terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Tam alto esteo para tam baixo edificio" (Gil Vicente)

* João Nuno Silva. Foto de netotal.
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"Eu queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim"
(EU - Pato FU).
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A sabedoria popular afirma categoricamente a existência de males que nos vem pra bem!Ok, é a mesma sabedoria que alude à água mole-furadeira capaz de driblar a inóspita-dura-pedra! Ainda assim, ultimamente só tenho aderido à teoria do "pau que nasce torto", ou, ainda, do"mais vale dois pássaros nas mãos do que quatro voando". De qualquer forma, conversando com uma amiga, a que insistiu no ditado dos malefícios do mundo, dei me conta de que se assim o for, meu ano há de ter um desfecho não só brilhante, mas surpreendente.
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Onde está a sacanagem do mundo? Oh Christ!
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Muitos são os porblemas, poucas as soluções: trabalho-afeto-finanças-projetos-família, talvez nessa ordem. O pior de todos, admito, é o intenso bloqueio criativo pelo qual tenho passado... (a falta de criatividade me faz deveras mal, mais do que a falta de qualquer outra coisa na face das terras). Acabei de assistir o filme "Sem Limites", com Robert de Niro, e imaginei como seria ótimo encontrar uma droga capaz de ativar 90% do meu cérebro ainda esta noite.
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Alguma coisa muito má comeu o meu cérebro nos últimos tempos.
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Nada que eu tenha usado voluntariamente. O pedaço que me falta de senso comum me ocorre junto de outras severas deficiências, a seguir algumas delas:
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*Sou uma pessoa lenta, preguiçosa e pessimista, até ser subestimada. Desde o pretérito, quando me dizem "você NUNCA vai conseguir", eis que ativo o mecanismo da tentativa-teimosa-irresoluta. Ás vezes da certo, ás vezes também. Pensando com força, quatro foram as vezes em que no máximo ousei tamanho artifício, sendo uma delas involuntariamente. Contudo, tal subestimar deve estar dentro de uma medida: ao se tratar de uma convicção, do tipo generalizada, rendo-me à unanimidade, isto é, à desistência...(como cão com rabicó entre as pernocas).
*Acredito em tudo o que me falam, quando tenho qualquer espécie de amor pelo interlocutor em questão. Insisto no que me parece verdadeiro, e quando me provam o contrário, continuo insistindo até o último grau de decepção, isto é, o intermédio.
* Tenho facilidade pra somatizar sentimentos; quando sofro, SOFRO, quando me esbaldo em felicidade, esbaldo-me em felicidade...(e depois sofro).
*Acho o maior barato beber água bem gelada após uma sede infernal.
* Não sou uma pessoa que se adapta ao que não gosta...
* Gente que não aceita o próprio cabelo e usa óculos escuros em dias frios (ou em casa) não me inspira simpatia...
* Eu pensei que tinha paciência com criança: pois é, eu menti.
* Eu pensei que seria uma professora super legal: pois é, eu menti.
* Eu pensei que seria uma mãe super legal: pois é, eu ainda penso.
* Eu pensei tanto...
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Então aí vem o desespero e o medo da estagnação. Quando dói em excesso aí que não se escapa, quando se dá demais espaço. Um belo dia, porém, percebe-se que até mesmo a maior ausência não é capaz de se sobrepor aquilo que de fato és...o tempo passa, as vontades escapam, e os defeitos que nos restam são os amores de amanhã, as lutas que se reciclam, os caminhos que recriamos. Entre você e alguém, é preciso escolher você, ainda que um você-pela-metade...(cérebro , coração e riso pela metade, que seja).
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...Tudo isso até o próximo asno que te leve (ou cavalo folão). E assim ficamos bem.

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