sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

What Christmas means to me...(IV)

*Minha vó (e madrinha) Maria e eu.
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Há alguns dias, conversava com meu orientador - o judeu mais cristão que já conheci - que me contava sobre o encantamento que a narração do nascimento de Cristo o proporciona: "Se teoricamente Cristo é o messias, não há riqueza no mundo que possa comprar o privilégio daqueles pastores que presenciaram, pessoalmente, o nascimento do Cristo. Quem de nós não daria tudo para estar ali?"
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Mesmo sabendo que 600 anos antes do surgimento de Cristo, os Persas já dedicavam o dia 25 de dezembro à comemoração do nascimento de Mitra, o deus sol, cuja lenda nos conta, entre outras coisas, que este também ressuscitara ao terceiro dia - apesar disso, sou Cristã. Sou Cristã porque se descobrisse hoje que Jesus não passou de um homem excêntrico, visionário, cuja crença improvável de que fosse filho de Deus, responsável pela mudança do destino dos homens, não passou de um mito...bem, acreditaria nele da mesma forma, e com a mesma fé muito humana.
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A verdade é que, seja Cristo de fato "Cristo" ou apenas Jesus, acho que todos os homens e criaturas são filhos do mesmo Deus, o que nos faz consequentemente irmãos, independente do grau de divindade de cada um. Aliás, todo o profano trás em si um pequeno broto do divino; sendo legítimo o contrário! Não é acaso os boatos de que Madre Teresa, apesar de santa, era muito chata e rabugenta. Seria feliz?
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Tudo isso pra dizer, caríssimos, que detesto Natal: não devido ao periférico, que é até suportável....
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Não vejo o consumismo desenfreado com maus olhos, desde que todos os indivíduos usufruam do mesmo poder de compra, o que não acontece em meu país, desagradando-me profundamente. Ainda assim, gosto de dar presentes ás crianças, e não vejo nada de mais em se acreditar em Papai Noel! Apesar do simbolo de "aculturação" que este representa, não devemos ser tão chatos assim! Também gostamos de Beattles e assistimos MTV, ou estou mentindo?Já com relação às cores da Coca-cola, à neve, e a todo o universo artificial, para nós brasileiros, da qual o "bom velhinho" emana, acho uma pena não termos, ainda, um Papai Noel cujo ajudante especial, ao invés das renas, seja o saci e o curupira! De qualquer forma, tudo isso é tão periférico, que para mim não "fede ou cheira".
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Eu gostava de Natal até me dar conta da ausência que ele traz.
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Ausência de vozes, risos, abraços, presentes....
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Ausência de tantos amores que se vão; de tantos papais ou mamães noel que já caminham ao longe, para a outra margem desse rio.
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Natal me lembra, sobretudo, duas pessoas: Cleiton e Maria - minha avó.
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Na ausência de ambos, fecho meus olhos para que o tempo passe, até a chegada do dia 26. Tenho feito isso há anos, mas sempre ao lado da minha família, que é muito divina em seu excesso de profanação.
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É esse o Cristo que se apresenta pra mim: um Cristo que também é saudade de quem ficou; e que erra, às vezes.
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No mais, querido leitor, gosto dos especiais do Roberto Carlos (choro sempre) e de receber cartões. Odeio mensagens massificadas, dessas que se enviam por orkut! Sou egocêntrica: gosto de me sentir especial e de quando me chamam pelo nome.
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Anualmente, envio cartões para todos os meus melhores amigos; mas, esse ano, não fiz nada. Sinto vontade de celebrar o dom da vida com quem amo; mas, persiste um vazio muito grande....de coisas pequenas.
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...Saudade de um riso debochado que se infinitou.
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A todos os leitores e aqueles que amo: Feliz Natal!

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