domingo, 29 de abril de 2012
Uma mulher café com leite
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
A Mania de nós todos
Especial Clarice - Se eu fosse eu
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.
Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.
"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.
No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teriamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos emfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais
Epifania
domingo, 22 de abril de 2012
Meu primeiro amor
sábado, 21 de abril de 2012
Atrofiando
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sexta-feira, 20 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Bancando Deus
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sábado, 14 de abril de 2012
Mundo, vasto mundo
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Do lado de lá
terça-feira, 10 de abril de 2012
Fora de órbita
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É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer..."
(Nelson Cavaquinho - Juízo Final).
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Também a estranheza do amor. Amo por teimosia, por desacato, por gosto. Ás vezes não amo, minto e sigo assim. Em outros momentos, a raiva do não dito transborda fazendo de mim pedra, algum ser inóspito e não polido. É quando por falta de certeza ele chega, numa carruagem dessas de abóbora: O amor. Amo sem saber porquê, e o medo de perder é tão grande...Mas ainda assim tenho o incomodo daqueles que, ao não saberem amar bem, preferem amar a si mesmo, por soliedariedade e orgulho. Finjo que não amo para variar.
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Insatisfação crônica. Todas as coisas do mundo fora de lugar, como se - diante do juízo final - minha única saída fosse a de esperar pelo número da salvação. Qual seria, contudo? Um número sonhado, uma data intuída, um animal. Confio na sorte por desconfiar daquilo que tenho ou poderia ter. Aborto uma série de sonhos pela preguiça em mudar a mesa de lugar e tomar as rédias de qualquer coisa que seja. Dentro de mim, sinto-me como um gelo que derrete AOS-POUQUINHOS. Passaria a vida inteira dormindo se houvesse sonho; insone, caminho.
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Prazer. Sinto prazer na felicidade alheia. Como se o universo fosse repleto de filhos e filhas que não tenho e a cada conquista desses, faço-me protagonista pelo desejo compartilhado. É irônico. Quanto mais possibilidades, mais a certeza de que estou cada vez mais longe do que realmente quero, Q-U-E-R-E-R alguma coisa ou a alguém.
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A palavra engasgada. Falta-me memória pras coisas, falta-me jeito pra escrever. Escolhi a profissão errada - penso muitas vezes. Encarnei no corpo que não é meu. Não tenho jeito.
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Aí me vem uma vontade de cozinhar um camelo; aprender a dirigir e a respirar. Poder comprar um sofá em doze prestações e cortar o dedo dez vezes. Amar ou Envanecer. Conspirar a favor do mundo. Dançar até que a morte nos separe.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Equivoco?
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Cansada.
Saudades de tantas Ítacas...Para onde vamos?
Saudades da minha Ítaca.
Onde?
É sempre a velha sensação de que estou
...na hora errada e no lugar errado...
para o resto do dia.
Quando abalares, de ida para Ítaca,
Faz votos por que seja longa a viagem,
Cheia de aventuras, cheia de experiências.
E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes,
O irado Poséidon, não os temas,
Disso não verás nunca no caminho,
Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre
Emoção tocar tua mente e corpo.
E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,
Nem o fero Poséidon hás‑de ver,
Se dentro d'alma não os transportares,
Se não tos puser a alma à tua frente.
Faz votos por que seja longa a viagem.
As manhãs de verão que sejam muitas
Em que o prazer te invada e a alegria
Ao entrares em portos nunca vistos;
Hás‑de parar nas lojas dos fenícios
Para mercar os mais belos artigos:
Ébano, corais, âmbar, madrepérolas,
E sensuais perfumes de todas as sortes,
E quanto houver de aromas deleitosos;
Vai a muitas cidades do Egipto
Aprender e aprender com os doutores.
Ítaca guarda sempre em tua mente.
Hás‑de lá chegar, é o teu destino.
Mas a viagem, não a apresses nunca.
Melhor será que muitos anos dure
E que já velho aportes à tua ilha
Rico do que ganhaste no caminho
Não esperando de Ítaca riquezas.
Ítaca te deu essa bela viagem.
Sem ela não te punhas a caminho.
Não tem, porém, mais nada que te dar.
E se a fores achar pobre, não te enganou.
Tão sábio te tornaste, tão experiente,