Um dia vai ser
(Paulo Leminski)
"pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando"
Queridos Leitores e Leitoras,
Espero que tenham aproveitado ao máximo o dia dos namorados - essa fútil convenção capitalista que até dia outro me fazia tão feliz... e tão capitalista! Ah...O capitalismo! O que seríamos de nós sem ele? Emprego eu não teria, não por hora.
E a surpresa veio dele, hoje, como um susto: Em meio às lamúrias de minha primeira solteirez em tantos anos, fui convidada por um novo amigo para um cineminha, desses à tarde, como as matinês dos adolescentes! Fiquei tão feliz e até ganhei de presente o ingresso, além de maçãs de outros colegas de trabalho... Maçãs do amor, embora sem mel.
Após hoje, de extremo a outro, isto é, acordar de madrugada, preparar quatro provas, corrigir mais de cem redações e pensar, pensar, pensar bastante na vida... A tarde me veio de presente: Assistimos à "Mulher Maravilha" (Patty Jenkins, 2017). Nada a comentar, nada de sobrenatural; o assombro me veio antes, do convite feito e da alegria em recebê-lo, o que custo a aceitar.
Nunca fui contra amizades entre homens e mulheres. Na adolescência, minhas amizades eram fundamentalmente masculinas. Na chegada dos vinte e com a mudança de cidade, femininas se tornaram as amizades. E cada uma delas é igual mas ao mesmo tempo diferente. Por isso, com passar do tempo, mudei o meu pensar sobre as amizades entre "casais", ou seja, meninos e meninas.
Geralmente os homens podem até sentir certa atração por uma ou outra amiga... O que pode, às vezes, ser normal. Mas a amiga, ah... Em um momento de carência pode se apaixonar pelo amigo, ainda que em segredo mortal.
Por essa razão fui tão proibitiva com alguns ex´s namorados que não compreendiam que a amizade é livre e linda, mas o respeito pelo "parceiro(a)" deve permanecer sempre em primeira importância. Alguns traumas tristes me levaram a essas conclusões. Atualmente, contudo, fui obrigada a mudar meu pensamento... em partes, claro!
Sabe, leitores? Ainda penso um pouco assim. Em primeiro lugar, àquele que conosco está; em segundo, às duas metades da humanidade. Mas é certo que hoje, leve de tanto peso e culpa, viveria de modo diferente: Com amigos, amigas, e até amig@s. O limite, que existe, seria dado pelo meu outro, não mais por mim.
Proposta rejeitada, infelizmente, apesar do meu esforço grande, consciente, sofrido e verdadeiro. O que fazer, então, senão começar por mim?
Hoje fiz um amigo e que muito me fez sorrir por muitos instantes; até gargalhar, porém junto aos demais companheiros de trabalho, senhores dos cinquenta aos setenta, talvez, mas divertidos como se tivessem vinte e cinco.
Coração pra cima
(Paulo Leminski)
"Coração
PRA CIMA
Escrito embaixo
FRÁGIL"
A vida segue como tem que seguir, com nossas escolhas ou não. Limitadas as nossas (escolhas), que sejam doces, ao menos, como as Maçãs do Amor - embora sem Mel.
Ninguém muda da noite para o dia, mas tudo é repensado, se houver imposição:
Casa com cachorro brabo
(Paulo Leminski)
"casa com cachorro brabo
abana o rabo"
A imposição, isto é, a proposição, deve ser aceita ou não. Depende do carinho com que ela chega. E do amor de quem ela vem. Ou do corte com que ela chega também. E da raiva, incompreendida, de quem insiste em fazer vir! De raiva em raiva, leitores... Meu anjo da guarda, hoje, abana o rabo.
Vindo, permaneço, pois meu dia não acabou. Os vagalumes me esperam amanhã, ansiosos, no mesmo local e infeliz horário: As provas já estão prontas, mas ainda faltam as redações dos pequenininhos e engraçados. Melhor levar com leveza, se temos mesmo que levar...
Por isso, queridos, por hoje é só.
Uma foto para recordar...
...e Boas Noites!
Rio do Mistério
(Paulo Leminski)
"rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?"
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