quarta-feira, 31 de março de 2010

Samba, Literatura e Polissemia...


Quanto mais vivo, mais gosto de samba.


Fim de semana passado assisti ao show da cantora Aline Calixto; fantástica....sou muito fã da moça, desde a época em que ela tocava no Leão, como uma pobre "mortal" (apesar de que, quando cheguei aqui em Viçosa, Aline já tinha uma boa projeção e preparava-se para alçar vôo...).

Aproveito este pequeno-micro post (porque está tudo muito corrido, mas hei de voltar a escrever meus devaneios muito em breve...) para colocar aqui uma música que tem feito a minha cabeça esses dias; trata-se de um salmo, na verdade...um salmo tão bonito quanto os "Davinianos", só que numa roupagem mais moderna e popular, em que o pandeiro e a percussão substituem a harpa e os demais ornamentos....

Falo da música "Disritmia", do Martinho da Vila....uma das letras mais belas que já ouvi.....de ficar arrepiado, tal qual uma oração. Conhecem?? Tá mais que explicado o porquê da indicação do "senhorzinho" velho e bom malandro para possível membro da "Acadmia"Brasileira de Letras...

Eu boto fé!!! isto é a popularização da academia...melhor do que tantos outros que lá estão...

...Quem disse que samba não é arte?

Esta música, além de tudo o que já disse, me lembra , não sei porquê, um amigo que é apaixonado por samba..."taí" a dica, leitores!!
No mais....a vida segue correndo contra o tempo. Este feriado devo ficar em casa, experenciando uma espécie de auto-evento literário caseiro: obras e críticas para ler, trabalhos a serem feitos, filmes para assistir...(desde Almodóvar, passando por Bodas de Sangre, chegando a Poderoso Chefão...). Sem contar o Saramago que me espera ansioso, ora pois.....

Sim leitores, felicidade é uma palavra polissêmica....



Disritmia
(Martinho da Vila)


Eu quero
Me esconder debaixo
Dessa sua saia
Prá fugir do mundo
Pretendo
Também me embrenhar
No emaranhado
Desses seus cabelos
Preciso transfundir
Seu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo...


Me deixe
Te trazer num dengo
Prá num cafuné
Fazer os meus apelos...
Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...


Vem logo
Vem curar teu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...


Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...


Vem logo
Vem curar seu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...


Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez!

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