela nos apresentou.

Hoje senti uma grande necessidade de falar sobre esta amiga, porque a sinto perto de mim, e diante das situaçãoes as quais tenho vivido, gostaria de senti-la ainda mais próxima.
Passamos tanto tempo na vida à mercê de uma série de convenções, de tabus, de correntes, de preconceitos e simplesmente esquecemos de viver. Pode ser que não dê tempo de mudar a rota desta travessia: morrer com a palavra presa na garganta não há de ser bom...
Apesar dos 20 poucos anos com que nos deixou, Julya viveu intensamente.
Eu, às vezes me acho tão quadrada, tão medrosa, tão negligente, sobretudo comigo mesma, que percebo uma corrente ainda no meu pulso, precisando ser rompida, mas não sei, ainda, como fazê-lo.

....a vida é tão bonita..
.amar é tão bom....
estudar...trabalhar...crescer.....sofrer....ganhar....perder.....
ter amigos...família....segredos.......é preciso que mais gente tenha acesso à vida e a toda a liberdade que a Julya me trouxe.
É preciso mudar o rumo da prosa, da travessia deste sertão; mudar o nome da morte, das coisas e das pessoas se for preciso; mudar o nosso próprio nome (minha amiga mudou seu nome pouco antes de falecer, de Julyan Victor para Julya Victor).
Mudar o olhar, o tom, a roupa velha.

Julya faz aniversário dez dias depois do meu: 20 de novembro de 1985.
Enquanto eu tiver vida, quero contar aos meus filhos – não mais Julya e Hebert, obviamente – do quão privilegiada eu sou por ter conhecido muita gente boa, gente de garra, com um pé no chão e outro nas estrelas....
Julya é essa amiga - rosa, branca e negra - que tanto amo e sempre (se é que o sempre existe) vou amar.
Esteja bem, moça...e se tiver um prazo, em meio as suas aventuras estrelares, cuidando dos pobres e oprimidos de Deus...mande -nos uma mãozinha....estou precisando bater um papo sério contigo....Amém.
*********************
Para Julya....

"Por onde vou guiar
O olhar que não enxerga mais
Dá-me luz, ó Deus do tempo
Dá-me luz, ó Deus do tempo
Nesse momento menor
Pr'eu saber seu redor
A gente quer ver Horizonte distante
A gente quer ver Horizonte distante
Aprumar
Através eu vi
Só o amor é luz
E há de estar daqui
Até alto e amanhã
Quem fica com o tempo
Eu faço dele meu
E não me falta o passo, coração
E não me falta o passo, coração
Avante
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar..."
(Horizonte Distante - Los Hermanos - Marcelo Camelo)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Poética da Libertação....


Brasil Com P
Composição: GOG
Pesquisa publicada prova
Preferencialmente preto
Pobre prostituta pra polícia prender
Pare pense por quê?
Prossigo
Pelas periferias praticam perversidades parceiros
Pm'sPelos palanques políticos prometem prometem
Pura palhaçada
Proveito próprio
Praias programas piscinas palmas
Pra periferia
Pânico pólvora pa pa pa
Primeira página
Preço pago
Pescoço peitos pulmões perfurados
Parece pouco
Pedro Paulo
Profissão pedreiro
Passatempo predileto, pandeiro
Pandeiro parceiro
Preso portando pó passou pelos piores pesadelos
Presídio porões problemas pessoais
Psicológicos perdeu parceiros passado presente
Pais parentes principais pertences
Pc
Político privilegiado presoparecia piada (3x)
Pagou propina pro plantão policial
Passou pelo porta principal
Posso parecer psicopata
Pivô pra perseguição
Prevejo populares portando pistolas
Pronunciando palavrões
Promotores públicos pedindo prisões
Pecado!
Pena prisão perpétua
Palavras pronunciadas
Pelo poeta Periferia
Pelo presente pronunciamento pedimos punição para peixes pequenos poderosospesos pesados
Pedimos principalmente paixão pela pátria prostituída pelos portugueses
Prevenimos!
Posição parcial poderá provocarprotesto paralisações piquetespressão popular
Preocupados?Promovemos passeatas pacificasPalestra panfletamosPassamos perseguições
Perigos por praças palcos
Protestávamos por que privatizaram portos pedágios
Proibido!Policiais petulantes pressionavam
Pancadas pauladas pontapés
Pangarés pisoteando postulavam premios
Pura pilantragem !
Padres pastores promoveram procissões pedindo piedade paciência
Pra população
Parábolas profecias prometiam pétalas paraíso
Predominou o predador
Paramos pensamos profundamente
Por que pobre pesa plástico papel papelão pelo pingado pela passagem pelo pão?
Por que proliferam pragas pelo pais?
Por que presidente por que?
Predominou o predador
Por que? (3x)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Conversa de "gente boa"...(3/11/09)

Hoje tive uma conversa muito legal, que me fez um bem danado.
Na verdade, uma conversa bem tosca. Cheia de recortes, fragmentada....cheia de falo-não-falo...e enrrolação....
[projeto de vida, família, afetividade....pastoral da juventude.....dez xícaras de café.....(o melhor de tudo....)];

Queria saber ouvir mais e falar menos; a escuta é um dom. Acho que o melhor presente que se dá a um amigo é a gratuidade da escuta. Você percebe que a pessoa tá super cansada...cheia de coisas mais importantes para pensar.....talvez até de saco cheio de você...mas ela simplesmente pára e , num gesto de empatia, coloca-se no seu lugar, ainda que diante de situações muito subjetivas. Muitas vezes, apenas se lê aquilo que você já sabe, aquilo que é óbvio mas você quer que alguém que você goste desenhe para você.Meu Deus...como eu queria saber fazer isso! Preciso aprender a escutar mais e falar menos. Aliás...preciso aprender tanta coisa....

Gosto muito desse amigo-assessor-irmão mais velho que, apesar dos vários momentos de "pittis" (vários, vários, vários...ao longo de quase 5 anos) ...(não vou identificá-lo para ele não ficar puto com a referencia, caso ele leia esse post....kkkk), é um cara "gente boa" kkk....

"porque cada passo que dou me transforma num outro algo, tão inesperado quanto o caminho que sigo...."



No mais...Agenda:
quarta: prova de linguística;
quinta: dia "trash" e Leão;
sexta: Mais louco que o Batman;
sábado: Mais louco que o Batman....
domingo: Ressaca da Mais Louco que o Batman e Pastoral da Juventude....
segunda: Ressaca da Mais Louco que o Batman....
terça: tcharan!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dia Nacional da Juventude 2009!!!!!!!!!



Querido Leitor,


Nosso Dia Nacional da Juventude Arquidiocesano foi simplesmente perfeito!!!

Confesso que me emocionei inúmeras vezes ao longo do dia...por ver tanta coisa sonhada se concretizando, tanta vida doada para que tudo desse certo....até as briguinhas, broncas, caras feias, stress, encheções de saco passaram a valer a pena! rs....

Sem contar a presença da nossa Juventude...radiante, colorida, linda linda....


Sabe aqueles dias em que você agradece por "ser você", por estar alí...naquele lugar...sendo parte daquela história? pois é leitor...é justamente isso!!!!!! Vale a pena viver viu......


Aos poucos postarei as fotos aqui, algumas delas.....

Essa foto acima roubei do orkut da minha nova amiga Gabriela....

Conhecemo-nos em função do DNJ também.....espero que a nossa amizade se fortaleça, não é Gabriela? e que possamos nos encontrar muitas vezes ainda...

Uma pessoa linda! super hiper mega prestativa......


Essa foto resume o meu estado no fim da dia de ontem: morta, ensopada (um menino jogou em água em mim minutos antes dessa foto ser tirada), rouca (isso não dá para ver na foto, não é?) e feliz!
"Contra o extermínio de jovens na luta pela vida"! - A campanha continua!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A pessoa é para o que nasce (Dia dos Professores)

É....quero ser professora.
Ontem dei aulas das 8:00 da manhã até as 20:00 horas da noite.
Três turmas de Tutoria, nais quais trabalhamos o conteúdo de Leitura e Produção de Textos; e, uma turma de Literatura, do cursinho popular da paróquia Santa Rita de Cássia.
Foi minha primeira aula de Literatura na vida. Foi péssima, porque foi mal preparada, porque ando sem tempo para respirar...para me lembrar sequer do que tenho que fazer.
Mas, ao mesmo tempo, foi um momento muito bonito.....Ganhei, inclusive, um cartãozinho dizendo assim:

“Amanda,
Parabéns pelo Dia do Professor!
Que Santa Rita te proteja sempre!
Abraços!
Sileimar”
15/10/09...


Já quis ser tanta coisa na vida, mas creio que a educação contemple grande parte delas.
Quero um dia fazer um mestrado em Literatura comparada, estudar outras coisas, conhecer outros lugares, mas, sinto que a minha vocação está mais ligada à educação popular...é um caminho que começa a ser traçado, logo, ainda não sei por onde esta trilha me levará.

Minha mãe foi professora na zona rural do município de Canaã. Estudou o antigo magistério...(antigo “normal”). Gostava de dar aula às crianças da roça, lá do Tombo da Cachoeira.
Bem, eu amo crianças, mas...não tenho paciência para trabalhar com elas. Gosto de conversar com crianças, de me colocar no lugar delas, de ver o mundo, isto é, de tentar ver o mundo a partir da óptica delas....Mas, dar aulas para crianças? Não.....

Quando fui catequista de primeira comunhão....(sim...já o fui também...) quase morri. Dois anos.....Primeiro que, detestava a maneira como a minha catequese era ministrada....por mim mesmo...não achava o que eu “ensinava” essencial...válido, importante. Achava tudo muito chato e .....enfim, deixa para lá. E, segundo que, não era a minha vocação. Queria estar do lado de lá, boicotando as “aulas” junto com as crianças...mas não podia porque a ordem era eu! Quanta frustração! Queria brincar também, correr e colocar fogo na sala....rir da cara da catequista...(que era eu...) mas não podia.
Não gosto de ser séria. Não com crianças. Gosto de ser eu.

Quero trabalhar com jovens.
Creio que a educação será a minha herança da pastoral da juventude.
Espero que eu seja feliz.

Tive bons professores...dentre eles, dois que me marcaram muito:

Geraldinho, meu professor de Geografia durante todo o ensino fundamental e médio, e, de filosofia, ao longo do ensino médio. Um herói por tentar inserir num colégio particular (embora não tradicional e nem requintado como os que se tem por lá; tratava-se de um colégio de “bairro”), uma pedagogia libertadora. Acreditava na juventude. Gostava muito de mim e dizia que eu tinha o dom da oratória. Acreditava na educação para a vida, não só para o vestibular. Ensinou-me que o “progresso” é fruto da desordem, do caos, do conflito. Ensinava-nos a lutar pelos nossos direitos, ainda que na época, certas coisas que me dizia ainda não me faziam sentido.

A outra pessoa que mencionei chama-se Márcia Pee. Foi minha professora de Ballet, entre os anos de 2002 a 2004. Umas das pessoas mais vivas que conheci, mais carinhosa, daquelas que te chamam pelo nome, que conhecem a sua vida, que te dão conselhos amorosos, colo, cartas, cafés e que rezam com você. Uma pessoa que se envolve com a sua história. Uma amiga-mãe, sobretudo.

Espelho-me muito nessas duas pessoas: quero ser, ao longo da vida, não só uma profissional das letras e de sei lá o que, mas também, alguém que lute por uma educação de qualidade. Também quero ser uma pessoa com quem se possa contar. Quero conhecer os meus alunos pelos seus nomes; não pelos seus números de matrícula.
É, creio que seja isso.

A gente passa tanto tempo para descobrir coisas simples, né?
Tá certo....Creio que não vou ganhar muito dinheiro para custear os 34 projetos do post anterior...mas...nada é perfeito!
Afinal, há certas lutas que nos escolhem....somos para aquilo que nascemos....

Ou será para aquilo que acreditamos nascer?

Feliz dia dos professores!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TRIENIO DE LA LIBERTAD: celebrando!

(cuidado! texto longo!)


“Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade”
(Legião Urbana – Sereníssima)


Hoje é um dia muito especial para mim. Talvez, o terceiro dia mais importante da minha vida, pelo menos , até então.

Há exatos 3 anos, numa noite dessas... sexta-feira, 13 de outubro, tive um problema de saúde que me levou a passar por um grande processo de mudança.....mudança de valores, de projeto de vida...de olhar.

Tive uma crise de algo que se convencionou chamar de TBH: Transtorno Bipolar do Humor, problema o qual só pude superar com o apoio de pessoas queridas....meus pais, fundamentais na minha vida; meus amigos da Pastoral da Juventude......meus amores da Pastoral da Juventude.....e a Pastoral da Juventude, em si; e, meu médico, Humberto....nome querido para uma pessoa tão querida.

Fiquei um mês num estado expressivo de confusão mental....há quem diga que o paciente com bipolaridade se recorda de tudo o que faz. Ledo engano, e afirmo isso com autoridade de quem viveu uma crise intensa, viu? Lembro de muita coisa, mas não tudo. A estadia no hospital, por exemplo, não me traz muitas lembranças. Lembro da presença do meu pai..dia após dia...e de uma ciranda que ele cantava para mim, cuja letra narrava a história de uma moça triste, que dizia: “Por caridade....por caridade....” – só disso que me recordo. Também sentia pavor de corujas...de todas as imagens de corujas possíveis....uma grande amiga, Priska, passou “aperto” comigo nesse dia.....

Minha primeira lembrança concreta, após esse pseudo-pesadelo, deu-se no dia 10 de novembro de 2006, quase um mês depois, em virtude do meu aniversário. Lembro que fizeram uma festinha para mim...com a presença dos meus tios....meu então namorado (o atual ex), meus pais, meus primos-irmãos-companheiros Leandro e Patrícia...minha prima Bruna. Lembro que minha mãe fez uma torta horrível de limão, como se fosse meu bolo de aniversário...(é que só gosto de bolo de chocolate......rs...) – e assim, deu-se o meu despertar oficial, à base de limão...erght!

Os efeitos colaterais da medicação eram intensos: não conseguia enxergar direito, minha postura modificara-se também...eu não conseguia manter a “postura” ereta....tão pouco a minha expressão facial “normal”...estava sempre com a cara de quem não dormia..de quem estava cansada....cara de zumbi, para ser mais clara. Cortei meu cabelo curtinho nessa época, para melhorar ainda mais....sempre tive uma ligação muito forte com meu cabelo..e em todos os momentos trashs da minha vida, expressava isso cortando o cabelo...uma coisa meio Clara de Assis – se é que vocês me entendem...(não dessa vez – semana passada cortei ele curtinho mas porque deu na telha mesmo...).

Em função disso tudo, tranquei meu segundo período na Universidade, ficando praticamente seis meses em casa....sem fazer nada.....minto, fiz um mês de dança de rua...(acreditam? Rsrsrs...eu toda fresca...fazendo dança de rua....aff...). Não me arrependi, porque os efeitos dos remédios eram muito fortes....Mas, se soubesse que dali a um mês passariam de fato....acho que não teria trancado. Meu médico, Humberto, pessoa quem nunca me colocou em uma redoma de vidro, como muitos médicos fazem por aí, avisou-me que não era uma boa idéia o trancamento de matrícula...mas....na época, acabei optando por isso....e até que foi bom, por outras razões..que hoje não têm mais importância.

Por que celebrar então esse “pseudo-pesadelo”? Justamente por isso....por ter se tornado um falso pesadelo. Contrariando ao prognóstico de muitos psiquiatras, hoje completo 3 anos de uma vida normal. Muita coisa bonita já me aconteceu, desde aquele outubro de 2006: amigos, amores, sonhos, objetivos, surpresas...encontros; também, passei por dias de tristeza aguda e crônica ...desencontros, frustrações, rupturas... perdas e ganhos. Muitas cachaçadas, cervejadas, noites mal dormidas de muito bate papo com os amigos; muito café – coisas que sempre gostei e que, nunca mais voltaria a fazer, segundo el doctor Humberto...acreditam? nunca mais!???

Isso foi um propósito pessoal; não me deixar levar por esse problema que, para algumas pessoas, tornou-se mais um adesivo de carro e um modismo para a fundamentação de suas carências. Oxe...nada disso! Tenho uma vida normal...uma vida em abundância! Cuido-me, aprendi a me conhecer...a entender os meus limites. Mas, desde cedo, expus ao meu médico e para mim mesma que estaria fora de cogitação uma vida em que eu não pudesse ser eu. Em que eu tivesse que me privar da minha liberdade...de ser Amanda. E graças a Deus, hoje, eu celebro essa conquista: 3 anos de estabilidade. Vejo tanta gente com o mesmo problema que eu, vivendo num caos, atribuindo a sua “mudança de humor” toda a responsabilidade de suas vidas, seus relacionamentos, suas vidas profissionais, suas limitações humanas... Não é isso que eu quero para mim....

Como disse-me o Humberto certa vez: “você não parece que teve uma crise de bipolaridade”. Em um outro momento , disse também que eu devia entender que eu não sou bipolar...mas sim, que eu sou a Amanda, estudante de Letras, Amanda.....que viveu uma crise de bipolaridade; esta, que não me resume. Existe uma diferença entre ser e estar....
Minha crise, segundo o Humberto, foi apenas uma viagem para dentro de mim e do que me era importante; enquanto muitos jovens fazem intercâmbio para o exterior...eu, fui privilegiada com uma viagem para dentro de mim mesma.

Ao voltar dessa viagem, hoje, um triênio depois, penso que apesar das nossas frustrações, vale a pena viver, né? A cada pessoa que eu conheço...a cada jovem que eu conheço cuja vida foi ceifada prematuramente, seja por uma doença, por uma situação de violência, ou pelas próprias mãos...acrescento a minha vida mais peso de vivê-la bem e intensamente. Penso no Rodolfo, no Cleiton, na Morena, na Julya.....essa gente tão boa e bonita que já não está aqui. Vivo por mim e por eles; por tudo aquilo que não viveram e que eu posso ainda viver....conhecer....tocar...amar. Faço jus a chance que eles me deixaram. Coincidentemente, esses quatros jovens participaram comigo dos quatro momentos mais difíceis que já vivi.

Também penso nos meus pais...e fico feliz de ter sido escolhida para ser a filha deles, ainda que a filha desparafusada; a ovelha negra. Rsrs. Família é sintonia, fatidicamente.

Sei que esse ano foi hard...mas, sempre“existem possibilidades”. Se eu tivesse que morrer hoje, creio que morreria feliz porque já vi muita coisa ...já conheci muita gente..e já amei muito; Mas, se Deus quiser me dar mais alguns 75 anos de vida......segue a lista abaixo com as coisas que ainda pretendo fazer, metas, objetivos, sonhos e viagens....
Afinal de contas, “Viver é uma responsabilidade”.

1) Quero terminar o meu curso em julho de 2011, após o término da minha bolsa de iniciação científica. Quero fazer um mestrado em Literatura Comparada, estudando a relação da Religião com a literatura, isso em Viçosa (UFV) ou Juiz de Fora (UFJF);
2) Quero trabalhar com educação popular também. Quero trabalhar com juventude rural, nas EFA´s.....(Escola família Agrícola). Também quero dar aula por um tempo em escolas na zona rural...alguma coisa assim. Sempre tive vontade de fazer isso....;
3) Queria ser assessora da Pastoral da Juventude..mas acho que não tenho nenhum “dom” específico a oferecer..além da minha facilidade em aconselhar os sofrimentos amorosos da galera...;
4) Quero muito viajar para a África. Por dois motivos: primeiro, porque queria ficar um tempo em missão...na comunidade de uns amigos que moram lá, em Moçambique. Queria conhece-los...sabe?? ficar lá...observando suas vidas.....suas dores...celebrações. Também quero estudar Literatura Africana...conhecer os seus costumes...seus contos..sua oralidade;
5) Quero trabalhar com jovens infratores também.....não sei como, nem quando, nem onde. Não no sentido de prevenção, mas com aqueles já envolvidos no crime, sabe...no sentido de recuperação......isso é prioridade! Através da educação...
6) Quero trabalhar com doentes mentais também....mas isso não é prioridade...pode ser quando eu estiver mais velhinha.....
7) Se pudesse, também queria ser voluntária da ABRALE (Associação brasileira de Linfoma e Leucemia....), mas, eu não tenho nada a oferecer...então....fica para a parte das não-prioridades.....;
8) Quero morar um tempo em outras cidades de Minas...(Ouro Preto, Barbacena, Mariana, Belo Horizonte, Juiz de Fora – se eu for estudar lá), e em São Paulo....por um tempo; mas, no fim da vida, quero morar no Tombo da cachoeira..uma roça no município de Canaã....quero morrer lá....e ser enterrada lá..(cremada...).
9) Quero conhecer o Rio de Janeiro, o Nordeste, e as cidadezinhas de Minas....
10) Quero emagrecer uns 10 kgs...e voltar a dançar qualquer coisa....Talvez Flamenco, já que Ballet eu acho que nunca mais vou dançar....ai ai......
11) Quero rever meus amigos de São Paulo muitas vezes ao longo da vida; e também as amigas que tenho feito em Viçosa, os amigos da Pastoral da Juventude, os meus primos, os amigos lá de Moçambique, de BH...se isso não for possível...queria estar em sintonia com essas pessoas de alguma forma.
12) Quero estudar Filosofia e Teologia....Quero escrever um artigo sobre a relação de gênero dentro do texto Bíblico...e estudar o Apocalipse! (rsrsrs...cada coisa né? mas o pior é que é verdade!!!).
13) Quero conhecer mais o judaísmo...a cabala...o que são essas coisas todas........
14) Quero comprar um cavalo para mim! E aprender a montar decentemente.......
15) Quero participar de algum movimento em prol dos direitos dos homossexuais;
16) Quero um namorado...mas um namorado que me ame, sabe?? Que me ame apesar dos meus defeitos....e que queira construir uma família...criar uma raiz. Que seja um homem maduro e sensível. Que tenha alguma causa que lhe dê vida...alguma causa social, uma luta. Que goste de escrever (ou não); que goste de música...de pessoas....de crianças....de discutir assuntos como religião e política; Que seja engraçado, divertido, inteligente....Que goste de ler (ou não), Que tenha uma voz bonita....um sotaque bonito...que seja um pouco mal humorado...(gente bem humorada o tempo todo é um porre....), que saiba atualizar o encanto de um relacionamento diariamente. Será que eu encontro? Kkkkk.
17) Quero ter filhos! Biológicos e adotivos.....
18) Que meus pais sejam felizes...com as escolhas deles, com a vida deles...que eu possa estar por perto...quando mais precisarem.
19) Quero aprender a cozinhar;
20) Quero aprender a dirigir;
21) Quero aprender Espanhol;
22) Quero voltar a estudar Inglês – mesmo detestando...
23) Quero conhecer Atenas (Grécia)
24) Quero conhecer Lima...(Peru)
25) Quero conhecer o Rubem Alves pessoalmente;
26) Quero rever o Hanson...rsrs....
27) Quero ir a um show dos Los Hermanos e conhece-los pessoalmente;
28) Queria poder comprar uns livros também....muitos muitos...
29) Queria conhecer a Dynki, minha amiga virtual de adolescência.....
30) Quero fazer o curso de verão....
31) Quero fazer o CAJO, um dia...
32) Quero aprender a jogar truco..
33) Quero participar do Fé e Política...(né Julya? ....)
34) Por fim, quero aprender a escrever bem. E, independente do que venha a acontecer ou não, dentre esses 34 itens, que eu sempre dê conta de achar um caminho...quando tudo parecer perdido.....quando a coisa voltar a ficar feia....que eu sempre encontre a minha liberdade.

Conferência Pré DNJ (11/10 - Viçosa)


É...ta chegando!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Semana do Estudante 2009: Grupo JA - Paróquia São SIlvestre

Teatro da Semana do Estudante para a comunidade...
Organização, apoio e assessoria da Semana do Estudante 2009...
Palestra do Murilo sobre a Redução da Maioridade Penal...(para o ensino médio)

com os trabalhos das quintas e sextas séries...
Quinta e Sexta séries: "Violência na escola" (Dani)

Para a galera do PAV: Juventude e trabalho (Fernanda)


Oitavas séries: Juventude em marcha conra a violência (Amanda)