domingo, 30 de maio de 2010

Encontro com o Irresolúvel.


Depois de resolver o irresolúvel, fui para a rodoviária esperar a carona de meu pai.
Antes da chegada dele, porém, observava as pessoas em suas vidas noturnas, e me dei conta de duas coisas importantíssimas, dessas que só são entendidas sem querer.

A primeira, é que não é possível ter amor pela metade; ser amor pela metade, ou, ainda, viver pela metade.

Observei um rapaz deficiente físico que telefonava tranquilamente.

O rapaz, extremamente atraente, havia tido a perna esquerda amputada. Mas, apesar disso, era muito atraente. Usava um traje esportivo, passando-me a impressão de ser um jovem atlético e feliz.

Pensei, despensei...e tornei a pensar. Eu namoraria tranquilamente uma pessoa com tal deficiência, desde que ela estivesse comigo por completo. É preciso ser completo nas relações; uma pessoa não completa não pode completar a parte do outro, não pode ser parte, nem todo.

Mas o segredo é que....não existe ninguém que seja verdadeiramente completo no outro; só em nós mesmos somos completos. O completar o outro é um exercício difícil e diário; exige mais que carinho; exige despreendimento e alma.

Eu ficaria com aquele rapaz, apesar da sua incompletude física; completar não é tarefa só de corpo.

As pessoas não valhem a pena, leitor. Nenhuma delas.
É por isso que se deve amá-las mesmo assim, para que encontrando-as, possamos unir as nossas deficiências, que todos temos, anulando-as. Isso é muito difícil. As pessoas, leitor, não valem a pena que valem, porque não sabem despreender-se.

Ainda assim...é preciso tocá-las.

A outra coisa que percebi, é que possivelmente irei à Itália no fim do ano que vem, ou em 2012. Acho que é isso que me falta: viajar...para a Itália....

Observava uma família chegando de viagem, com inúmeras malas e casacos, e só aí me dei conta de que existem inúmeros outros países que ainda preciso conhecer.

Minha prima mora na Itália. Pode ser que seja bom do lado de lá...capiche? (é a única pobre palavra da qual me lembrei em Italiano, leitor...a que aprendi, sem muito esforço, assistindo Terra Nostra...).

Quanto ao irresolúvel....teve uma grande parte resolvida; já o seu todo, ficará como está, até que seja possível despreender-se um pouco mais.

No carro, a primeira música que ouvi, depois da tarde bonita de hoje, foi Luz Negra, do Cazuza, que tem uma parte assim:

"Sempre só
eu vivo procurando alguém
que sofra como eu também
mas não consigo achar ninguém".

Ai...é tão difícil essa coisa de parte e todo, não é? Como um jogo de cartas...

Uma das minhas partes, que eu queria que fosse todo, mas não o é, mal sabe o quanto me é cara e especial, ainda que parte, ainda que não valha toda a pena...

É uma parte incompleta,
Mas que de tão doce, é quase completa sem perceber.

Boa Noite, caríssimos leitores...


Nenhum comentário:

Postar um comentário