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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

L'AMOUR, C'EST QUOI ?

* Obra de Van Gogh. Não sei o nome. O leitor que o souber há de ganhar um sorrisinho amarelo meu.

Ao som de In the Mood for Love
e Bristo Fada.
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Seja lá o que venha a ser Amor, esta "raposa", Certamente, ele não nasceu no Livro Sagrado do Gênesis:
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"No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriram o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. [...]Deus criou o homem a sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a...."
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Saramago tentou, sagazmente, reconstruir o que poderia ter sido: É provável que um homem como Saramago compreendesse que, seja lá por qual motivo óbvio, Amor não é sinônimo de procriação, ainda mais para os desajeitados e virgens Adão e Eva, primeiras infelizes-cobaias-do - Deus -do-amor. Intuiu, Saramago, que a gênese do Amor é outra: A "Língua"! Isto é, a Linguagem. Logo, tal homem, conhecedor de tantas e tantas línguas além do nosso Português, acrescentou ao texto divino um colorido à la vermelho-humano, atribuindo aos pobres fantasmas, Eva e Adão, um pouco de Bacanal:
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"Quando o senhor, também conhecido como deus, se apercebeu de que a adão e eva, perfeitos em tudo o que apresebtavam à vista, não lhes saíam só uma palavra da boca, nem emitiam ao menos um simples som primário, teve de ficar irritado consigo mesmo [...] sem meias-medidas, enfiou-lhes a língua pela garganta abaixo."
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L'AMOUR, C'EST QUOI ?
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Certo foi que, após o surgimento da "Língua" ("Língua e Parole!!"), as relações amorosas entre o casal mítico tornaram-se, digamos....mais deleitosas: "Deu-se o senhor por satisfeito despediu-se com um paternal Até logo, e foi à sua vida. Então, pela primeira vez, adão disse para eva, Vamos para a cama."
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Assim nasceu o sexo-livre, uma das manifestações do Amor, irritando Nosso Senhor Deus; porém, satisfazendo seus contemporâneos, também deuses , Afrodite, Eros e Dionísios. Mas, caro leitor...
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L'AMOUR, C'EST QUOI ?
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Adão e Eva não tiveram o prazer do encontro, da conquista, da amizade, do encantamento, da paixão, da ternura, da doação, da perda, do Amor. Um dia, quando abriram os olhos, já estavam perdidos pelo Éden à fora, a procriar como coelhinhos. Infelizes ou não, o que pouco sabemos desse casal-cobaia não nos interessa de fato. Isto é apenas para concluir que: Não há amor sem que haja escolha. E não há escolha sem que haja linguagem. E não há linguagem sem que haja vida. E não há vida sem que haja sexo. Até aqui, nenhuma novidade.
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Segundo (COMPAGNON, 2006,p.36): "Seríamos capazes de paixão se nunca tivéssemos lido uma história de amor, se nunca houvessem contado uma única história de amor?".
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Não faço idéia, mas acredito que sim. Embora Adão não tenha amado Eva, é possível que ele tenha amado Lilith e, até onde sei, antes do Gênseis não havia outra estória de amor no Ocidente. Aprofundando o devaneio e as digressões, o que fez o Homem Paleolítico, o Índio da tribo Khaô, o Negro no seu contexto africano - pré colonial, contarem oralmente suas estórias de Amor? Muitas delas que, ecoando por ventos e tempos, ainda nos encantam tanto ...ora como lenda...ora como cantiga de ninar. Sendo o sexo já nos imposto pelos deuses, o Amor, de alguma forma curiosa, expressa-se também sob forma de Linguagem; mas, não necessáriamente há uma Linguagem que o defina; ou ainda, que tenha nascido "antes" do Amor. Deu-se tudo junto, misteriosamente, ou não existiria Literatura.
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L'AMOUR, C'EST QUOI ?
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Tal reflexão de Antoine Compagnon fez-me pensar que, independente de sermos ou não capazes de amar sem nunca ter ouvido uma estória de amor, acredito, com meus botões desparafusados, que aprendemos a amar - cada qual a sua maneira - de acordo com as primeiras estórias de Amor que nos ficam guardadas no inconsciente. Desde então, tentei a todo custo dar-me conta quais foram minhas primeiras estórias....Tudo isso, a fim de compreender o porquê sou uma mulher tão zicad... ops, desajustada no quesito L'amour. Dei-me conta de serem duas estas estórias, ambas ouvidas, com muita atenção e repetição, por volta dos meus seis anos de tenra idade : A Bela e a Fera e A Princesa e a Ervilha. Vamos por partes:
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L'AMOUR, C'EST QUOI ?
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Bela é uma mocinha de ...sei lá...19 anos que até então nunca saíra de casa. Tida como a "estranha" de sua "tribo" adolescente, descobre que seu pai houvera sido raptado por uma Besta-Fera, o qual vivia em um castelo encantado. Cristã - sim, ela devia ser Cristã! - Bela oferece-se à Fera, a fim de que ele libertasse o querido pai da moça, o único homem por quem ela era, até então, apaixonada. Dá-se a troca. Após muitas peripécias, Bela percebe que, ainda horrendo, ainda bruto, ainda grotesco, havia uma docilidade na Fera que a encantava. Do lado de lá, O Fera, já à mercê do Eros, fascinava-se a cada dia com Bela: por seus gostos exóticos para uma moça daquela idade. Deu-lhe uma "infinita" biblioteca de presente, no seu aniversário de 20 anos (imagino). Aos poucos, ambos se apaixonaram, mas só o compreenderam quando o "acaso" interviu. Liderados por uma espécie de Pitt-Bull-Boy, ou ainda, ex participante, viciado em bomba, do BBB - também apaixonado por Bela - os moradores do vilarejo decidiram caçar a Fera e matá-lo. Eis que o Amor acontece. Prestes a se perderem, Bela lhe lasca um baita de um beijo (um beijo meio Sandy antes da Devassa e da tal fala sobre "é possível ter prazer anal", mas tudo bem) e a Fera, antes horrenda, torna-se um encantador príncipe de longos cabelos aloirados. Metaforicamente, ele nunca deixou de ser Fera, tampouco Príncipe : ambos estavam ali o tempo todo; mas, foi o Amor quem os revelou diante dos olhos de Bela.
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A segunda estória é a de que mais gosto e, por conta disto, nunca a esqueci. Assisti-a naquela série da TV Cultura "Contos de Fada", na que era viciadíssima ( e ainda seria, caso fosse retransmitida atualmente).
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Bem. Havia um príncipe imaturo, "bipolar", educado à barra da saia da Rainha-Mãe, uma tirana opressora (perdão pelo paradoxo), cuja relação com o Rei-Pai também não era das melhores. Essa mulher ofuscava o brilho do Rei, e, dessa forma, mimava seu filhinho....Quem tornou-se, com passar do tempo, um rapaz rico (óbvio), cobiçadíssimo, "extremamente charmoso" (pelo menos na versão em que assisti, com Layza Minelli e Tom Conti), porém, infeliz e sem explicações. O "bobo da corte", que de bobo só tinha a cara e o salário que devia receber por aquele papel (na narrativa), sugeriu ao jovem que encontrasse uma boa esposa. Ou seja: O tal do?? AMOR! Que ele se empenhasse nesta busca, um amor.
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Foram convocadas todas as princesas das proximidades, mas nenhuma o interessava verdadeiramente. Sua mãe, porém, apaixonou-se por uma princesa mais decorosa, da alta hierarquia dos pampas; mas, ainda assim, nosso jovem príncipe não sentia-se suficientemente cativado.
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Durante uma tempestade, eis que chega nossa gatíssima (sou fã da mulher) Layza Minelli, isto é, uma mulher aparentemente "ordinária", pedindo abrigo em função do tempo chuvoso. Com receio do que poderia pensar sua mãe (não esqueçam-se leitores: A RAINHA), o jovem, com ajuda do "bobo", acolhe a moça no pior aposento do castelo. Conversa vai, conversa vem, Layza apresenta-se como princesa de um reino distante. Mas, não seria inacreditável? Uma princesa sem pompas, sem jóias, sem uma carruagem que lhe pudesse cercar da chuva...Não! não era uma princesa!
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O fato é (tentando resumir): Mesmo o príncipe sendo um desnorteado, talvez pela falta de habilidade pra com a vida prática, a "princesa Minelli" se apaixonou pelo rapaz: ao notar, naquele destrambelhado, qualidades como a lealdade, o bom coração, essas coisas de Contos de Fada e TV CULTURA. Do outo lado, o rapaz-príncipe também se apaixonou por Minelli, apesar do jeito exótico dela se apresentar: seu bom humor, ironia e sobretudo companheirismo fizeram-lhe germinar, no âmago do seu coraçãozito-labirintoso, a raposinha do Amor. Mas , seria ela uma princesa?
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Nosso príncipe era um covade. Total covarde. Mas, em um "susto" de firmeza, contou à mãe que estava apaixonado por aquela mulher, independente de plebéia ou princesa - que fosse! Então, a Rainha capitalista do século XVI, acredito, ao acomodar a moça em um outro aposento, faz-lhe debruçar-se por cima de centenas de colchões, sendo que por de baixo de um deles, o último, havia uma ervilha. Só uma verdadeira princesa sentiria, com sua doçura ou sensibilisade, o mal estar provocado pela ervilha.
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No dia seguinte, a princesa queixou-se de haver dormido muitíssimo "mal": "Como se houvesse me deitado por cima de uma ervilha". Daqui para frente, podemos intuir, caro leitor, o desfecho da estória: "....E assim foram felizes para sempre".
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Ainda assim, L'AMOUR, C'EST QUOI ?
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Estas são as minhas estórias. Revendo-as, reiventando-as, parafraseando-as, percebo muito do meu "eu" atual naquele de ontem; portanto, creio que minha teoria tenha lá certa lógica.
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Embora não exista, infelizmente, o tal "Assim viveram felizes para sempre", as estórias que lemos nos auxiliam a entender, isto é, a compreender melhor nossas relações amorosas e, dessa forma, a cultivar mais carinho mútuo em tempos de "menor paixão". Portanto, o sexo nasce depois da Linguagem (a que não se restringe à oralidade); o amor, junto da Linguagem; mas, sejá lá o que for realmente AMOR, ele só é realizado no ato de Linguagem, ou seja, no ato de escolha. Como um ato de fé: Concretude.
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Caso Adão, Eva e Lilith - que não eram franceses - houvessem lido Nelson Rodrigues, antes do pecado original, talvez o universo do Amor teria se tornado menos misterioso para o nosso século XXI.
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Mas...Em uma estória cuja mulher se divorcia do marido por não poder estar "por cima" do corpo do tal (durante a relação sexual); e, depois retorna secretamente, após séculos A.C., à "casa" do ex marido e de sua nova esposa, a fim de tentar assassinar os filhos que o ex tivera com sua outra mulher - esta que não apenas nasceu da costela daquele homem, como também foi sua única irmã sanguinea....De modo que a partir de tal incesto, procriaram filhos suficientes para dar vida à humanidade....E melhor: sendo um destes filhos, futuro assassino do próprio irmão, ainda que um irmão muito amado! Pergunta: Será Nelson Rodrigues Deus? E como há quem diga que Deus é Amor...será Nelson Rodrigues...O VERDADEIRO AMOR?
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L'AMOUR, C'EST QUOI ?
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PRINCIPAIS REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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SARAMAGO/CAIM/2009
BÍBLIA AVE MARIA - 64a EDIÇÃO
COMPAGNON, Antoine. A Literatura. IN: O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2003.
Clássico dos Clássicos - TV CULTURA....
A Bela e a Fera, Walt Disney
A falta do que fazer....

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Paixões Estranhas de Sofia

- ha ha ha ha ha...são tantas emoções...
(Roberto Carlos)
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Aos 4...(esboço de paixão que se desenvolveria aos 16...)
*Quem? O afilhado maravilhoso da minha mãe, 9 anos mais velho.
*Como? Quando nasci, ele já existia com aqueles olhos verdes lindos...(o homem mais lindo que já vi...).
*Situação marcante: Quando sua mãe dizia, brincando e já naquela época, que um dia nós nos casaríamos...Então ele me olhava com uma cara de "tadinha"....
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Aos 7...
*Quem? Meu melhor amigo japonês.
*Como? À primeira vista, quando compartilhamos da mesma "carteira-escolar". *Situação marcante: Quando ficamos certa vez, 11 anos depois de conhecê-lo...
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Aos 9...
*Quem? Shiryu de Dragão
*Como? Nas tardes da TV Manchete...
*Situação marcante: Quando ele se cegou e virou uma estrela. Faltei à aula de tanta tristeza.

Aos 12...
*Quem? Jordan Taylor Hanson.
*Como? À primeria vista, após o primeiro mmm.bop...
*Situação marcante: Quando o vi de perto, abracei, beijei e disse que o amava...isso em maio e novembro de 2000 (meu aniversário de 15 anos).
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Aos 15...
*Quem? Meu primeiro quase namorado. O segundo homem mais doce que conheci.
*Como? Fomos apresentados na festa de uma amiga em comum.
*Situação marcante: Sempre que tocava violão pra mim, ao telefone.
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Aos 15-16
*Quem? Meu professor de Inglês
*Como? Durante as aulas de inglês...
*Situação marcante: meu empenho em não faltar à aula alguma...rs (quem me conhece sabe).
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Aos 16...
*Quem? O afilhado da minha mãe (aquele dos 4 aninhos).
*Como? Reencontramos-nos após a descoberta de que ele estava doente. Foi a minha primeira PAIXÃO (digamos que o japonezinho teria sido o primeiro amor...eu e meus rótulos...bah!)
*Situação marcante: nosso último abraço, no dia 24/12/2002. Foi a última vez em que o vi.
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Aos 18...
*Quem? Meu primeiro namorado.
*Como? Éramos (ainda somos) melhores amigos....Nossa, como gostava dele! *Situação marcante: Quando terminamos, porque (eu) "achava" que seria freira...(é...meu passado me condena).
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Aos 19...
* Quem? Aquele que viria a ser o meu terceiro namorado.
*Como? À primeira vista: fulminante...(Minha segunda PAIXÃO).
*Situação marcante: O fato deu saber, à primeira vista, que "era a pessoa".
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Aos 20....
*Quem? Meu segundo namorado.
*Como? Conheci-o num trabalho voluntário e aquilo me ENCANTOU: é um dos homens mais humanos, justos e ...HUMANOS que conheci. Sinto muito orgulho por tê-lo conhecido.
*Situação marcante: Quando visitamos seu trabalho num bairro periférico da cidade. O encantamento que todos tinham pra com ele me admirava...(não sentia ciúmes dele).
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Aos 20/21
*Quem? O retorno do recalcado (enfim, o terceiro namorado).
*Como? Paixão maluca, assincronica, descontextualizada que rolou numa festa de formatura de uma amiga. Dias depois, estávamos namorando. Dias depois, eu estava quase em coma....(sério).
*Situação marcante: Essa relação foi muito especial. Foi a minha segunda PAIXÃO, mas, na realidade, a primeira "real" (isto é, não platônica). Amei demais esse rapaz...(sim, foi amor da minha parte, não só paixão). Terminamos e sofri desumanamente. A situação marcante é...as "ruguinhas adoráveis" que ele tinha na testa...Pensei que fosse o homem da minha vida (HDLPM....BRINKS).
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Ainda aos 20...
*Quem? Meu afilhadinho Milton César Braga.
*Como? Quando nasceu, já o amava, sem explicações.
*Situação marcante: Ele me lembra muito outro rapaz que, não foi uma paixão, mas o meu primeiro amigo-irmão-primo. Lembra-sem-lembrar. Todos os dias em que o vejo são marcantes; amo-o como se fosse meu filho.
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Aos 24...
*Quem? O leitor mais assíduo desse Blog, até o mês passado.
*Como? Coisa de gente a quem falta parafuso. Ficamos uma vez...meses depois, outra vez....meses depois, outra vez...Sentia-me atraída. Enfim, a pessoa mais enrrolada que conheço, aos poucos, fomos nos conhecendo e eu percebi que tínhamos alguma coisa "a mais"(que eu nunca soube explicar bem). Essa "coisa" foi crescendo, aos pouquinhos, de café a café...daí ...acabei me apaixonando. Foi minha terceira PAIXÃO. Com o tempo, vários problemas aconteceram, vários encontros, desencontros...virou uma PAIXÃO CARNAVALIZADA, nunca vou entender. Tempos depois, vi que já era amor (depois de me dar conta de que com ou sem paixão, era a pessoa que no momento eu queria como "homem da minha vida"). É um sentimento sobre o qual ainda não posso "avaliar", porque de certa forma ainda está, está em transição para o "nada"...Mas foi amor, no fim das contas (a paixão era secundária diante dessa tal "coisa" inexplicável; ainda é, talvez).
*Situação engraçada: Quando me contou a história da sua tatuagem. Fui fisgada naquele momento...hoje penso "HDLPM, deve fazer isso com todas!"...(e faz...that´s the point...).
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*Aos 26... Não conto pra não pegar mau-olhado: esse vinga!
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POR FIM: O que todos aqueles homens têm em comum???? Todos me perderam (menos o Milton). Com exceção dos que estão em outro plano, boa parte destes homens vai se casar com meninas fofas, super legais e serão felizes. Alguns já casaram. Já há outra parte que também será feliz, mas antes disso...(suspense!). ERRATA: Não sintam-se ofendidos, parte B, caso venham a ler esse texto de m*...eu também faço parte do grupo de vocês...

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- se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...
(Roberto Carlos)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Memória a deslizar...

Mas novamente estúpido provei
Desse doce amargo, quando eu sei
Cada volta sua o que me faz
Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Eu vi o meu amor tratado assim
Mas basta agora o que você me fez

Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais pra mim

Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
(Do fundo do meu coração -Roberto Carlos).

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Há muitas coisas a minha espera, especialmente hoje. Além dos estudos para a prova de mestrado (motivo pelo qual voltei a fumar um maço de cigarros por dia, desses baratos...), há também outros tantos textos, outras tantas atividades. Viver é isso: movimentar-se...
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Há poucos dias, tive uma conversa que, não só me cortou o coração, como deu-me impulso para certas realizações pessoais: a total compreensão do que vem a ser o conceito de memória. Ao verificar rapidamente o site Wikipédia, pude encontrar tal definição: "...A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial)." É fato que está em "alta" estudos sobre a Memória na Literatura, na verdade, não por modismo, mas por necessidade, porém isto é sopro para outro marear.
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Em "Memórias de Emília", tem-se um conceito de memória que transgride o que se tem de habitual, em termos de gênero: memória como mentirinha bem contada. Não será isso, Dr Caramujo?
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Vivemos situações que, quando trazidas à memória, evocam-nos sentimentos distintos do que quando se deu o efetivo fato, ou seja, o texto que a memória traz à tona, ainda que se remeta ao passado, é concebido no tempo presente, naquilo que hoje estou (...e não "sou"). No fim das contas, existem várias memórias a respeito de um dado fato, à mercê do tão somente agora.
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Escrevo estas linhas num preciso agora, ali-vi-a-dor.
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A cada conversa, a cada retomar, a memória do que foi ou não, modificar-se-á de acordo com os nossos interesses pessoais. Isso nos difere dos animais irracionais: a extraordinária possibilidade do recriar uma situação.
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Nada é eterno. Aprendi isso em meu penultimo relacionamento amoroso, e hoje, trazendo tais sofrimentos a minha memória, parece-me tão óbvio. Se houvesse eternidade, não haveria razão para o instante, o presente, as relações já se dariam por si só, como um fado. Havendo escolhas, sempre haverá fim...e isso, por incrível que pareça, não é de todo ruim, porque como se daria o novo, se o velho ainda estivesse lá, ocupando um espaço que não é mais seu?
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Apesar desta constatação, o que ainda me admira é a capacidade que temos de fazer mal às pessoas a quem amamos, pelo artifício da memória. Não falo aqui do mal não intencional, mas do mal que usamos para a nossa auto defesa....Afinal de contas, era ou não amor? Houve ou não paixão? De que tipo foi essa paixão? Foi apenas admiração mútua? Ou nada passou de uma amizade platônica, romantizada pela impossibilidade do concretizar? (...quando houve possibilidade, a memória nos confundiu...).
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Não gosto de perder. Mas chega um momento em que é preciso ver as pessoas tal qual elas são, sem idealizações trazidas pela memória, por um "Eu te amo" dito num momento de reencontro. Pessoas são o que são: também mesquinhas, também pequenas, medrosas, inseguras,...cheias de misérias.
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Se para Emília, a memória nada mais é que uma mentira bem contada ( e eu concordo), já o amor, insistente temática dos últimos posts, articula-se, a meu ver, em um movimento contrário:
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Uma verdade que não se "conta".
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Ama-se sem saber porquê. Ana Paula é uma mulher extraordinária, inteligentíssima, sexy, sensível, "humana"...quando me apaixonei por essa mulher, foram todos esses atrativos juntos, separados ou sincronizados que me fizeram querer essa mulher. Pedro é bem humorado, seguro, cheio de sí, carinhoso, amigo (embora deteste cães, eu amo cães)...e foi essa atração que fez com que, ao longo de alguns meses, eu encontrasse nesse homem uma grande paixão. Já o caso de Juliana e Renato seguiu um rumo diferente: paixão de carne, de fogo, dessas que dispensam explicações...hoje moramos juntos na Violeira, com nossos vinte e cinco filhotes de gatos. E dessa forma, as paixões, intensas, menos intensas, construídas ou das que se esbarram, nascem.
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Sobre as paixões: algumas vingam, outras não. Mas ainda assim, amor não é apenas isso. É aquilo que fica depois que a paixão se esvai....(a meu ver, certas paixões nunca se esvaem de fato, mas vão e voltam, como numa montanha russa). Amor não se explica, experimenta-se. Como uma comida saborosa cujos ingredientes não importam, mas sim o sabor que aquela combinação nos traz (ainda que haja beterrabas em meio às demais delíciazinhas; a gente releva certos defeitos).
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Então, o amor é eterno?
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Não. Talvez para alguns privilegiados, corajosos, sortudos, sim...mas para a maioria dos seres mortais, não. Ainda assim, quando uma paixão morre, embora a dor seja demasiadamente grande, o artifício da memória entra em cena transfigurando aquilo que foi ou não foi: "Ah...sabe de uma coisa? Pedro era muito ruim de cama...."; " Ana Paula? ah ela era sem sal...hoje percebo isso com mais clareza"; "Sabe...Juliana e eu foi uma coisa mais ....carnal, mas ela nunca seria a mãe dos meus filhos, sem contar que ela tinha uma mania que eu detestava...." - e por aí brotam nossas auto defesas, contra a dor de um término, mesmo os términos medíocres.
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Já quando "morre" o amor, não há memória que transfigure o que foi real. Morre-se por acidente, não por vontade. Morre-se por impossibilidade, e não por vaidade....dúvida, capricho: palavra des-dita.
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Amanhã até posso mudar de ideia, mas hoje, uma coisa se faz muito clara: Não "pretenda" amor, não diga o que não sente. Seja "eu te amo", ou "eu acho que te amo", ou " acho que você pode ser a mulher da minha vida". "Cala-te boca", como dizia uma vizinha....

A palavra, pelo menos pra mim, vale mais que um documento medonho assinado num cartório, em meio a pessoas que talvez nem desejem sua felicidade...Palavra é gesto. É o que no futuro fará da nossa memória isto ou aquilo: palavra é compromisso.
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Minha memória, já há tanto deslizar, é quem diz hoje, do fundo do meu coração:

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"Acabe com essa droga de uma vez
....e não volte nunca mais pra mim".


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AR NOTURNO



"O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver"
(Cazuza - O nosso Amor a gente inventa)


passar bem...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nascida em Primeiro


"Quem vive no medo precisa de um mundo pequeno, um mundo que pode controlar. Nosso mundo, meu e de Farida, tinha agora o tamanho de um navio. Para mim aquele era apenas um passageiro momento. Para Farida aquilo era o imutável cumprir de um destino."

(Terra Sonâmbula - Mia Couto).
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- Meu bem! existir se escreve com "x" e não com "z"...- disse ao celular uma daquelas mulheres lindas e loiras, cuja trajetória era a mesma que a nossa, dupla narrante desta crônica. Evidentemente, o meu ponto de vista não pode ser anulado destas linhas, até porque eu aceitei, quase sem escolha, o desafio da escrita: exercício que me vem nos momentos de má digestão ou nos dias incertos. Mas, ainda assim, falta-me um par, um novo par: bons textos só podem ser aperfeiçoados quando tocam o coração do outro, fazendo ecoar também o não dito, as lacunas que só um bom leitor virtual poderia preencher, seja por sagacidade ou destino. Que seja! Há textos escritos o tempo todo, em todas as rotas, para todos os viventes, sem reclamar por quem os cerque ou vivendo à mercê de quem os contemple como seu. Certo é que não existe texto sem intencionalidade, como não há vida à deriva, sem uma boa dose de fado: escreve-se ao nascer, pontua-se ao longo da vida até a chegada das reticências finais... Mas sobre este enigma , escapam-nos todas as traduções e desatinos, visto que de incertezas já nos bastam os acontecimentos habituais e é sobre estes, tão menos interessantes, que me proponho a escrever junto a vocês, caso aceitem o desnudar que lhes proponho necessário.
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Fim...começos...que nos importa? Comecemos pelo meio - eu sempre escolhi o meio das histórias. Quando mamãe contava, pela centésima vez, a tragicomédia dos três porquinhos, minha ansiedade se centrava no momento em que Heitor vê sua casa derrubada pelo soprar do Lobo..."A minha casa eu fiz, sozinho e terminei pra morar nela feliz, mais feliz do que um rei!" - acreditava Heitor, no auge da sua inocência, inocência de quem não conhecia os outros lados da vida, a segurança que os tempos de cólera nos obrigam a cultivar. Sentia pena de Heitor...(ou será de Cícero? não me recordo muito bem), sentia compaixão porque compreendia, já tão pequenina, que para certas coisas na vida é preciso um pouco mais que vontade, amor, dedicação: é preciso pés no chão, é preciso secundarizar o brilho das estrelas, por mais sedutoras que estas sejam, ainda que nos cantem como sereias. Na vida é preciso nascer primeiro, nascer muitas vezes, para só assim sabermos o que nos faz homens e mulheres (ou porquinhos).
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Tudo isso pra nada...meu texto engasgado custa a sair...custa a se materializar em verbo. Porque a protagonista sou eu, mas poderia ser você, novo leitor virtual, que aceitou o meu convite e agora se desnuda.
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Vamos aos fatos.
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Antes daquela mulher surgir em nossa frente, observava uma árvore - já velhinha - que habitava a trilha com a qual nos deparamos diariamente. Comovida, tentei me translocar para dentro daquele ser, imaginando quais seriam as capacidades vitais de uma árvore...se haveria paixão na vida daquele ser vivo, que se faz sombra, se faz colo, se faz refúgio, mas se faz silêncio, não dando margens ás vontades que poderia vir a ter - ainda sendo árvore. Velhinha, porém cheia de encantos, não me surpreenderia se aquela árvore guardasse consigo um grande amor, uma grande angústia, uma vontade absurda de atravessar aquela reta e se fixar ao lado de um Ipê amarelo, o qual nos abrigava aquele momento.
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Mas isso não seria impossível? Uma árvore que escolhesse por vontade não ser o que é, desviar-se do fatídico destino de apenas ser sombra, mote de poesia, abrigo para os passarinhos que lá estão, ainda hoje. Senti pena de uma série de outras pessoas, outras dores, outros desencontros que se fixam como árvores e deixam passar as oportunidades que a vida lhes dá. Pensei numa série de transeuntes, pensei naquela moça loira, Seria feliz? Pensei no namorado daquela mulher - o que existe com z e não x, mas ainda assim esforça-se para "ezistir".
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O que nos faz existir?
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Acordamos diariamente às 6:00 da manhã. Trabalhamos, estudamos, almoçamos, escrevemos artigos, des-escrevemos uma série de outras coisas que precisam ser escritas...Mas e quanto a nós? Qual o tempo que dedicamos para a escrita da nossa história, seja esta uma novela, um conto, um romance pícaresco, um singelo cartão postal? É tudo tão simples, mas o medo nos faz ampliar aquilo que é óbvio, aquilo que poderia ser doce, mas faz-se amargo pelo medo de não tentar.
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Eu, que de árvore só tenho a vontade de observar os passantes, recuso-me a essa espera. Hoje, contudo, compreendi que certas mudanças são necessárias, para que possamos transitar entre o mundo do lúdico para o real: A minha casa sou eu quem construo, ainda que exista em mim metade Heitor, metade árvore, metade medo.
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Sim: eu é quem tenho tanto medo, quase uma abstração do medo, a ideia de que nada vai dar certo, então inibo o meu potencial de tentar, de ir além...de trocar a minha sombra inóspita por um pouquinho de cor (daquele Ipê por quem me apaixonei). Esta é a metade da história: o começo e o fim não importam; porque o começo não é modificável...e o fim....nunca se saberá com certeza o que há de ser, ainda tendo nascido, o fim, muito depois de nós.
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Que tal um lugar distante, para que possamos respirar "buenos aires", recuperar a energia que o amor também exige? Qualquer lugar no mundo seria insuficiente, quando não se sabe o que quer...das Ilhas Canárias a qualquer outro pedaço de chão, quem sabe...das Ilhas "Pora Pora"(pertencentes ao grupo das Ilhas de Sotavento do arquipélago da Polinésia Francesa...provavelmente, um lugar onde nunca estaremos, árvore e eu, por nossas raízes e obrigações atuais: temos que acordar tão cedo, com datas pontuais).
...
Mas essa é a minha versão da história. Talvez o amor seja apenas isso: segurança. Ainda que eu tenha a certeza de que aquela árvore provavelmente vai sofrer, vai se corroer infinitamente até fazer nascer os melhores frutos e flores....pode ser que seja tão tarde, você não vê?
...
Porque também os Ipês, tão exuberantes, morrem...perdem a cor, o amarelo que um dia foi novo.
...
Estou disposta a mudar a minha vida, a ser menos Heitor, menos árvore, menos espera. E quando isso acontecer, leitor virtual, em qual lugar dos nossos sonhos você estará? em qual Ilha desconhecida, qual pedaço de tronco, qual ponto de ônibus?
...
A você, meu amado Heitor, dois conselhos:

"Construa primeiro a sua casa: não de palha, não de vento...Mas construa -a sozinho, com cimento e tijolos. Já o amor, este é pra ser construído em par: é preciso mais que amor, é preciso segurança, é preciso projeto, é preciso dinheiro, é preciso autonomia, e embora isso leve tempo, quando se está em par...o medo de um é a coragem do outro e vice - versa. Graças ao enigma das coisas, nem você e tampouco eu nascemos árvores, meu bem: Há tantas outras coisas que nos movem, além das obrigações do dia a dia...que se fosse tão fácil, tão seguro, nós não teríamos porquê duvidar (não será a dúvida um sinal de força?).
...
Ainda assim, se queres voltar à comodidade de tua casa de palha, vá para um lugar onde o vento não sopre, e crie lá as suas raízes, longe das árvores tristes, longe dos Ipês que te seduzem, caro Heitor."
....

Esta história durou cerca de meio minuto. Ao desligar o celular, a menina - minha "conhecida", abriu-me um sorriso como quem diz "...que dia bonito esse, não?". E assim, sucessivamente, muitos outros dias bonitos hão de nascer em outras partes do mundo, e junto deles, a possibilidade de novos encontros e oportunidades: novos e bons ares, desses que ora nos lembram, para que antes se dê o solitário esquecimento daquilo que ainda pode ser, quando ultrapassamos a humana covardia.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Perdendo a cor...

*E depois do adeus. Foto de Domingos Manuel Silvo Farinha.
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Quis você pra meu amor...
E você não entendeu
Quis fazer você a flor
De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura
Que havia dentro de mim
Você foi a criatura que me fez tão triste assim

[...]
Ah, e agora você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor...

(Você passa eu acho graça - martinho da vila).

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dança das cadeiras

*Cadeiras. Foto de Sonianepo.
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Querido leitor deste buteco sedentário,
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Após um longo período de organização interna, eis que sou surpreendida em plena tarde de hoje com o desejo de escrever....sobre a temática que mais nos agrada, aquela que une a todos os povos do universo, igualando homens, mulheres, crianças e cachorros: O Amor! Tal desejo me veio como intimação, após me deparar com alguns devaneios que pairavam soltos por aí, sem voz e força. Foi quando deixei meu querido Gil (Vicente) à deriva, e decidi perder o tempo - que já me é escasso - confabulando bobagens com os leitores que ainda me restam.
...
Eliberto é um cara legal. O tipo de pessoa com quem se quer contar, que tem um papo bacana e bons conselhos por de baixo da manga. Há alguns dias, requisitei sua presença física para que me desse um desses, do gênero amoroso, de modo que para tal expus parte do meu mais recente drama, a fim de conseguir a opinião de um homem-heterossexual-interessante-bem sucedido entre as mulheres. Eliberto disse:
...
- Ele tem outra! Esse lance de distância, energia, ou o fato dele evitar um encontro pessoalmente...não é excesso de amor romântico esvaindo pelas cucuías! Tampouco altruísmo! Ele tem outra.
- Ah não....Eliberto...será?....
- Sim: ele tem outra.
...
Dias depois, conversando com uma amiga, já farta dos desencontros afetivos pelos quais ainda passa, eis que a mesma me narra uma recém- trágica- descoberta: Pedro, Paulo e Plínio, seus últimos ex affairs, resolveram assumir o namoro com três novas infelizes. O fato é que há menos de um mês, a tríade dos P não queria relacionamento sério com ninguém, tampouco com a amiga de quem vos falo. Parece, no entanto, que num golpe de sorte - ou azar - os três rapazes foram flechados pelo Cupido em menos de dez dias, para a infelicidade daquela moça.
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Do outro lado da cidade, Fátima está feliz ao lado de Sérgio. Após um longo período de "chove não molha", Fátima, já cansada de todas as investidas, é surpreendida com o pedido de namoro. Há dois meses estão namorando, felizes e apaixonados, como um casal de rãs.
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Do lado de cá, Gisele empurra com a barriga o namoro de quatro anos. Enquanto Gustavo vive há quilômetros de distância, Gisele intercala idas a cidade do "noivo" com encontros clandestinos de sexo incandescente: Klint, um nômade austríaco que chegara na cidade. Ainda no mesmo quadrângulo, sua prima sofre pelo namoro rompido: três anos de vida compartilhada, ainda que desses três, dois houvessem sido de vida-trigâme-extra-compartilhada....(da parte dela): "Agora que te perdi, João, descobri que te amo de verdade" - exclama Gabi para Deus, à espera de um milagre em forma de torpedo.
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Enquanto isso, André apela para a pornografia virtual: "É preferível a sofrer por qualquer espécie de mau amor". E o casal de velhinhos, vizinho de André, faz canguru perneta pela sétima vez consecutiva..."Oh my God, Gianfrancesco".
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Na sala de aula, os alunos choram pela partida da professora querida, não aceitando qualquer forma de substituição. Da sala de aula, os alunos mais velhos fogem para parada gay, e se deparam com um casal homossexual comemorando as bodas de prata. Também a professora estava lá, na parada gay, a fim de se divertir com o irremediável.
.....
Porque tudo se move na face da Terra. Para alguns... com mais agilidade.
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Há poucos minutos, conversava com Eliberto que me falava do seu último rompimento. Embora eu soubesse ser este o décimo quinto, em menos de seis meses, fiz-me de surpresa esperando pela explicação plausível: "A culpa é de vocês, mulheres; eu estava tranquilo...precisando de um tempo pra mim....até conhecer Katia Flavia, há menos de um mês". Indignada, argumentei com o óbvio ..."amor", "cheiro", "história", "destino"..... "Nada (disse o rapaz) não fiz isso por mim, mas por ela, que agora está livre pra voar sem mim e se dar melhor na vida".
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- A gente sempre pode suportar, Sofia. (Menos as crianças, penso).
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Quando estava apaixonada pelo meu ex de número 3, acreditava cegamente que ele era a cara do Joohny Deep. Tal impressão me era como um dogma, uma certeza absoluta. Levei cerca de seis meses para me dar conta de que ele NÃO ERA o Joohny Deep, e de que a vida ainda estava aí para ser desfrutada com o próximo idiota que me surgisse pela frente.
....
Após este incidente, apaixonei-me uma vez mais. E apesar das desvantagens, da dor de cabeça (literal) trazida por esse novo "par", ainda acredito numa concepção de amor que está muito além de qualquer "dança das cadeiras" ou troca de Intimus Gel: amor é coisa rara, que leva muito tempo pra acontecer.
...
Amor é uma junção de significantes às vezes ocos. Quando ele nasce? Quando termina? É a mistura da paz que o outro me proporciona, acrescida por uma raiva e chateação. Eu te amo porque te odeio. Amor não é apenas sexo...(sexo se tem com qualquer pessoa, havendo diferença de DNA)....é confiança, amizade, naturalidade. Vontade de passar horas ouvindo o outro apenas contar-nos como foi o seu dia. É achar bonitinho o jeito do outro roncar; é relevar o quão chata uma pessoa pode ser; é não esquecer o sujeito apesar da distância, ainda que desejemos o nômade austríaco para uma noite de sexo casual...(porque somos feitos de carne). É, sobretudo, não imaginar uma vida sem ter aquele fulano ao nosso lado, ainda que metade dessa vida possivelmente seja de amor-ódio. É não ter explicação.
...
- Nada, Sofia! Amor é mutualismo....Troca-se até o esgotar. Julicléia foi importante pra mim....mas acabou. Quero que ela seja feliz, uma felicidade que não posso oferecer. Ela ficará melhor sem mim.
....
Enquanto a generosidade de Eliberto me oprime a alma, quarenta e sete lágrimas cessam e a dança das cadeiras se renova. Há quilômetros daqui, um novo casal se forma, com os restos de um antigo amor....
.....
- Nossa, meu ex adorava esse filme...
- Jura? Que legal....aliás, você me lembra uma pessoa muito especial...
- Ah sim? por quê?
- Ah...uma mulher que conheci, em Viçosa (BAHIA), apaixonada por plástico bolha....
- ...Oh...como você é sensível....diferente de todos os outros.....
- Você não sabe, mas eu ando tão sozinho.....
[... 20 minutos depois]
- Que tal um filme no meu apartamento?
....
....
.....
Boa Tarde!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Perfect / love

*Amor perfeito. Foto de Paulo Ferreira
...

On The Way Home / Rise

When the dream came
I held my breath with my eyes closed
I went insane,
Like a smoke ring day
When the wind blows
Now I won't be back till later on
If I do come back at all
Because you know me, and I miss you now.
In a strange game
I saw myself as you knew me
When the change came,
And you had the
Chance to see through me
Though the other side is just the same
You can tell my dream is real,
and I love you and I miss you now
Though we rush ahead to save our time
We are only what we feel
And I love you, can you feel it now...? Oyeah

I could be wrong I could be right
I could be wrong I could be right
I could be wrong I could be right
I could be black I could be white
I could be right I could be wrong
I could be white I could be black

The time has come your second skin
The cost so high, the gain so low
Walk through the valley
The written word is a lie
May the road rise with you...
May the road rise with you...
May the road rise with you...
May the road rise with you...

I could be wrong I could be right
I could be black I could be white
The time has come your second skin
The cost so high, the gain so low
Walk through the valley
The written word is a lie
May the road rise with you...
May the road rise with you...
May the road rise with you...
May the road rise with you...

Anger is an energy!!!
Anger is an energy!!!
Anger is an energy!!!
Anger is an energy!!!
(Legião Urbana)

domingo, 9 de outubro de 2011

Penúltima Estação


*Amor en el tren. Foto de Matteo Montero.

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Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.

Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
Que a mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som

Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
é a chave que sempre esqueço

Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um pro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!

Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você

Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor
(O mundo anda tão complicado - Legião Urbana).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

- TRANSFORMA!

*Rolling on the flor. Foto de Victor de Almeida.
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"Água mole em pedra dura,
tanto bate até que
cansa."
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Querido leitor do maior blog-piranho de Viçosa,
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Recebi esse elogio-adjetivo de um amigo que se referia assim ao Sofia..."É...o seu blog é o do menino-piranha de Viçosa: de vez em quando um post sobre relacionamento ou uma coisa séria; mas, na maioria das vezes um 'aí galera, bora pro leão?' ". Fiquei muito feliz com essa espécie de "reconhecimento", até porque também gostaria de que o Sofia fosse ainda mais "da piranhagem": tenho saído muito pouco de casa, divertido-me escassamente...tenho sofrido do mal universal de se ter "muita coisa na cabeça".
...
Muita coisa na cabeça tipo: família...(minha avó doente, alguns desentendimentos em casa...), grana (falta de), trabalho (preciso de mais um), futuro profissional (preciso estudar, decidir uma série de coisas, concentrar-me e focar no que de fato quero: querer...), vida afetiva (preciso de mais amor próprio).
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Seria legal se a vida fosse uma espécie de jogo "transforma" 24 horas, como no vídeo abaixo:
...
Sem rumo?
Voz dos céus: - Transforma!
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Sem trabalho?
Voz dos céus: - Transforma!
...
Sem sexo?
Voz dos céus: - Transforma!
...
Sem uma pessoa legal que te ame de verdade?
Voz dos céus: - Transforma...
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Então, em questão de segundos, tudo se resolveria sem demasiado esforço e complexidades.
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Tenho sentido falta de uma série de coisas leves: não-complexas. As festas universitárias de Viçosa já não me preenchem mais, salvo os botecos, claro, mas ainda assim estes não são mais os mesmos...(vide Leão, por exemplo, em breve um post especial sobre isso a pedido de uma leitora). Gostaria de fazer outras coisas, ir a um bom cinema com mais frequência, boliche, karaokê, rever amigos. Durante toda a adolescência e início de juventude, amigos e eu tínhamos o costume de nos encontrarmos nas casas um-do-outro, passando a noite em claro à luz de violão, voz e vinho (nem sempre dos bons...). Aliás, já pelas bandas de cá tínhamos o costume de fazer isso, após as reuniões da PJ. Era tudo muito divertido...jogávamos cartas...(UNO, Mal-Mal - os dois únicos jogos que "domino", além daqueles que se aprende na infância com as tias), Los Hermanos até às cinco da madrugada, risos desmedidos.
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Estou desbotada. Fomos ao Rio de Janeiro, mas não nos encontramos - sol e pele.
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Quero fazer uma viagem: para Argentina. Procurando por pacotes razoáveis, vi que é uma viagem bastante viável, desde que eu tenha um trabalho fixo, para não depender de segundos e terceiros para fazê-la. "Iremos no ano que vem" - penso com meus botões, mas às vezes a vontade é tão grande - a de evaporar - que prefiro acreditar numa pedra que encontrarei pelo meio do caminho, quem sabe hoje à tarde.
...
Sobre a vida afetiva: Após alguns acontecimentos, não tenho mais certeza se quero um namorado neste momento, um relacionamento sério, devido as minhas circunstâncias. Ao mesmo tempo, o medo de perder a pessoa de quem gostamos (seja lá o que isso signifique no momento) às vezes nos faz insistir no nulo, no vazio, como águla mole que bate, mas termina ainda mais mole, por fim, quase oca de tanto bater.
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Penso que o amor é a melhor coisa do mundo, talvez a mais importante. Gosto de amar, porque amplio uma série de olhares, amo por tabela uma série de outras gentes, músicas, livros, filmes. Até mesmo o sofrimento que o amor possibilita, quando dentro de uma "medida", tem lá os seus benefícios: torna você mais vivo, passível de transformação, conectado com a vida e as pessoas. Contudo, bom mesmo é amar em par, em sintonia: porque quando "a coisa" destoa, só mesmo o tempo para consertar, seja para bem ou para mal e este é um problema que sempre me acomete, a falta de paciência para o tempo e as resoluções que a ele compete.
...
A grande merda do amor é o excesso de confiança. Acredito que para amar bem é preciso de um pouco de "desconfiança" e medo, porque te fazem sempre novo, sempre menino aos olhos do outro. Caso contrário, ao ter a certeza de que não perderemos o "parceiro", iniciamos o terrível ciclo do "papo de surdo-mudo": de um lado, fala-se demais (se é exaustivamente chato, pedante); e, por outro, escuta-se de menos (se é ausente, frio, às vezes cruel). Começam-se os desencontros, os defeitos que superam as qualidades, as problematizações e toda chatice que isso traz. Não há mais leveza, senão adivinhações: "tenho que ligar agora...ou...", "tenho que ligar esse celular...ou", "não vou falar isso...ou", "não vou perguntar isso...ou...".
...
Uma merda.
...
Às vezes, esperamos uma postura do outro que não vem. Talvez por falta de compreensão, tato - o que é normal, pois até mesmo os casais mais harmônicos são pessoas completamente diferentes na individualidade (o que é ótimo). Mas em certos momentos, isso nos acontece por falta de jeito, falta de saco, vontade. Como saber?
...
Meu amor precisa de um tradutor google: só os óculos para a cegueira congênita não bastam mais.
...
Quero mesmo é um tempo pra mim.
...
- TRANSFORMA!
...
Quero mesmo é um tempo para nós dois.
...
- TRANSFORMA!
...
Quero mesmo é um t....
....
- TRANSFORMA!
...
...um Tablete de Halls com Vodka!
...
BOM DIA!
...
JOGO TRANSFORMA (p/ quem não sabe do que estou falando):


domingo, 4 de setembro de 2011

Paranormal?

O telefone...Glêner de Souza Borges.
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"Não telefone, não mande carta
Não mande alguém me avisar
Não vá pra longe, não me desaponte
O amor não sabe esperar"
(Marisa Monte - O amor não sabe esperar...)
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O que os olhos não vêem, o coração não sente; a menos, claro, que estejamos tratando de faculdades paranormais, dessas que te fazem intuir certos episódios, maus presságios, mesmo a quilômetros de distância.
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A verdade, no fim das contas, é sempre a melhor solução
(também para os casos de amor-guerra).
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Bom mesmo é suco de maracujá com cupuaçu: doce.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fala...


*Mais um casal. Foto de Cristina Bento.

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"Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu escuto
Se você disser
Tudo o que quiser
Então eu escuto
Fala
lá, lá, lá, lá, lá, lá. lá, lá, lá
Fala
Se eu não entender
Não vou responder
Então eu escuto
Eu só vou falar
Na hora de falar
Então eu escuto
Fala
lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Fala"

(Fala - Secos e Molhados)


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amor em tempos de melancolia.

* Por Clara Calambur.
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Meus dragões sempre foram moinhos de vento. Quando criança, ganhamos um pé de coelho numa quermersse da igreja a qual frequentávamos, um inofensivo amuleto, pé de coelho! Pois tal artefato era motivo do meu horror e danação; dos 3 aos 8 anos, sempre que via o tal objeto tinha uma crise de pânico tão estranha, gritava, chorava, escondia-me do pé de coelho - tão branco - como se a presa fosse eu e o coelho sem pé, ou pé de um então coelho, o predador.
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Valorizo muito essa coisa de vida amorosa, até mais do que devia. Não acho que seja como muitas mulheres carentes (embora todos nós o sejamos) que atribuem ao outro a felicidade de suas vidas; não é isso. Também não acho que sexo seja tudo. Passo longos períodos sozinha, e o fato é que convivo bem comigo mesma, gosto de mim e da minha companhia. Mas a partir do momento em que você se interessa por alguém, apaixona-se, ama, ou diabos, e aquilo não pode dar certo por algum motivo karmico....aí sim, sinto vontade de inexistir. Não há nada pior que o peso das lembranças, da saudade, e daquilo que poderia ter sido e não foi. E a certeza de que no fundo você esteve ali sozinha, amou sozinha! Não faz sentido outra coisa que não isso: perder uma pessoa por comodismo circunstancial é muito sério. Só deixaria que isso acontecesse aos relacionamentos triviais, o que não me move o suficicente pra mudar uma cadeira de lugar.
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É a terceira segunda-feira que acordo mal. Tudo seria perfeito se eu não fosse eu, se não houvesse exigência, mas eu sou eu, e a exigência é equivalente ao valor das coisas. F*d*-s*.
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Espero que passe logo. "Meu amigo" precisa de um tempo pra se reorganizar das coisas que viveu ou acha. Homens sempre precisam dessas coisas, desde o princípio, como quando Adão disse à Eva após o episódio do fruto proibido:
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אני צריך קצת זמן. הדבר הזה מעל עם התפוח של האנרגיה שלי, אני צריך לחשוב מה אני רוצה או לא רוצה, עדיין לאיודע.
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Acho que somos tentados a nos encantarmos pelo proibido. O pé de coelho que me amedrontava habitava uma caixinha no fundo do guarda-roupas de minha mãe. Quando não tinha o que fazer, eu o procurava, apenas pelo prazer do medo. O proibido quando desnuda-se frente aos olhos, exigindo outro tipo de postura, compromisso, modifica-se: finda-se o desafio, a caça, a conquista. Um dia, dei-me conta de que o pé de coelho não passava de um pedaço alheio de qualquer coisa, insignificante e nulo. Ainda era ruim a sensação de tê-lo entre os dedos, tentadora, mas já podia evitá-la racionalmente, porque já havia ganhado-o.
...
As pessoas, inclusive eu, perguntam-se sobre o significado dos sentimentos. A diferença entre um e outro. Já ouvi muitas definições de amigos, amigas, rolos, namorados; para mim, no entanto, hoje sei que cada um de nós sente as coisas de modo diferente, baseado nos outros lugares por onde andou, outras vidas que se viveu. Podemos nos apaixonar muitas vezes na vida, mas nenhuma é como a outra, porque cada indivíduo, tempo e relação é diferente e único. Há relações que nascem à primeira vista. Na idade adulta, vivi exatamente isso com um dos meus ex´s, aquela sensação arrasadora de que "é ele". Também já vivi relacionamentos baseados numa atração física e intelectual, admiração e respeito muito grande - o que eu denomino de "gostar", mas que acabaram em amizade; faltava-nos química, embora seja ele uma das pessoas, senão a melhor pessoa que eu conheci nesta encarnação (...e que está cada vez mais bonito...embora tenha namorada agora..hehe). E claro, por fim, há aqueles relacionamentos os quais você não espera nada...sabe que a pessoa não é aquilo que você busca, da uns beijinhos aqui e ali e acha que não vai se envolver, que não pode, que não sei que, até que de repente você se dá conta de que o fdp já é parte da sua vida.
...
Parte, mas não todo. Ainda assim uma parte importante, como um dedo do pé, parte pequena do corpo. Conheço pessoas que nascem com dedos a mais, outras com dedos a menos. O que importa isso para o nosso texto? Nada!
...
Conheci um rapaz outro dia que ficou com duas mulheres "ao mesmo tempo", numa festa. Perguntei a ele o porquê de ter feito isso, ele respondeu "estava bêbado, desculpe". Eu ficaria com esse cara, numa dessas festas, apenas pela sinceridade óbvia da sua fala. A gente tenta explicar certas coisas que acontecem por falta ou excesso de vontade, quando o simples seria mais fácil de compreender.
...
"Carro apertado é que canta", poderia ter dito minha avó, embora nunca o disse. Seja amar, gostar, apaixonar-se, ou como diria Adão,
מין , importante mesmo é o sentimento que extrapola o abstrato, comprometendo-se com o objeto de amor. Sentimento real é aquele que move as coisas reais por falta de escolha, muda os móveis de lugar, constrói e olha na mesma direção. Qualquer coisa inferior a isso pra mim já não basta. Sim, existem as circunstâncias. Nunca poderei realizar um dos maiores sonhos da minha vida, infelizmente, que é ser padre, visto que nasci mulher, e a vida o quis assim, sabiamente. Também as circunstâncias temporais, como por exemplo, o fato d'eu não poder ir a um show do Carlos Gardel, porque ele morreu há setenta anos; ou, ainda, eu não poder me relacionar com um legítimo japonês, do Japão, pela impossibilidade linguística e de locomoção. Dessa forma, concluo que há sim casos em que as circunstâncias são mais aterradoras que os sentimentos.
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Enquanto não encontro o homem da minha vida, isto é, homem dos meus próximos cinco anos, alugar-me-ei para o dia dos namorados. Aceito presentes, dou presentes, chamo de meu bem, falo que amo, durmo de conchinha. Frat gratuito apenas para Viçosa, Belo Horizonte e região. Interessados? Deixem comentários.
...
Bom início de semana, leitores melancólicos...(como Bardem em Amor em tempos de cólera, ou Darth Vader em Star Wars, que preferiu se render a filhadaputagem a suportar o peso da memória do que não deu certo).