domingo, 15 de maio de 2011

Fortuna?

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O fortuna,
Velut luna
Statu variabilis,
Semper crescis
Aut decrescis;
Vita detestabilis
Nunc obdurat
Et tunc curat
Ludo mentis aciem,
Egestatem,
Potestatem
Dissolvit ut glaciem.
(Carmina Burana - O fortuna)
É...
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Quando criança, minha mãe dizia que ao rirmos muito ao longo do dia terminamos o mesmo chorando. Lembro-me que sempre dizia isso no momento de dormir, quando me obrigava a ir para cama; eu, ainda pequena, sempre tinha um ataque de riso endemoninhado naquele instante, embora nunca houvesse motivo racional que me levasse a fazê-lo. Achava dormir engraçado?
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Minha mãe me ensionou muitas coisas na vida, aliás, algumas delas bem estranhas, como por exemplo, a jogar Tarot com 10 anos e rezar algumas orações "exorcistas", as quais nunca esqueci:
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"Retira-te satanás, parte de mim não terás, tu és de ferro, eu sou de aço, tu és o demônio, mas eu te embaraço com o poder de Deus pai todo poderoso". outra: "Diabo, antes de ti nascer Cristo nascido já era, dobra teu joelho no chão, acalma-te cão e leão"
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Resumindo: minha mãe é muito figura! rsrs. Também me ensinou a rezar o terço, ir à missa, toda uma educação católica que caía por terra, paradoxalmente, com essas coisinhas atípicas que ela trazia em sua cartola ( ainda traz).
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Tudo isso pra dizer o seguinte: a vida é uma loucura. Perdemos tempo com coisas que passam; deixamos passar coisas que não devíamos; e, ao mesmo tempo, nunca distinguimos ao certo uma da outra, aquilo que é ou está. Hoje estamos felizes, amanhã em prantos; hoje aqui, amanhã lá. Hoje perdemos, amanhã ganhamos; ontem ganhávamos, hoje já não nos importamos; hoje sofremos, amanhã radia-se alegria pelos poros.
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Acaso, Liberdade ou Fortuna?
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Conversava com uma pessoa quem dizia não saber o que quer - da vida. Na verdade, quem de nós o sabe? E quando sabe, quem de nós conseguimos com exatidão aquilo que se quer? Observo as vidas que eu poderia ter tido (porque todos nós poderíamos ter tido várias outras vidas, caso tivéssemos feito outras escolhas, ou houvessem escolhido diferente por nós) e chego a conclusão de que hoje sou aquilo que quero, mas que ainda amanhã eu já não serei mais, isto é, estou numa transição que me leva para não sei onde, tirando-me uma série de seguranças, desejos, felicidades, sonhos, certezas, exigindo-me uma maturidade por vezes desconfortante. Talvez tivesse sido diferente, mas eu não sabia.
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Estou cansada. As coisas poderiam ser mais didáticas, não?
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É...acho que preciso de um bom "sorvete de Kiwi" - como sugeriu um amigo.
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Boa Noite.

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