A Leandro e Patrícia,
com amor...
...
"Amizade só é real quando compartilhada"
(Dom Hélder Câmara - ACHO)
"Amizade é um amor que nunca morre"
(Tradição popular)
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"Amizade só é real quando compartilhada"
(Dom Hélder Câmara - ACHO)
"Amizade é um amor que nunca morre"
(Tradição popular)
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Certo dia, ao atravessar uma das ruas de Viçosa, quase fomos atropelados por um carro desenfreado, mas que, por outro lado, acabara de nos servir como instrumento epifânico:
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- Não podemos morrer atropelados - disse um de nós - pois ainda somos virgens. Desde então, nasceu a trindade profana "Os três primos virgens do Gama".
...
Quando mudei-me para Viçosa, não tinha ninguém a quem chamar de amigo. No primeiro dia de aula de um cursinho tal, sentei-me ao lado de uma menina-chata-faladeira-fofoqueira-e-tudo-de-ruim. Entra neste momento, sem razoáveis explicações, o que ainda chamo de "complexas coincidências que nos ocorrem", ou destino, ou Deus. Em menos de dez minutos, vim a descobrir que aquela garota se tratava de uma prima de segundo ou terceiro grau, cuja lembrança me remetia a um casamento acontecido no interior de Minas, onde ela, a tal menina-faladeira, usara umas botas muito estranhas para mim, até então paulistana e habituada às rasteirinhas e chinelinhos "remendadíssimos". Patrícia foi a minha primeira amiga neste lugar.
....
Uma semana depois, eis que nos surge outro primo - meu primo de segundo grau; nunca havíamos nos falado, aliás, uma vez tentei uma investida quando visitei a casa de uma tia onde Leandro estava hospedado; porém, por timidez ou presunção (ainda não o conhecia tão bem para diferenciá-las), o rapaz mal falou comigo, restrigindo-se a um "Quero prestar vestibular para Educação Física". Isto se deu no meu terrível aniversário de dezenove anos. No mesmo dia.
...
Nossa história começa em 2005.
...
Ainda muito antes, muitos inimagináveis anos antes, meu "irmão" quem faleceu apontou-me ao longe para este rapaz, Leandro, ironizando (seu humor era tão ácido quanto o meu): "Vê aquele rapaz? É o nosso primo Leandro...sua irmã chama-se Leandra (a mulher mais bonita do mundo, de acordo com o universo de meu "irmão") e, o caçula deles, Leonardo...Ai! Que falta de criatividade a de seus pais!".
...
Cerca de dez anos depois, reencontrei Leandro e, quatro anos depois da tal festa de casamento a que me referi, reencontrei Patrícia. Os três sob o mesmo teto, a fim de prestar o tal do Vestibular: Veterinária ou Educação Infantil; Biologia; Letras ou História (creio ser possível "adivinhar" as escolhas de cada um).
...
Naquele ano, 2005, nossa amizade nasceu. Minha prima morava em república, meu primo sozinho; eu, ainda com meus pais. Porém, todos os dias nos eram de embriaguez, festa, alegria sem razão, aventuras, comédias, tragédias, ciúmes - tudo aquilo o que faz valer e fortificar uma amizade. Lembro-me que visitava minha prima diariamente. Eu era a "agregada" da república; quanto a meu primo, ainda hoje meu melhor amigo, encontrávamo-nos sempre, ora em sua casa, ora em minha casa, ora na sarjeta de qualquer esquina desta cidade.
...
Minha mãe, nunca afeiçoada a visitas constantes e amigos "folgadinhos", tão prontamente os adotou como se ambos fossem-lhes filhos. E o amor assim quadriplicava-se cada vez mais, já que até meu pai, igualmente, adorava-os.
...
Passamos por tantas coisas juntos....O meu ficante bicho grilo do Leão; as idas e vindas de Patrícia com seus "amores"; as descobertas e o jeito de Leandro - que já não me era pretensioso, mas sim tímido, das "timidezes" mais puras e bonitas que meus olhos já viram... (aliás, a que coube a mim, no quesito psique, subverter; e, a Paty, no quesito bom gosto para roupas e perfumes desenvolver. O resultado? Que homem gatíssimo ele se tornou!). Nossos primeiros porres homéricos, nossas primeiras brigas, nossas primeiras "viagens" sem deslocamento necessário...Muitas Histórias e estórias.
...
Leão de segunda a segunda; bebedeira na casa da prima; macarronada com salsicha na casa do primo; por fim, novos amigos chegaram até nós (Marli, Lupita, Angélica, Rosária, "Leitão", Anderson, etc, etc...).
...
Nunca fui tão feliz em Viçosa.
...
O problema foi que não passamos juntos no Vestibular. Por conta disso, não quis o "churrasco de papai". Ingressei no curso de Letras em 2006; mas, Leandro e Patrícia houveram de esperar meses a mais...Leandro passou em Administração em Ubá; e, Patrícia, em Veterinária, um semestre depois de mim.
...
Patrícia, aquela menina cujo parafuso lhe faltava, transformou-se em uma mulher responsável, Guerreira, forte, pés no chão! Aprendeu a "engolir o choro"....É hoje uma das pessoas, senão a pessoa a que mais admiro em minha vida.
...
Leandro,"o cão covarde", converteu-se num homem belíssimo (não por ser meu primo), inteligente e acima de tudo, Corajoso. Deixou tudo o que lhe era segurança para vir atrás de um sonho...(Lá embaixo, veremos se conseguiu o tal sonho ou não).
...
Eu continuo Eu. Não posso falar de mim, assim, sem "eu lírico". Mas, há algo que mudou; ou, que está em processo de mudança. Só o futuro há de me dizer. Entretanto, de antemão, uma mudançazinha: Sofro,ainda, mas já não consigo chorar. Ou só o faço quando transborda, a dor, ao insuportável.
...
Passamos em nossas graduações; mas, ainda nos faltava algo: Leandro se desencantou pela Administração e pensou, repensou "Volto ou não para Viçosa??? Tento ou não Biologia - o meu sonho?" Paty, a mais convicta e focada em seu curso, teve muitas dificuldades para a conclusão da Veterinária - as que quase a levaram à desistência. Eu, bom.....Entrei no curso de Letras para aprender a escrever melhor. Queria ser escritora. Com o tempo, veio o amor pela Educação e, com um "cadico" de tempo a mais, amor pelas relações entre Literatura-História- Religião. Embora todos nós estivéssemos estudando, ora empregados, ora não, algo nos faltava...Algo com sabor de chocolate-morango-e-limão.
....
Antes de sermos quase atropelados "metaforicamente ou não" virgens, tínhamos o costume de ir a uma sorveteria na praça central desta cidade, onde a tríade pedia seus sorvetes preferidos: chocolate-morango-e-limão.
...
As cachaçadas e brigas (principalmente entre mim e Patrícia) continuavam. Mas falatava-nos o tal do desejo....Desejo de uma vida que nos valesse a pena.
....
- Cuidado!!!!!!!!!!!!!!! Não podemos ser atropelados!!!!!!
- Já pensou?? Sermos atropelados ainda virgens???
- Já sei: Os três primos virgens do GAMA!!!
- (risos).
....
Hoje, recebi duas notícias: Patrícia graduou-se, enfim, em Veterinária. Há de trabalhar por gosto com "grandes" (detesta pequenos). Bonita e sensual como é, caso seu namorado não lhe dê o valor merecido, homens é que não hão de lhe faltar.
...
A segunda notícia é a de que Leandro passou em vagas ociosas para Biologia, realizando seu sonho: Segundo lugar! Obrigatoriamente, deixará a música (ele é músico, pianista e cantor lírico)....Mas, um sonho maior nos consola as perdas tão igualmente dolorosas.
...
Eu, também em segundo lugar (assim como Leandro), passei no Mestrado em Estudos Literários. Mal posso esperar por essa nova vida, a que já se inicia em janeiro...dia 15, quando farei minha primeira viagem para o exterior, caso tudo dê certo (Saravá!). Vou sozinha para a Argentina (minha paixão): Estudar espanhol e "encontrar algum porteño perdido". E o resto...É uma estrada que só a Deus e às estrelas sabem como nos guiar.
....
Seja lá o que for amor, temática constante destes meses de novembro e dezembro, creio que é exatamente isso: perder-se e recuperar-se como se nunca houvéssemos nos separado. Quero me "casar" com um homem que seja, sobretudo, meu amigo (...A Amizade é o amor que nunca morre); e, assim como Patrícia e Leandro, possa compreender a minha necessidade de só arrumar a cama após o almoço, a de escrever bobagens em Blog´s, a de ser extremamente "mão de vaca", a de fumar enquanto escrevo...Entre outras pequenas peculiaridades.
...
Um brinde à felicidade!
Isto é, aos momentos de felicidade!.
...
Mas, uma coisa é certa: o encontro de nós três é sim parte do inexplicável....Não há respostas para tamanha coincidência; e, enveredar agora em busca destas explicações seria o mesmo que menosprezar o gosto do chocolate-morango-e-limão que ainda permanece na alma, quase sete anos depois.
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Ás vezes, só a doçura já nos é suficiente.
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- Não podemos morrer atropelados - disse um de nós - pois ainda somos virgens. Desde então, nasceu a trindade profana "Os três primos virgens do Gama".
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Quando mudei-me para Viçosa, não tinha ninguém a quem chamar de amigo. No primeiro dia de aula de um cursinho tal, sentei-me ao lado de uma menina-chata-faladeira-fofoqueira-e-tudo-de-ruim. Entra neste momento, sem razoáveis explicações, o que ainda chamo de "complexas coincidências que nos ocorrem", ou destino, ou Deus. Em menos de dez minutos, vim a descobrir que aquela garota se tratava de uma prima de segundo ou terceiro grau, cuja lembrança me remetia a um casamento acontecido no interior de Minas, onde ela, a tal menina-faladeira, usara umas botas muito estranhas para mim, até então paulistana e habituada às rasteirinhas e chinelinhos "remendadíssimos". Patrícia foi a minha primeira amiga neste lugar.
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Uma semana depois, eis que nos surge outro primo - meu primo de segundo grau; nunca havíamos nos falado, aliás, uma vez tentei uma investida quando visitei a casa de uma tia onde Leandro estava hospedado; porém, por timidez ou presunção (ainda não o conhecia tão bem para diferenciá-las), o rapaz mal falou comigo, restrigindo-se a um "Quero prestar vestibular para Educação Física". Isto se deu no meu terrível aniversário de dezenove anos. No mesmo dia.
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Nossa história começa em 2005.
...
Ainda muito antes, muitos inimagináveis anos antes, meu "irmão" quem faleceu apontou-me ao longe para este rapaz, Leandro, ironizando (seu humor era tão ácido quanto o meu): "Vê aquele rapaz? É o nosso primo Leandro...sua irmã chama-se Leandra (a mulher mais bonita do mundo, de acordo com o universo de meu "irmão") e, o caçula deles, Leonardo...Ai! Que falta de criatividade a de seus pais!".
...
Cerca de dez anos depois, reencontrei Leandro e, quatro anos depois da tal festa de casamento a que me referi, reencontrei Patrícia. Os três sob o mesmo teto, a fim de prestar o tal do Vestibular: Veterinária ou Educação Infantil; Biologia; Letras ou História (creio ser possível "adivinhar" as escolhas de cada um).
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Naquele ano, 2005, nossa amizade nasceu. Minha prima morava em república, meu primo sozinho; eu, ainda com meus pais. Porém, todos os dias nos eram de embriaguez, festa, alegria sem razão, aventuras, comédias, tragédias, ciúmes - tudo aquilo o que faz valer e fortificar uma amizade. Lembro-me que visitava minha prima diariamente. Eu era a "agregada" da república; quanto a meu primo, ainda hoje meu melhor amigo, encontrávamo-nos sempre, ora em sua casa, ora em minha casa, ora na sarjeta de qualquer esquina desta cidade.
...
Minha mãe, nunca afeiçoada a visitas constantes e amigos "folgadinhos", tão prontamente os adotou como se ambos fossem-lhes filhos. E o amor assim quadriplicava-se cada vez mais, já que até meu pai, igualmente, adorava-os.
...
Passamos por tantas coisas juntos....O meu ficante bicho grilo do Leão; as idas e vindas de Patrícia com seus "amores"; as descobertas e o jeito de Leandro - que já não me era pretensioso, mas sim tímido, das "timidezes" mais puras e bonitas que meus olhos já viram... (aliás, a que coube a mim, no quesito psique, subverter; e, a Paty, no quesito bom gosto para roupas e perfumes desenvolver. O resultado? Que homem gatíssimo ele se tornou!). Nossos primeiros porres homéricos, nossas primeiras brigas, nossas primeiras "viagens" sem deslocamento necessário...Muitas Histórias e estórias.
...
Leão de segunda a segunda; bebedeira na casa da prima; macarronada com salsicha na casa do primo; por fim, novos amigos chegaram até nós (Marli, Lupita, Angélica, Rosária, "Leitão", Anderson, etc, etc...).
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Nunca fui tão feliz em Viçosa.
...
O problema foi que não passamos juntos no Vestibular. Por conta disso, não quis o "churrasco de papai". Ingressei no curso de Letras em 2006; mas, Leandro e Patrícia houveram de esperar meses a mais...Leandro passou em Administração em Ubá; e, Patrícia, em Veterinária, um semestre depois de mim.
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Com passar do tempo separamo-nos, criando novas amizades, novos amores, antigos desamores; viagens, paisagens, maniazinhas, temperamentos diferentes: Novidades.
Transformamo-nos expressivamente: mas, a sintonia, a TAL DA SINTONIA nunca se perdeu.
...Transformamo-nos expressivamente: mas, a sintonia, a TAL DA SINTONIA nunca se perdeu.
Patrícia, aquela menina cujo parafuso lhe faltava, transformou-se em uma mulher responsável, Guerreira, forte, pés no chão! Aprendeu a "engolir o choro"....É hoje uma das pessoas, senão a pessoa a que mais admiro em minha vida.
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Leandro,"o cão covarde", converteu-se num homem belíssimo (não por ser meu primo), inteligente e acima de tudo, Corajoso. Deixou tudo o que lhe era segurança para vir atrás de um sonho...(Lá embaixo, veremos se conseguiu o tal sonho ou não).
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Eu continuo Eu. Não posso falar de mim, assim, sem "eu lírico". Mas, há algo que mudou; ou, que está em processo de mudança. Só o futuro há de me dizer. Entretanto, de antemão, uma mudançazinha: Sofro,ainda, mas já não consigo chorar. Ou só o faço quando transborda, a dor, ao insuportável.
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Passamos em nossas graduações; mas, ainda nos faltava algo: Leandro se desencantou pela Administração e pensou, repensou "Volto ou não para Viçosa??? Tento ou não Biologia - o meu sonho?" Paty, a mais convicta e focada em seu curso, teve muitas dificuldades para a conclusão da Veterinária - as que quase a levaram à desistência. Eu, bom.....Entrei no curso de Letras para aprender a escrever melhor. Queria ser escritora. Com o tempo, veio o amor pela Educação e, com um "cadico" de tempo a mais, amor pelas relações entre Literatura-História- Religião. Embora todos nós estivéssemos estudando, ora empregados, ora não, algo nos faltava...Algo com sabor de chocolate-morango-e-limão.
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Antes de sermos quase atropelados "metaforicamente ou não" virgens, tínhamos o costume de ir a uma sorveteria na praça central desta cidade, onde a tríade pedia seus sorvetes preferidos: chocolate-morango-e-limão.
...
A vida nos sugou o desejo de sorvete.
...As cachaçadas e brigas (principalmente entre mim e Patrícia) continuavam. Mas falatava-nos o tal do desejo....Desejo de uma vida que nos valesse a pena.
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- Cuidado!!!!!!!!!!!!!!! Não podemos ser atropelados!!!!!!
- Já pensou?? Sermos atropelados ainda virgens???
- Já sei: Os três primos virgens do GAMA!!!
- (risos).
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Hoje, recebi duas notícias: Patrícia graduou-se, enfim, em Veterinária. Há de trabalhar por gosto com "grandes" (detesta pequenos). Bonita e sensual como é, caso seu namorado não lhe dê o valor merecido, homens é que não hão de lhe faltar.
...
A segunda notícia é a de que Leandro passou em vagas ociosas para Biologia, realizando seu sonho: Segundo lugar! Obrigatoriamente, deixará a música (ele é músico, pianista e cantor lírico)....Mas, um sonho maior nos consola as perdas tão igualmente dolorosas.
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Eu, também em segundo lugar (assim como Leandro), passei no Mestrado em Estudos Literários. Mal posso esperar por essa nova vida, a que já se inicia em janeiro...dia 15, quando farei minha primeira viagem para o exterior, caso tudo dê certo (Saravá!). Vou sozinha para a Argentina (minha paixão): Estudar espanhol e "encontrar algum porteño perdido". E o resto...É uma estrada que só a Deus e às estrelas sabem como nos guiar.
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Seja lá o que for amor, temática constante destes meses de novembro e dezembro, creio que é exatamente isso: perder-se e recuperar-se como se nunca houvéssemos nos separado. Quero me "casar" com um homem que seja, sobretudo, meu amigo (...A Amizade é o amor que nunca morre); e, assim como Patrícia e Leandro, possa compreender a minha necessidade de só arrumar a cama após o almoço, a de escrever bobagens em Blog´s, a de ser extremamente "mão de vaca", a de fumar enquanto escrevo...Entre outras pequenas peculiaridades.
...
Um brinde à felicidade!
Isto é, aos momentos de felicidade!.
...
Mas, uma coisa é certa: o encontro de nós três é sim parte do inexplicável....Não há respostas para tamanha coincidência; e, enveredar agora em busca destas explicações seria o mesmo que menosprezar o gosto do chocolate-morango-e-limão que ainda permanece na alma, quase sete anos depois.
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Ás vezes, só a doçura já nos é suficiente.
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