...não é tão feio quanto se pinta".
Querido Leitor, seguidor anônimo e afim...
Hoje foi um dia bem cansativo, mais ou menos produtivo, e porque não: bom.
Tranquilo...nada de novo, nada de velho, ou seja: nada muito inspirador para postar.
Acho que escrevo melhor quando estou angustiada. E hoje estou com a consciência tranquila: nenhum pecado a mais para a minha lista infinda; e, ao mesmo tempo, nenhum pecado a menos...(porque os pecados são bons para que nos tornemos pessoas mais criativas, na medida em que mentimos para praticá-los, ou, não praticando-os, transformamos a ausência do inferno em inspiração para se fazer qualquer coisa, no meu caso, fingir que escrevo e cuidar mais da minha vidinha).
Confesso que a minha escrita está atrelada ao meu ciclo "Tpêmico"; também ao ciclo lunar e aos demais calendários já criados. Hoje, não tenho o que escrever, porque não estou nem feliz, nem trsite: simplesmente estou "eu"na minha versão quase equilibrada e muito sem sal.
Antes de dormir, porém, vamos divagar um pouco sobre qualquer coisa....só para me animar um pouco...
Vamos lá leitor...sugira um tema!!!
Nada???
Mesmo?
Que tal, então, O Diabo?
Pois é leitor...
O Diabo merece um post maior, com mais ilustrações, visto que é uma personagem importante na minha vida, desde a minha infância.
Eu não acredito no Diabo, a não ser como alegoria. Mas, tenho a consciência de que não acreditar no Diabo seria quase a mesma coisa que não acreditar em Deus (segundo meu pai...).
Refletindo um pouco mais, penso que na verdade eu acredito sim no Diabo, mas de uma maneira diferente. Imagino que o "capeta" seja uma parte de Deus, parte heterônima, assim como Saramago sugere no seu texto O Evangelho segundo Jesus Cristo:
"Talvez este Deus e o que há- de vir não sejam mais do que heterônimos, De quem, de quê, perguntou curiosa, outra voz, De Pessoa, foi o que se percebeu, mas também podia ter sido, Da Pessoa. Jesus, Deus e o Diabo começaram por fazer de conta que não tinham ouvido, mas logo a seguir entreolharam-se com susto, o medo comum é assim, une facilmente as diferenças."
(SARAMAGO, José. O Eangelho Segundo Jesus Cristo, 1991. p,389).
Desculpe o senhor Saramago, mas eu já imaginava alguma coisa assim um pouco antes de ler o seu texto (aquelas humildes...). Se Deus existe de fato, ele seria muito chato se fosse totalmente bom, neutro, imparcial. Acredito num Deus que não interfere nas escolhas humanas...(sim leitor: não acredito em milagres divinos, apenas humanos - eu acredito nas pessoas...), mas, gosto de acreditar num Deus que deseja, que puxa a sardinha, ainda que secretamente, para um lado ou para o outro: um Deus que gosta de futebol e sendo assim, que tem um time do coração...o Corinthians, provavelmente... (no Brasil...na Europa eu não imagino qual seria...).
O desejo, que constitui Deus, é uma das faces do Diabo, sem dúvida.
Para mim o Diabo é um homem charmoso e envolvente, desses com uma lábia FDP, daquelas que a gente, mulher pseudo-moderna, sempre caem.
O Diabo é aquele chocolate mais gostoso: Laka, Ouro Branco, Ferrero Rocher;
O Diabo é o desejo de estar no lugar do outro, de ter aquilo que não se pode ter.
Imaginem só Deus, observando a humanidade em seus pecados mais capitais: não é de dar inveja saber que somos limitados, que podemos fazer escolhas...errar, acertar, recomeçar, nascer, morrer, apaixonar-se, desapaixonar-se, amar, fazer sexo, abraçar, ser carinho, amigo, irmão, chorar, sofrer, alimentar-se, ser curado de um tumor, beber com os amigos, ler o "Sofia de Buteco"...não é tudo muito fantástico essa coisa de acordar com vida, respirar o tempo todo e, ainda com toda essa carga diária de dificuldade...todos estes complexos terríveis...(o de Golgi, por exemplo), ainda assim, prosseguir?
Deus morre de inveja desta humanidade. Não é mero acaso que ele sempre recalque o seu heterônimo Diabo, transformando-o numa narrativa feia e assustadora, dessas que se contam às criancinhas para controlá-las e livrá-las do "mal".
O que vem a ser "mal", capcioso leitor?
A verdade é que o Diabo não é tão feio quanto se pinta.
Provavelmente, é ele quem deve ter criado as cores do mundo, a literatura e a arte; o ciclo menstrual, a intuição feminina e as boas sensações.
Deus, invejando-o, criou a música e a saudade.
O Diabo deve ser um cara legal, com um espírito dionisíaco, destes que sentam com você num buteco, te pagam uma birita e ouvem, em silêncio, as suas dores afetivas...(dor de corno, dor de separação, dor de pé na bunda, dor de desilusão, dor de "amor impossível", dor de briga conjugal, dor de "ela(e) vai casar com outro..." - dores benéficas, no geral).
Hoje eu me deparei com vários diabos. Vários....
Dois em forma de pesquisa acadêmica; três em forma de chocolate (comi um pedaço de bolo e duas trufas....), e dois em forma de gente...uma dessas "gentes", aliás, me deu um pouco de bola, o que tornou o meu dia mais interessante....[a outra "gente"me deixou falando no Skype...mas eu a perdôo. (rsrs)].
Meu Diabo particular é o Johnny Deep.
E o seu, leitor?
Comente!
Em breve, escreverei mais sobre esta personagem, logo que o meu ciclo biológico, o qual determina o meu ciclo "criador", voltar ao desequilíbrio.
Um dia ainda estudo diabologia....querem apostar quanto?