Ele e eu: será o fim?

Ele era tudo pra mim.
...

Todos os dias nos encontrávamos: pela manhã, à tardezinha, à noite, e às vezes, também de madrugada...(burlando a censura estabelecida por meus retrógrados pais).

....
Ficávamos no meu quarto, na sala....na cozinha....no banheiro.
...
Momentos quentes de muito prazer.
...
Ele? da cor do pecado...
...
Quantos restaurantes, barzinhos, "butecos", e até RU e casa da vó....
...
Sempre um gosto forte, docemente amargo, ficava em minha boca e não me deixava esquecê-lo, após nossos encontros mais íntimos.
...
- Hum... delícia....quero mais!
...
Um dia, as coisas começaram a mudar.
...
Não o procurava mais. Ele insistia, mostrava-se receptivo e sedutor...mas eu precisava de um tempo, não estava mais feliz.
...
Passamos a nos ver apenas em situações "sociais": nada de intimidades em minha casa ou encontros premeditados, apenas o inevitável...
...
- Você me aceita...?
....
Aceitava, sim, forçosamente. Com passar dos dias, não podia se quer encontrá-lo: desconforto, desassossego....o que chegou ao limite da dor física, náuseas, vômitos, dores de barriga, dores de estômago; dor de tudo.
...
Dos nossos encontros, só restou o cigarro..após....bem...vocês sabem!
...
Mas hoje, finalmente, aprendi a dizer basta! a dizer não!
...
- Amandinha! aceita uma xícara de café?
- ("café? arght") Obrigada tia! Agora só bebo leite achocolatado, cerveja e vodka.
.....

THE END

...

(Aviso aos navegantes: isso não é uma metáfora, alegoria, ou qualquer imagem literária, ok? Após 25 anos de consumo desenfreado...enjoei de café! assim sem mais, juro! Quem ousa entender os mistérios do amor?).

*A.tomic. Côr de café

...