terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Oráculo de Sofia responde! (O retorno do recalcado...)

*Tradução aproximada: Toda vez que você dorme com alguém, você também dorme com o seu passado.


"....Cause I Love you
And I miss you now"
(On the way home/ Rise).
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Querido Leitor Enamorado...
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Para o bem de todos e felicidade geral, ou semi geral, whatever, voltamos com nossa coluna charmosíssima Oráculo de Sofia. Para os novos leitores de plantão, trata-se de um espaço a fim de resolver o SEU, o MEU, o NOSSO problema amoroso! Porque amar é, de fato, uma das complicações mais simples desse universo de meu Deus...(e mais belas....ai!)
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Escreva-nos contando sua história de amor, partilhando suas celeumas particulares, declarações, segredos; peça-nos um conselho ou simplesmente ...lamente-se conosco!

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Como? enviando-nos um email para:
oraculodesofia@yahoo.com.br
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Aceitamos emails em Português, Inglês, Espanhol e Aramaico, ok?
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A leitora dessa semana chama-se Tábata* (nome fictício, of course), quem me fez jurar, de pés juntos, não transcrever partes de seu email aqui no Sofia, para que não fosse reconhecida pelo atual namorado, também nosso leitor (Que ótimo! Seja bem vindo namorado atual da Tábata*!).
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Tábata terminou um relacionamento há alguns anos; porém, queixa-se por não conseguir esquecer o tal ex namorado, embora este já esteja em um outro relacionamento, assim como ela. Como já vivi algo parecido, a pergunta de Tábata é se ainda penso em meu ex namorado; e, independente da minha resposta estúpida, qual seria a solução para seu infindável dilema. Vamos conferir?

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Resposta do Oráculo de Sofia:
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Querida Tatá....
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Podemos controlar muitas coisas nessa vida; mas, para pessoas passionais, como nós, controlar o coração e as coisas que advêm desse campo semântico (gostar, apaixonar, sexo, amar, traição, incesto -hehe, brincadeira!) - é muito difícil, senão impossível.
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Bem. Eu também vivi um longo e importante relacionamento que se rompeu (importante para mim, pelo menos), causando-me muito dano, não só na vida sentimental, mas, inclusive, familiar e principalmente acadêmica. O rapaz em questão era o "amor da minha vida" na época: pretendíamos nos casar, já tínhamos quatro filhos imaginários e dois cachorrinhos - porque sua mãe nunca o deixara ter um cachorro. Também já tínhamos uma casa no campo, onde teria um cavalo - meu animal preferido.
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Vivemos 1 ano e cinco meses como o "casal perfeitinho": briguinhas por ciúme, mas nada de mais. Até que tivemos nossa primeira crise, em função da entrada do tal rapaz em um "novo emprego". Sentia-me insegura, como você também relata se sentir, com a possibilidade de perdê-lo. Tal crise durou três meses, quando recuperamos a confiança e a "paixão". Quatro meses depois, no entanto, devido a uma briga por motivos profissionais...(porque além de namorados, éramos amigos e colegas de trabalho), o carinha em questão e eu tivemos uma briga horrível, na qual ele disse, entre outras coisas, algo que nunca esqueci:
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- Amanda: Você é má!
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Para mim, ser chamada de má apenas porque estava com inveja - sim, confesso! Inveja por não ter podido escrever um determinado texto para um jornal no qual trabalhávamos, foi pra mim uma grande decepção: não pelas palavras em si, mas pelo fato de me dar conta do quanto éramos diferentes. Sou uma pessoa que tenho como princípio vital, ainda, a não existência de uma plenitude do bem e mal; mais do que isso, aquela briga me mostrava que meu ex sentia uma "raivazinha" de mim, nutrida desde aquela primeira crise, provando-me, mais uma vez, que éramos muito diferentes....porque eu posso ser "má", para os padrões os quais ele tinha na época (e provavelmente, não os têm hoje, espero), mas, não sei guardar rancor e não suporto maniqueísmos, pessoas que se sentem donas da razão.
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Demos um tempo. Sofri. Muito. Fiz escândalos, quebrei celulares....tentei me matar (de mentirinha). Voltamos: mas, os cinco meses seguintes nunca mais foram como antes! Enquanto eu tentava "aprisionar" o meu ex, por medo de perdê-lo, muitas vezes omitindo opiniões simples sobre o nosso "trabalho", sobre o jeito dele, que me incomodava, ou com crises absurdas de ciúmes - ele, em contrapartida, afastava-se cada vez mais de mim, e por não percebê-lo, atribuía à culpa do seu afastamento a minha "chatisse", sendo muitas vezes acomodado e muito cruel.
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Terminamos, claro. Em um belo domingo, ele me disse: "Eu te amo, Amanda". Na segunda seguinte, após um beijo: "Amanda...nós somos muito diferentes! Você se parece com sua mãe!".
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Sofri muito. Não há palavras que expressem o quanto sofri, o quanto meus dias tornaram-se vazios com a ausência do riso, das "ruguinhas" e da chatisse daquele rapaz. Eu o amava; sim! Eu o amava.
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Logo após o estágio inicial de foça amororsa (ç ou ss? sempre esqueço!), graças às minhas velhas e novas amigas, as que muito amo e não troco por homem algum, tornei-me mais uma porra louca desiludida de Viçosa: bebia todas.....todas....beijava quase todos, fazendo feios, bonitos e exóticos felizes.
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Um dia, entretanto, como num passe de mágica, apaixonei-me novamente. Pela pessoa errada, claro (como acontece a quase todas as mulheres que terminam longos namoros com rapazes "certinhos"). Bom, ele não é casado, ok? Mas, é a pessoa mais enrolada que conheço, embora também a mais graciosa.
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Tudo o que meu ex não me dava - não se tratava de valor em termos de atenção, mas, valorização profissional, apoio, "empurrão" - este, dava-me em excesso. Enquanto meu ex, na fase do "afastamento", chegou a dizer que eu me vestia mal, que precisava mudar de estilo, etc, o outro, em oposição, seja verdade ou não, valorizava minhas velhas e toscas saias de chita, meu cabelo sem chapas e as besteiras que escrevo.
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Tínhamos uma sintonia que nunca tive com ninguém, a ponto de, literalmente, adivinharmos os mesmos números numa escala de 0 à 800 e outras coisas ridículas de gente apaixonada. E sim! mais uma vez, pensei que ele fosse "o homem da minha vida!"
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Sei que ainda não morri, e que o mundo dá voltas! Mas....não é ele também não. Tal rapaz me fez poucas e boas; mas, apesar delas, o bem que ele me fez supera toda enrolação e incapacidade de se doar....(ele é muito imaturo). Meu relacionamento com esse rapaz me mostra que não existem pessoas "más", Tábata; somos trevas e luz, claridade e obscuridade...e é por essas e outras , que mesmo ele sendo um fdp (Ele é um FDP!!!)...bem... esqueçamos!
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Tudo isso pra dizer que:
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1) Para amor, não há regras. Vou te falar como se dissesse a uma irmãzinha! Cada um tem uma forma de viver as coisas; mas, eu, particularmente, não acredito num amor que seja capaz de anular um amor anterior, ainda mais, um amor forte como o que você doou.
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2) Então, Sofia, amamos e sofremos eternamente?
Não. Penso que o novo amor nos ajuda a ressignificar o amor anterior....não anulando os sentimentos, mas, modificando-os. A gente fica mais forte, mais maduro e percebe que também errou. Eu, por exemplo, dei-me conta do quanto era excessivamente ciumenta; e, que sobretudo, meu primeiro relacionamento não deu certo porque meu ex também estava num outro momento...numa outra "vibe", embora ainda não soubesse ou admitisse! Nós não tínhamos amigos distintos; no início era legal, a nossa companhia de todos os dias; mas , aos poucos, ambos nos sufocamos.
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Voltando. Depois de um tempo, se a segunda relação for de fato forte, embasada em novos valores (ou seja, você não tá mais com o cara só pra usá-lo ou fazê-lo de "substituto") - aí sim, a coisa anda....e você não esquece o seu "grande ex amor", mas, torna-se capaz de convertê-lo numa lembrança bacana, apesar do trágico fim....( E qual fim não o é?)...E sim... amar o novo sujeito: amar, ser feliz, se ferrar, ser feliz de novo - tudo de novo.
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3) Caso isso ainda não tenha acontecido....dê um tempo, vá vivendo! Mas atenção: se a relação perdurar e ainda assim você pensar tanto no seu ex, enquanto homem, a ponto de desvalorizar o atual, o melhor a fazer é ser sincera com o rapaz. Abrir o jogo! Falar dos seus sentimentos....da sua história...do seu passado.
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Outro dia, vi uma propaganda sobre AIDS que falava algo assim: "Quando você se relaciona com uma pessoa, você também se relaciona com o passado dela". Dessa forma, o melhor, Tábata, é a sinceridade....por mais que doa. Mas, enquanto não tem certeza, vá levando...não em banho maria, mas para seu auto conhecimento, e conhecimento do outro.
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4) Esqueci meu ex? Eu sou o tipo de pessoa quem acredita no amor eterno (não é acaso a minha tatuagem de girassol nas costas, Tábata....). Não esqueci o meu ex, e nem pretendo esquecê-lo. A pergunta que deve ser feita é: Como você pensa no seu ex? Hoje, pra mim, graças as minhas outras experiências, também de novas amizades, acadêmicas, de trabalho - e claro, graças ao outro sacana que surgiu na minha vida, numa escadaria....rs - eu afirmo a você que ainda penso muito no meu ex, mas não mais como homem, mas sim, como uma das lembranças mais bonitas da minha vida. Como alguém que se distingue de todas as outras, apenas pelo fato de existir; ainda que, ao mesmo tempo, não seja mais um "homem" pra mim, isto é, não sinto mais paixão romântica por ele. Mas esquecer....acho que nunca.....Quando o vejo com outra(s), ainda bate um enjôo! rsrs
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5) Como levo minha relação com meu ex? Depende de você! Hoje, eu queria muito me aproximar do meu ex, poder ter pra com ele uma relação de carinho mútuo e respeito. Mas, nós brigamos muito depois do fim - acho que o bobo me odeia - e, mesmo fazendo as pazes tempos depois, atualmente ele voltou a me ignorar, mesmo eu não sabendo o porquê! Mas pouco importa! No seu caso, no entanto, acho que o melhor a fazer é se manter afastada, até que um dia, possa estar perto do seu ex sem segundas intenções. Amizade sincera, sinceramente, sendo redundante, acho que nunca rola, depois de tuuuuuuudo! Isto é: depende de como as coisas terminaram. Mas carinho sim, dá para nutrir, dá pra transformar em lembrança....e ser feliz com o segundo, terceiro, quarto e quinto amor da sua vida...(Pra que ter um só?).
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Resumindo: O mundo dá voltas, Tábata! Mesmo que um dia você volte com seu ex, e sabemos que isso pode acontecer, atualmente, isso não é possível! Porque vocês dois estão em outros relacionamentos, que merecem minimamente o respeito de ambos. Então, o conselho de Sofia é: ou você continua com seu namorado, atenta e a fim de perceber o que realmente sente por ele; ou, caso de fato a memória do seu ex seja tão forte e capaz de afetar seu relacionamento atual, TERMINE!!!! Não faça com que esse rapaz, o namorado, que gosta tanto de você, alimente um sentimento que não é correspondido!
Isso é cruel...danoso....ilícito!
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A verdade, Tábata, por mais dura, é sempre a melhor opção!!!!
Exceto quando sua avó materna acaba de cortar o cabelo, e você, detestando, diz:"Ai vó Gertrudes !!!!! O que fizeram com a senhora!!!!!!!!".
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Certas mentirinhas valem sim!
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Um beijo!
Oráculo de Sofia....

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