Muitas pessoas têm dificuldade em assumir a orientação sexual perante os pais; outras, em comunicar aos patriarcas a então carreira escolhida....Vó, quero ser professor de português! Eu, por outro lado, tive problemas com o tema escolhido para minha monografia de conclusão do curso de Letras: Então, família, vou estudar a História de Satã!
Talvez devesse ter dado ouvidos a minha mãe, quando disse que minha vida desandaria ante a escolha do tema apocalíptico - Tua vida vai desandar, depois não reclama! Desandou sim, e muito, mas creio que não por conta de Lúcifer, tampouco de Deus.
Por via das dúvidas (¡Las brujas no existen, pero que las hay, las hay!), abdiquei da temática demoníaca, mas não do escatológico. Hoje, como estudante de mestrado, quero estudar a ideia de morte no gênero moralidade, tendo como recorte a Baixa Idade Média. Nesse ínterim entra de tudo: Gil Vicente, Portugal, Inglaterra (...), Danzas Macabras, Salvação (...).
- Então, mãe, agora eu estudo a morte!
- Oh! Filha, você seria o orgulho da família, se não fosse pelos seus vinte e oito primos bem sucedidos, casados, ricos e sem ideias de Merda!
Minha orientadora pediu que perguntasse a meu psiquiatra (sim! tenho um psiquiatra...) se não seria essa "obsessão" algo sintomático. Respondi que nem sempre um estudioso de comédia é feliz, um estudioso de tragédia é suicida, um estudioso de sexo é ninfomaníaco, mas perguntei-o mesmo assim. Pode ser sintomático, mas não patológico. Obviamente o limiar entre o sintoma e a patologia é bem estreito, mas optei pelo esquecimento sintomático dessa parte.
Olha, não sei o que me encanta nesses temas. Talvez a necessidade da fantasia; talvez a necessidade de deslocamento. Quando adolescente, tinha uma caveira na cabeceira da cama. Joguei-a no lixo quando presenciei a morte pela primeira vez, a partida de um ente querido. Hoje não teria artefato de horror sobre minha cabeça, mas enxergo a morte como arte, natural como o homem e misteriosa como seu coração.
O homem é o centro do mundo e Deus nasceu a sua imagem e semelhança.
Memento Mori.
Olá Amanda, eu também tive problemas quando comecei a pensar no tema de minha monografia, algumas das minhas ideias foram recebidas com certo espanto por parte de meus professores, em especial a de fazer uma análise semiótica dos clipes do Marilyn Manson. Nunca fui muito fã dele, mas me encasquetei com esta ideia desde que comecei a refletir sobre eles e a perceber coisas que até então eu não tinha percebido, engavetei a ideia (talvez um dia eu volte a ela) e acabei me rendendo ao que seria mais prático, analisei o conteúdo de uma revista de comunicação interna do Banco do Brasil e a forma com que ela era usada para 'trabalhar' no funcionário a cultura organizacional da empresa, na minha banca ainda teve professor que disse ter ficado preocupado por meu trabalho tender mais para a administração do que para a comunicação... enfim, não desista do tema que traz fascínio!
ResponderExcluirBeijos querida!
Eu não tenho medo da morte, mas não quero morrer agora - rsss.
ResponderExcluirPrefiro não falar dela.
Faça o que te apraz e seja feliz! 0/
ResponderExcluirhttp://mardeletras2010.blogspot.com.br/2013/05/eros.html
Obrigada, meninos, pelos comentários...beijo!
ResponderExcluirPois é Bruno, seria legal se pudéssemos escrever sobre o que bem entendemos.....; CLaudio, também nao quero morrer agora não! kkk Espero, quando morrer, saber que estou neste processo, isto é, não morrer de acidente ou fatalidade; e Vanessa, cada um com suas manias,ne? beijo
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