quarta-feira, 31 de maio de 2017

"PAREÇO LOUCA?!" - HOMENAGEM

                               Fonte: Google. Alusão ao Blog "Pareço Louca?!"



É difícil amar alienígenas.

Nisso, Amanda Machado -  também Blogueira e escritora - discorre em linda prosa poética o que eu, Amanda Lopes de Freitas, discorro em prosa-poética-torta e sob o pseudônimo de Sofia. 

Provavelmente seu último Post, cujo título se encontra acima, não o foi destinado a mim; mas, atrevo-me a pensar que por destino nos encontramos hoje. 

Por essa razão, presto-lhe esta homenagem, ainda sem consentimento, para que saiba, a outra Amanda, que concordamos em gênero e número, mesmo dentro de uma concordância ficcional.

Sua escritura complementa o meu retorno abrupto ao Sofia de Buteco. Por essa razão, deixo aos meus leitores o link de seu belíssimo texto, aos que desejam compreender ou sentir a ternura humana e a palavra elaborada. Seu Blog está a anos luz do meu, mas sem inveja, agradeço-lhe pela existência. 

Coincidência? Provavelmente. 
Mas as conclusões em aberto se aproximam. 

Obrigada, Amanda Machado!
Embora sem aviso prévio, tomo a liberdade de divulgá-lo aos meus (risos).
Interessados? Eis o link:


Boa Noite, Sim!

É PRECISO SABER VIVER! (FUTURISTICAMENTE)

                           Fonte: La "Milana bonita" vá de crâneo. en: http://blogs.20minutos.es/cronicaverde/2010/01/05/la-milana-bonita-va-craaneo/





Queridos Leitores (Há tempos não uso esse vocativo),

Meu post de hoje, sem inspiração, tratar-se-á apenas de uma reflexão sobre coisas que vi ou vivi, o que muitas vezes resulta o mesmo. A observação do outro se torna uma experiência particular, às vezes. Meus temas têm se repetido devido ao meu estado de espírito, mas leitor, não se preocupe: Em breve tomaremos um rumo diferente, aguardem!

Por hora, mais do mesmo.

Há quem nunca olhe para trás, sendo pecado mortal qualquer retorno àquilo que se encerrou, àquilo que foi traumático, ou simplesmente, àquilo que não deu certo de acordo com as expectativas colocadas. Ás vezes me pergunto se essas pessoas têm mais coragem ou mais fraqueza em comparação com àquelas que insistem em "consertar" o passado antes de tomar um passo novo, uma virada de página.

Tenho pensado nisso e a verdade é que não há conclusões, apenas maneiras de se sentir. Vejamos duas delas:

Se você está infeliz em uma relação, em um trabalho, em uma cidade ou circunstância, o melhor a ser feito é de fato romper com aquilo que lhe amarrava, sufocava, impedia de seguir adiante. O ser humano nasce só e morre só. Deve, então, apesar de viver em sociedade, pensar em si, na sua felicidade individual antes de qualquer coisa; em sua sobrevivência. É preciso muita coragem para mudar para uma cidade, um estado ou um país novo a fim de buscar o autoconhecimento ou novas experiências gratificantes! Coragem também para mudar de emprego, quando o anterior não era mais motivo de felicidade. Romper relações que já apodreceram, morreram, não servem mais de afeto para a vida, senão um ciclo de frustrações... Isso é, sobretudo, necessário e corajoso! Não importando os demais envolvidos, lembranças boas ou patrimônios construídos (quando há, sempre há algo...). Como disse, em primeiro lugar que venha a nossa felicidade, afinal, quem vive de passado é museu e quem olha pra trás, perde o que há na frente, sem dúvida algo muito melhor! 

A vida sempre nos reserva o melhor!

É mais fácil recomeçar aos 20 que aos 40. Porém, como muitos já me disseram em várias ocasiões, somos capazes de recomeçar em qualquer momento da vida! Aos vinte temos mais força; mas tanto aos trinta quanto aos quarenta, cinquenta ou sessenta, temos além da força juvenil a experiência e a noção de que não se deve perder tempo! Não temos mais tempo! Tempo para repetir velhas vestes, velhos caminhos, velhos amores! 

Sigamos, avante, aos céus! Como certas aves que enxergam distâncias e sobrevoam acima do Atlântico. Acima! Sempre.

ZRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMM - Vi em algum poema Futurista! Movimento, velocidade, Futuro: É o que nos espera!

...

Por outro lado, olhar para trás é necessário para seguir adiante, a fim de que erros não sejam repetidos ou que vontades não sejam anuladas. Nossa sociedade rejeita essa expressão, como um tabu. Por quê? Talvez por medo de se encalhar no passado do qual não há mais volta, desejo, interesse, felicidade, ou... Futuro!

Não discordo e nem concordo. 

Apenas vejo que não existe esse "lá atrás" quando o olhar se modifica. O que era atrás pode ser à frente, dependendo do olhar de quem vê. Algumas pessoas, ainda, optam por esse movimento a fim de virar as páginas da vida. Não sempre, mas ás vezes, o Futuro não estará em uma nova veste, caminho ou amor. Pode ser que, não tenho certeza, porém já vi que muitas vezes o Futuro é só a mudança de perspectiva. De olhar, de significar uma experiência ruim com olhos mais maduros. 

Por essa razão, muitas pessoas rompem com o passado para encontrar no Futuro, não o mesmo passado, mas a mesma veste que, antes feia e pobre, passou a ser bonita e rica. Porque o seu olhar sim, esse, estava cheio de amargura e agora, novo, traz em si mesmo a ave do Futuro, sem que para isso tenha que haver, necessariamente, um pacto com o museu das causas danosas. Não se trata de viver no ou do passado. Sim, ele morreu! Trata-se de ter a maturidade e compreender ou sentir que não é um erro voltar atrás: Porque esse atrás nunca mais será o mesmo, como a máxima heracliana "Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio". 

Essa outra forma de seguir adiante é na mesma medida difícil e árdua. Mais corajosa? Não posso opinar. Mas sem dúvida, mais permanente. E se buscamos uma permanência de alegrias, não basta um novo espaço, mas sim uma nova atitude. Isso sucede com casais que reatam relações antes "mortas". Nunca mais será a mesma relação, senão outra, embora com os velhos parceiros. Ocorre também com os que teimam outra tentativa no mesmo país, estado ou cidade e com aqueles que voltam a trabalhar em antigas empresas, as que antes por qualquer razão não lhes parecia interessante. Nunca mais será o mesmo trabalho: Para que haja esse retorno, a proposta deverá ser conciliadora, tentadora - e a coragem de experimentar, apesar de uma antiga frustração, deverá ser muito maior e, porque não, mais madura, consciente e permanente. 

É mais fácil recomeçar aos 20 que aos 40. O risco dessa última maneira de "mudar de página" é o de cair no mesmo erro, arrependimento e frustração. Porém, se pensarmos que o passado já terminou, até mesmo os futuros erros, arrependimentos e frustrações serão outros, serão novos, serão também Futuro. Portanto, não há erro nessa retomada, nessa ruptura igualmente radical que a anterior. Isso porque o Futuro está dentro de nós. Um novo olhar sobre a mesma velha flor é um novo Presente e um novo Futuro.

O medo não pode nos paralisar: ZRRRRRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM... 

Mas, quem não tem medo que levante a mão! O medo estará em qualquer uma das opções, não devendo ser impedimento. Em ambas as atitudes haverá saída. 

O problema é: Pode um raio cair duas vezes em um mesmo lugar? 

Quase ninguém sabe, mas pode. E se isso acontecer, pena é de quem achou que achar demais fosse perda de tempo. 

Há quem busque psicólogos, há quem busque poesia. Não há falta ou excesso de coragem em nenhuma das escolhas. Às vezes facilidades, de acordo com a gravidade ou dificuldade da mudança a ser feita. 

Porém, o meu conselho para esta noite é: A vós, leitores, que sempre optaram pelos caminhos mais difíceis, por serem excessivamente leais a si mesmos, talvez seja a hora de buscar outra forma de recomeçar. A primeira, portanto. Contudo, se ainda assim vos parecer demasiado difícil ser aquilo que não sois... 

... Busqueis a segunda. O caminho do meio. Esperem um céu com menos nuvens. Um passo atrás para dois à frente. Pois, a verdade cruel, e que ninguém nos conta, é que o Futuro não existe. Não vos torturais, então, por algo que não existe.

É preciso saber viver! 
Futuristicamente? 


No fundo, somos apenas animais buscando por sobrevivência. A chave é: Que animal quereis ser? Um cavalo, um elefante, um macaco, uma mosca ou uma ave de rapina?

Quem sabe, uma Milana... 

¡Milana bonita! 



Boa Noite.

PSIU!!?? PSIU!!!!

                                                           Fonte: https://br.pinterest.com/pin/643733340457240983/


O ser humano é um bicho interessante. 
Nos momentos mais difíceis tira de todos os lados, bolsos e cartolas pequenas poesias que lhe servem de força plástica ou força agrestina mesmo (inventei isso agora, mas achei a palavra bonita; força bruta. Força pura). 

Desde pequena, ouço coisas como: "o mundo dá voltas" - às injustiças; ou "o mundo dá tantas voltas" - aos desejos irrealizados; ou "o mundo e suas voltas" - à perplexidade e mistério dos acontecimentos. 

Há uma Bíblia de clichês humanos muito bem curtidos: "O que vai volta" ou o fatídico "Aqui se faz, aqui se paga". 

Queria ter um ser humano de estimação, porque acho tão bonita essa natureza febril, essa fé no amanhã.

...tem pena d'eu.


Eu que tenho pocafé, busco meu sossego no desassossego. Fui procurar a música desta noite e, ao encontrar esta versão linda de Sabiá de Gonzaga, por Lucy Alves, deu-me uma vontade tão grande de dançar um bom forró! Até senti saudade dos tempos em que o fazia todas às quartas-feiras em Viçosa... 

(Só o que me faltava... Sentir saudades de Viçosa. Isso sim seria uma reviravolta)

Que vontade de dar "psiu" a todo mundo. 
Perguntando por ninguém, apenas psirelando por aí.

...Tu que fala aos  passarinhos,
Alivia minha dor...

Meu mundo deu poucas voltas ou nenhuma até o dia de hoje:

Tudo o que foi, foi e não voltou.
Nada aconteceu.
Despassarinhou-se. 
Fim!

Poderia ser diferente algum dia? Só pra eu ter o gostinho do ditado popular? Da sagarandade da vida?

Psiu...Psiu...Psiu...

Na realidade, coisas estranhas já me aconteceram quando mais jovem. Talvez porque tivesse fé. Já confiei plenamente no ser humano. Há quatorze anos confio plenamente em ninguém. Tampouco nos de "meu sangue". Há quem entenda, há quem não. Se confio 80%, já é muito, já é lindo. 

Isso é coisa de quem sofreu um pouco. E vive em Minas Gerais há doze anos. 
Não dá pra entender, só sentir.

Mas nunca ofendi.
Minhas desconfianças nunca foram ofensas e sempre verdadeiras: 

Estendo a mão da desconfiança na palma esquerda, enquanto guardo comigo, na direita, uma imensa fé na(s) pessoa(s).

E permanece assim, visse

Sabiá...

Ao passo que aguardo "às voltas que meu mundo dará", alguém de BH para um forró dia desses? Convites por e-mail!

(Alguém pergunta: - O que você escreve naquele Blog véio?
Respondo: - Nada que faça sentido. Escrevo pra mim mesma, não para ser lida).


Boa noite (sem) alívio,
À espera de,

......


SABIÁ - Luiz Gonzaga
(Intérprete: Lucy Alves)


"A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá, vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá, vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

Tu que anda pelo mundo (Sabiá)
Tu que tanto já voou (Sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (Sabiá)
Alivia minha dor (Sabiá)

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá, vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá, vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

Tu que anda pelo mundo (Sabiá)
Tu que tanto já voou (Sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (Sabiá)
Alivia minha dor (Sabiá)

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia

(Psiu, Psiu, Psiu)
(Psiu, Psiu, Psiu)

(Psiu, Psiu, Psiu)

(Sabiá)
(Sabiá)
(Sabiá)
(Sabiá)

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sabiá"







terça-feira, 30 de maio de 2017

Lobovaticínio

                                                        Fonte: Golden Botticelli Tarot

Confio nas cartas.
Meu desconfiamento é do destino:
Livre - arbítrio ou cortéx- préfrontal?


segunda-feira, 29 de maio de 2017

SANGUENDO O-

                                      Fonte: https://biosom.com.br/blog/alimentacao/10-alimentos-incriveis-que-limpam-o-sangue-so-de-consumir/





Lembro-me que ao completar dezoito anos, a primeira coisa realmente importante que decidi fazer na vida foi doar sangue. Não tinha dinheiro para um carro, mas a verdade é que nunca desejei um.

 (deveria?) 

Após acompanhar pessoalmente o passamento de três pessoas muito importantes naquele período e da vida toda (um amor "platônico"; uma amiga nunca vista pessoalmente; e meu primo-irmão, cuja enfermidade não era sanguínea, mas cardíaca e necessitava doações de sangue. Que tivéssemos o "mesmo" que o meu foi um de seus últimos desejos, o que não pude atender. Havia menos de três meses a minha última doação e, no dia seguinte ao pedido feito, ele faleceu), inseri-me em grupos de voluntariado, pesquisa, cheguei a visitar o hospital do GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) e sou, até hoje, assinante da revista ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia). 

Doava sangue regularmente até que, em 2006, passei a usar um medicamento que me impedia de fazê-lo. Já não o uso desde 2014/2015, porém não voltei à prática tão querida. Penso em retomá-la há meses, contudo ainda não consegui. Se tudo der certo, esta semana o farei.

Doem sangue, leitores, doem vida! (desculpem o clichê, ando muito cansada. Hoje excessivamente).

Mas o sangue, o que nada tem a ver com o que antes disse, é uma das naturezas mais belas que existem, não acham? A cor, o excesso, a falta, a textura, os tipos e suas funções orgânicas e inorgânicas (literárias até). 

Sou O-

Desde pequena sempre tive uma propensão à anemia, daquela mais simples. Várias vezes estou anêmica e o percebo sem diagnóstico. Nada que alguns sucos, vegetais e beterraba não resolvam. Há algum tempo venho sentido um cansaço físico extremo, mas em meu exame admissional feito há poucos dias, sobre isso nada me disseram. Deve ser ausência de sangue na vida mesmo. Ou excesso. 

Pois bem. Não há conclusão para este post, apenas a da importância do sangue em todos os sentidos.

Falo tanto das tristezas aqui  e esqueço das alegrias: Conheci duas pessoas leucêmicas que se salvaram também pela doação de Sangue. O primeiro é o Senhor Wilson (Wilson, onde você está?), que na época escreveu um livro sobre a sua experiência (Impacto/2002) e nos tornamos amigos virtuais. O segundo, outro primo, Heberton: Teve um tipo raro de leucemia e, após inúmeras transfusões de sangue, passou por um transplante de medula óssea, cuja doadora foi sua irmã mais nova, Andressa (minha afilhada a propósito). Só para lembrar que os milagres também estão diante dos nossos olhos, mas a tristeza é sempre mais soturna. 

Procurarei pelo Senhor Wilson assim que retornar a Viçosa, em junho. O livro que ele me deu o tenho até hoje, guardado na casa dos meus pais, junto das minhas pesquisas sobre Leucemias... (risos, leitor. Meu sonho era ser médica oncologista). 

Ás vezes me sinto seca, como se vivesse uma sede contínua. Principalmente no frio. Ao contrário de todos que conheço, sinto mais sede no frio. Mesmo assim bebo pouca água. Parece que me saboto nas mais diversas áreas da vida. Ao terminar este post, beberei um expressivo copo de água. 

Sangue e água. É só disso que precisamos para viver.

A felicidade é um luxo.

Boa noite!

*** Um Girassol da cor do seu cabelo. Acho que é do Milton Nascimento, mas gosto dessa versão do "Nenhum de Nós". Sem Letra por hoje. 

PS: Um beijo à amada Dona Ruth. Faleceu em 2005 de anemia falciforme. Mas era quadriplégica, devido a um problema contraído no último parto que dera luz a sua caçula. Uma pessoa enorme, de coração enorme e muito sangue nas veias. Conheci-a nas minhas experiências de voluntariado. Sempre a amarei. Uma amiga.

domingo, 28 de maio de 2017

ERRATA

                                Fonte: Google.


Caras Leitoras e Caros Leitores,

O Sofia de Buteco, sempre preocupado com a compreensão simbólica e metafórica de nossos posts (aqueles que são simbólicos e metafóricos), publica esta errata para corrigir o Post anterior:

1. Seu título final é:

"ALTAR CONJUGAL DAS PEQUENAS CULPAS, DORES, SAUDADES - PARA A CONSULTA PÚBLICA DE TERCEIROS, COTOVELOS E DONOS DA MORAL"


2. Para melhorá-lo, foram acrescentados os devidos subtítulos, a fim de que não haja excesso de interpretação.

Grata, Sofia.

ALTAR CONJUGAL DAS PEQUENAS CULPAS, DORES, SAUDADES - PARA A CONSULTA PÚBLICA DE TERCEIROS, COTOVELOS E DONOS DA MORAL

Fonte: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2014/08/benzedeiras-de-comunidades-negras-de-al-mantem-tradicao-da-cura-pela-fe.html


I. AOS TERCEIROS, COTOVELOS E...

"Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz

E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então ficando blue

Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilingüindo toda
Ao som do blues
Abusou do scoth
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris

E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê
Como amar esposa
Disse que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz

Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca

Nunca mais feliz"
(A História de Lily Broun 
Maria Gadú de Chico Buarque)






II. AOS SANTOS DO ALTAR CONJUGAL

"Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
No teu penoso altar particular

Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje eu sinto que
O tempo da cura tornou a tristeza normal

E então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós

Depois, que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós

Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver, como se deve ser

Ou então, dizer que dele resolveu cuidar
Tirar da cruz e o canonizar
Digo faço melhor do que lhe parecer

Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor

Sem mais, a vida vai passando no vazio

Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que chamo de amor"
(Altar Particular - Maria Gadú)






PRESENTE(S)

                                Fonte: Google.



I. 

stop
a vida parou
ou foi o automóvel?

(Carlos Drummond de Andrade)

II.

A um ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

(Carlos Drummond de Andrade).

III.

Não se mate 

Carlos, sossegue, o amor 
é isso que você está vendo: 
hoje beija, amanhã não beija, 
depois de amanhã é domingo 
e segunda-feira ninguém sabe 
o que será.

Inútil você resistir 
ou mesmo suicidar-se. 
Não se mate, oh não se mate, 
reserve-se todo para 
as bodas que ninguém sabe 
quando virão, 
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico, 
a noite passou em você, 
e os recalques se sublimando, 
lá dentro um barulho inefável, 
rezas, 
vitrolas, 
santos que se persignam, . 
anúncios do melhor sabão, 
barulho que ninguém sabe 
de quê, praquê. 

Entretanto você caminha 
melancólico e vertical. 
Você é a palmeira, você é o grito 
que ninguém ouviu no teatro 
e as luzes todas se apagam. 
O amor no escuro, não, no claro, 
é sempre triste, meu filho, Carlos, 
mas não diga nada a ninguém, 
ninguém sabe nem saberá.

(Carlos Drummond de Andrade)

IV. 

Eu vou estar

Eu não vou pro inferno
Eu não iria tão longe por você
Mas vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar

Eu não vou pro céu também
Eu não sou tão bom assim
E mesmo quando encontrar alguém
Você ainda vai ver, a mim
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar

Embaixo da cama
Nos carros passando
No verde da grama
Na chuva chegando
eu vou voltar
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você 
(Capital Inicial)
V.

O fumo do Tabaco é prejudicial à saúde. 
(Senso comum, recomendação médica)

VI.

- Só amor basta?

AMOR” é um lindo apelido que nós, seres humanos, gostamos de dar para vários sentimentos.
Posse, ciúme, paixão, dependência, orgulho, são frequentemente chamados de amor.
Mas, a definição de “Amor” diz que o verdadeiro amor é INCONDICIONAL, ou seja, que não depende de condição alguma para existir, por tanto, um tipo de amor meio inexplicável e incansável, ao meu ver. Tal amor, nunca vi.

Amor sem reciprocidade não é amor, é vaidade.

“Amor” puro é como a farinha de trigo: Sozinha não serve pra nada, mas quando a misturamos com outros ingredientes… Aí temos infinitas e deliciosas possibilidades!
Amor sozinho não basta. Não é suficiente para manter uma relação. Amor sem cumplicidade é encrenca. Amor sem desejo é amizade. Amor sem amizade é doença. Amor sem paciência é paixão. Amor sem complacência é fraco. Amor sem entrega absoluta é ilusão.
Amor com tudo isso é raro.
Amor legítimo não se encontra em qualquer esquina, embora tenha muito camelô de amor por aí, não se deixe enganar…
Amor original é caro.
[...]

O amor genuíno é altruísta. Egoísmo é adjetivo das paixões.

É triste, mas às vezes, só amor não basta. É necessário que caminhem juntos na mesma direção; Que tenham os mesmos objetivos e que um seja a prioridade do outro. Amor não basta de nada quando a confiança já deixou de existir faz tempo. (Fonte: https://osegredo.com.br/2017/02/quando-so-amor-nao-basta/)
VII.
- Só Amor basta?
Entre o mundo material e aquele que não se pode tocar, nem ver, há uma diferença enorme. Os factos objetivos são apenas uma parte da realidade. 

A verdade inclui esses dois mundos e, por isso, vai muito para além do que é material.

O mundo está cheio de coisas a que se dá um valor que pouco tem a ver com as suas qualidades intrínsecas. Há quem veja as coisas como condições essenciais, degraus ou trampolins para a felicidade e há ainda quem nelas veja a finalidade e plenitude da sua existência...

Talvez esta confusão aconteça porque muitos não compreendem que o amor, tal como o vento, só se pode conhecer pelas suas obras.

Há quem pense que o amor é uma fraqueza, inutilidade ou até mesmo uma ilusão. Isto porque, quando se ama, tudo o mais se relativiza a um tal ponto que parece quase perder o seu anterior sentido, uma vez que perde o valor que lhe dão os que não amam.

Nenhum de nós é o centro da sua missão.

Mas há quem busque o divino apenas à procura de milagres.

A maior parte de nós prefere sonhar e chorar por um milagre qualquer no mundo material, em vez de acreditar e sofrer pelo amor verdadeiro. Não, não se pode ter tudo, nem faria qualquer sentido. Só o amor basta. Tudo o mais é dispensável.
O amor não é um milagre. 
É algo muito melhor!
(Fonte: http://rr.sapo.pt/artigo/75169/so_o_amor_basta)


VIII. 

Arte de amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)

IX.
Cada um com seu cada qual

Tem gente que vai à feira
Tem gente que volta do bar
Gente na missa da padroeira
Gente na beira do mar
Cada um faça o que queira (cada um)
Quem quiser que faça igual (faça igual)
Vivo da minha maneira
Não mudo de jeito algum:
Cada um é cada qual (cada qual)
[...]
Quem se leva muito à sério
Nesse lero-lero se entreva...
...Quem repara na feiúra
Quer cura pra própria cara
Se ampara na sua grossura
Distila amargura e não sara
Tem tara por descompostura
Dá dura e não é uma mas várias
Comigo na área eu fico uma fúria:
Lugar de secura é no saara
Tem gente que vai à feira...
(Celso Viáfora)