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Baseado em fatos reais e recentes.
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O tempo é presente, marcado pela recente morte de minha avó. Meus pais foram viajar e, aparentemente também eu, que me encontro em um quarto de hotel.
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Enquanto arrumo meu quarto, com relógio no pulso e destraindo-me com ele, ouço ao rádio a notícia da minha morte: "Amanda Lopes de Freitas faleceu hoje após seu guarda roupas ter caído sobre ela". Ouço tal notícia segundos antes de desejar afastar o guarda roupas do lugar onde ele se encontra, para um fim que não sei bem qual. Acho ridícula a idéia de morrer dessa forma; vou lá e afasto o guarda roupas com as próprias mãos.
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Automaticamente, encontro-me no banheiro do hotel, tomando banho, com muito medo de morrer eletrocutada porque chovia. Em seguida, após finalizar o banho, sinto medo de me perder dentro do meu próprio quarto, de abrir a porta e me deparar com alguém estranho no hall de entrada do hotel.
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Depois de um suspiro, abro a porta do banheiro e encontro meus pais ou com a idéia da presença deles. Até que eles me surgem, angustiados. Sim! Estou morta! Exatamente como anunciado no rádio: o guarda roupas caiu sobre mim e eu morri.
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Tento conversar com eles, mas minha voz está "oca". Chamo minha avó em vão, nenhum deles vem me buscar. "Era tudo mentira" - penso, a respeito da idéia de vida após a morte que eu tinha.
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Uma única voz fala comigo: a minha própria consciência. Ela me diz algo do tipo:
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"Se pai quis te dizer que você foi a coisa mais importante do mundo pra ele. Que ele te amou muito".
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Não consigo ouvi-lo, apenas através dessa terceira voz. Já minha mãe, posso ouvi-la dizendo:
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- Ainda hoje brincávamos e você decide dormir para sempre???
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- Sei que ela quereria ser enterrada com este vestido, mas ele não é muito "bom pra isso" (ela menciona isso a respeito de um vestido estampado que gosto muito).
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No mesmo instante, imagino-me vestida com tal roupa, no caixão...e algo me vem: "Não quero que x me veja nessa roupa, estou muito gorda".
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X é um homem, o qual não faz parte dos meus pensamentos amorosos "conscientes". Ele é a primeira pessoa em quem penso, após meus pais e avó, logo após morta.
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Fico desesperada por não saber por onde ir.
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Minha mãe e uma terceira voz (a consciência ampliada) me dizem:
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"Tranquila. Logo logo chega o inexistir e a dor acaba".
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Acordo. Entro no facebook, orkut, email, Blog - e, por fim, já apavorada, escrevo esse post.
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25 de janeiro de 2011. Entre 5:00 e 5:47 da manhã.
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Enquanto arrumo meu quarto, com relógio no pulso e destraindo-me com ele, ouço ao rádio a notícia da minha morte: "Amanda Lopes de Freitas faleceu hoje após seu guarda roupas ter caído sobre ela". Ouço tal notícia segundos antes de desejar afastar o guarda roupas do lugar onde ele se encontra, para um fim que não sei bem qual. Acho ridícula a idéia de morrer dessa forma; vou lá e afasto o guarda roupas com as próprias mãos.
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Automaticamente, encontro-me no banheiro do hotel, tomando banho, com muito medo de morrer eletrocutada porque chovia. Em seguida, após finalizar o banho, sinto medo de me perder dentro do meu próprio quarto, de abrir a porta e me deparar com alguém estranho no hall de entrada do hotel.
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Depois de um suspiro, abro a porta do banheiro e encontro meus pais ou com a idéia da presença deles. Até que eles me surgem, angustiados. Sim! Estou morta! Exatamente como anunciado no rádio: o guarda roupas caiu sobre mim e eu morri.
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Tento conversar com eles, mas minha voz está "oca". Chamo minha avó em vão, nenhum deles vem me buscar. "Era tudo mentira" - penso, a respeito da idéia de vida após a morte que eu tinha.
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Uma única voz fala comigo: a minha própria consciência. Ela me diz algo do tipo:
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"Se pai quis te dizer que você foi a coisa mais importante do mundo pra ele. Que ele te amou muito".
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Não consigo ouvi-lo, apenas através dessa terceira voz. Já minha mãe, posso ouvi-la dizendo:
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- Ainda hoje brincávamos e você decide dormir para sempre???
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- Sei que ela quereria ser enterrada com este vestido, mas ele não é muito "bom pra isso" (ela menciona isso a respeito de um vestido estampado que gosto muito).
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No mesmo instante, imagino-me vestida com tal roupa, no caixão...e algo me vem: "Não quero que x me veja nessa roupa, estou muito gorda".
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X é um homem, o qual não faz parte dos meus pensamentos amorosos "conscientes". Ele é a primeira pessoa em quem penso, após meus pais e avó, logo após morta.
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Fico desesperada por não saber por onde ir.
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Minha mãe e uma terceira voz (a consciência ampliada) me dizem:
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"Tranquila. Logo logo chega o inexistir e a dor acaba".
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Acordo. Entro no facebook, orkut, email, Blog - e, por fim, já apavorada, escrevo esse post.
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25 de janeiro de 2011. Entre 5:00 e 5:47 da manhã.
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