sábado, 30 de junho de 2012

Meilleur des mondes

*Outros mundos. Foto de Roberto Quintela.
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Aqui só pode ser o melhor dos mundos possíveis. Caminhava ontem pelo calçadão quando me deparei com dois famosos, simultaneamente: ambos ligados ao universo sertanejo. O mais jovem, com a namorada; o mais velho, com esposa e  filho. Em que outro lugar do mundo isso aconteceria, que não aqui? Em  seguida, comprei um pastel-esfiha. Ao sair da lanchonete, a senhora chinesa alegou que não a havia pagado, sendo que fora a primeira coisa que fiz, após escolher o pastel-esfiha e vice versa. Conferiu as notas no caixa e pediu-me desculpas. Em que outro lugar do mundo isso aconteceria, que não aqui? Mais tarde, uma cervejinha com alguns amigos, até o badalar das onze e meia da noite. Isso porque o último ônibus com destino ao bairro em que moro é as 23:30; não tenho carro, não tinha carona e, em função da greve de professores federais, uma corrente do mal se apossou de todos os assalariados dessa cidade, cujos salários lhes pagam de metade em metade. Em suma: Sou assalariada e taxi está caro. Em que outro lugar do mundo isso aconteceria, que não aqui? O ônibus especial que nos leva para casa está repleto de mocinhas de 13 a 20 anos, todas exatamente iguais, com a mesma saia "lápis", mesmo modelo de sapato, mesmo modelo de bolsa e, inconfundivelmente, mesmo modelo de cabelo, cabelo liso e longo. Todas clonadas de algum manual de beleza. Em que outro lugar do mundo isso aconteceria, que não aqui?
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Um pequeno gambá cruza o meu caminho pouco antes d'eu chegar em casa.
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Em que outro lugar do mundo isso aconteceria, que não aqui?
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Sei que sentirei saudades.

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