Queridos Leitores (Há tempos não uso esse vocativo),
Meu post de hoje, sem inspiração, tratar-se-á apenas de uma reflexão sobre coisas que vi ou vivi, o que muitas vezes resulta o mesmo. A observação do outro se torna uma experiência particular, às vezes. Meus temas têm se repetido devido ao meu estado de espírito, mas leitor, não se preocupe: Em breve tomaremos um rumo diferente, aguardem!
Por hora, mais do mesmo.
Há quem nunca olhe para trás, sendo pecado mortal qualquer retorno àquilo que se encerrou, àquilo que foi traumático, ou simplesmente, àquilo que não deu certo de acordo com as expectativas colocadas. Ás vezes me pergunto se essas pessoas têm mais coragem ou mais fraqueza em comparação com àquelas que insistem em "consertar" o passado antes de tomar um passo novo, uma virada de página.
Tenho pensado nisso e a verdade é que não há conclusões, apenas maneiras de se sentir. Vejamos duas delas:
Se você está infeliz em uma relação, em um trabalho, em uma cidade ou circunstância, o melhor a ser feito é de fato romper com aquilo que lhe amarrava, sufocava, impedia de seguir adiante. O ser humano nasce só e morre só. Deve, então, apesar de viver em sociedade, pensar em si, na sua felicidade individual antes de qualquer coisa; em sua sobrevivência. É preciso muita coragem para mudar para uma cidade, um estado ou um país novo a fim de buscar o autoconhecimento ou novas experiências gratificantes! Coragem também para mudar de emprego, quando o anterior não era mais motivo de felicidade. Romper relações que já apodreceram, morreram, não servem mais de afeto para a vida, senão um ciclo de frustrações... Isso é, sobretudo, necessário e corajoso! Não importando os demais envolvidos, lembranças boas ou patrimônios construídos (quando há, sempre há algo...). Como disse, em primeiro lugar que venha a nossa felicidade, afinal, quem vive de passado é museu e quem olha pra trás, perde o que há na frente, sem dúvida algo muito melhor!
A vida sempre nos reserva o melhor!
É mais fácil recomeçar aos 20 que aos 40. Porém, como muitos já me disseram em várias ocasiões, somos capazes de recomeçar em qualquer momento da vida! Aos vinte temos mais força; mas tanto aos trinta quanto aos quarenta, cinquenta ou sessenta, temos além da força juvenil a experiência e a noção de que não se deve perder tempo! Não temos mais tempo! Tempo para repetir velhas vestes, velhos caminhos, velhos amores!
Sigamos, avante, aos céus! Como certas aves que enxergam distâncias e sobrevoam acima do Atlântico. Acima! Sempre.
ZRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMM - Vi em algum poema Futurista! Movimento, velocidade, Futuro: É o que nos espera!
...
Por outro lado, olhar para trás é necessário para seguir adiante, a fim de que erros não sejam repetidos ou que vontades não sejam anuladas. Nossa sociedade rejeita essa expressão, como um tabu. Por quê? Talvez por medo de se encalhar no passado do qual não há mais volta, desejo, interesse, felicidade, ou... Futuro!
Não discordo e nem concordo.
Apenas vejo que não existe esse "lá atrás" quando o olhar se modifica. O que era atrás pode ser à frente, dependendo do olhar de quem vê. Algumas pessoas, ainda, optam por esse movimento a fim de virar as páginas da vida. Não sempre, mas ás vezes, o Futuro não estará em uma nova veste, caminho ou amor. Pode ser que, não tenho certeza, porém já vi que muitas vezes o Futuro é só a mudança de perspectiva. De olhar, de significar uma experiência ruim com olhos mais maduros.
Por essa razão, muitas pessoas rompem com o passado para encontrar no Futuro, não o mesmo passado, mas a mesma veste que, antes feia e pobre, passou a ser bonita e rica. Porque o seu olhar sim, esse, estava cheio de amargura e agora, novo, traz em si mesmo a ave do Futuro, sem que para isso tenha que haver, necessariamente, um pacto com o museu das causas danosas. Não se trata de viver no ou do passado. Sim, ele morreu! Trata-se de ter a maturidade e compreender ou sentir que não é um erro voltar atrás: Porque esse atrás nunca mais será o mesmo, como a máxima heracliana "Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio".
Essa outra forma de seguir adiante é na mesma medida difícil e árdua. Mais corajosa? Não posso opinar. Mas sem dúvida, mais permanente. E se buscamos uma permanência de alegrias, não basta um novo espaço, mas sim uma nova atitude. Isso sucede com casais que reatam relações antes "mortas". Nunca mais será a mesma relação, senão outra, embora com os velhos parceiros. Ocorre também com os que teimam outra tentativa no mesmo país, estado ou cidade e com aqueles que voltam a trabalhar em antigas empresas, as que antes por qualquer razão não lhes parecia interessante. Nunca mais será o mesmo trabalho: Para que haja esse retorno, a proposta deverá ser conciliadora, tentadora - e a coragem de experimentar, apesar de uma antiga frustração, deverá ser muito maior e, porque não, mais madura, consciente e permanente.
É mais fácil recomeçar aos 20 que aos 40. O risco dessa última maneira de "mudar de página" é o de cair no mesmo erro, arrependimento e frustração. Porém, se pensarmos que o passado já terminou, até mesmo os futuros erros, arrependimentos e frustrações serão outros, serão novos, serão também Futuro. Portanto, não há erro nessa retomada, nessa ruptura igualmente radical que a anterior. Isso porque o Futuro está dentro de nós. Um novo olhar sobre a mesma velha flor é um novo Presente e um novo Futuro.
O medo não pode nos paralisar: ZRRRRRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM...
Mas, quem não tem medo que levante a mão! O medo estará em qualquer uma das opções, não devendo ser impedimento. Em ambas as atitudes haverá saída.
O problema é: Pode um raio cair duas vezes em um mesmo lugar?
Quase ninguém sabe, mas pode. E se isso acontecer, pena é de quem achou que achar demais fosse perda de tempo.
Há quem busque psicólogos, há quem busque poesia. Não há falta ou excesso de coragem em nenhuma das escolhas. Às vezes facilidades, de acordo com a gravidade ou dificuldade da mudança a ser feita.
Porém, o meu conselho para esta noite é: A vós, leitores, que sempre optaram pelos caminhos mais difíceis, por serem excessivamente leais a si mesmos, talvez seja a hora de buscar outra forma de recomeçar. A primeira, portanto. Contudo, se ainda assim vos parecer demasiado difícil ser aquilo que não sois...
... Busqueis a segunda. O caminho do meio. Esperem um céu com menos nuvens. Um passo atrás para dois à frente. Pois, a verdade cruel, e que ninguém nos conta, é que o Futuro não existe. Não vos torturais, então, por algo que não existe.
É preciso saber viver!
Futuristicamente?
No fundo, somos apenas animais buscando por sobrevivência. A chave é: Que animal quereis ser? Um cavalo, um elefante, um macaco, uma mosca ou uma ave de rapina?
Quem sabe, uma Milana...
¡Milana bonita!
Boa Noite.
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