O amor se desculpa por não amar.
Cansado, ansioso, melancólico e triste,
decidiu hibernar, atrofiar, anoitecer:
Negou a natureza de seus pais e avós,
de todos os seus tios, primos de primeiro e segundo grau:
amar, amar, amar.
O amor se desculpa por ser sem-vergonha.
Passou o carnaval no Rio de Janeiro sem avisar,
cansado que estava de atender um celular:
Negou a natureza de seus pais e avós,
de todos os seus tios, primos de primeiro e segundo grau:
doar, doar, doar.
O amor se desculpa por mentir.
Fez pacto com o ódio, escondido e às avessas,
longe que estava da lucidez, preguiça de presença:
Negou a natureza de seus pais e avós,
de todos os seus tios, primos de primeiro e segundo grau:
perdoar, perdoar, perdoar.
O amor se desculpa por pedir o divórcio.
Achou no dicionário o vocábulo elegante,
solução emergencial para os problemas que muitos de seu sangue viveram:
Negou a natureza de seus pais e avós,
de todos os seus tios, primos de primeiro e segundo grau:
renascer, renascer, renascer.
...
A corda com nó frouxo fez chegar ar novo ao coração do amor.
Mudou-se de cidade, identidade e profissão.
Fugiu, escafedeu-se, partiu (corações):
Aceitou a natureza dos ancestrais de todos os graus,
e de todas as castas e nações:
poemizou-se.
Gostei do poema... ��
ResponderExcluirhahah, melhor amiga não vale!
ResponderExcluiré só uma baladinha medieval para uma tarde de domingo....beijo!
Lindo!
ResponderExcluirObrigada pela gentileza de sempre, Amanda!
ExcluirObrigada, querido Paulo! Foi apenas uma tentativa de balada medieval, lembrando os nossos cancioneiros....não ficou bom, mas valeu a tentativa rsrs...Um grande abraço!
ResponderExcluirVolta a escrever, volta a falar de coisas que habitam outros níveis da sua existência. Faz a gente sonhar!
Excluir"antes eu sonhava,
ExcluirAgora já não durmo..."