domingo, 2 de outubro de 2011

Pois é....

Minha avó era uma mulher engraçada. Ria com os olhos, escondia pra si qualquer vestígio de doçura, oferecendo-nos sempre o seu melhor: um humor sarcástico e inteligente. Estava sempre pronta para uma boa alfinetada, dessas que só perdoamos por serem coisas de vó.
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Foi apaixonada pelo marido a vida toda; fora criada para o casamento: casou, deu vida aos nove filhos, enviuvou e permaneceu forte até a chegada do quarto bisneto.
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Deixou-nos esse fim de semana. Sempre acreditei que a morte, quando dos mais velhos, tem lá a sua beleza, consagração como término de um ciclo. Não deixa de ser verdade, embora a dor do "nunca mais" sempre me fale mais alto. A idéia de nunca mais rever uma pessoa, viva ou não, sempre me perturba. Se eu realmente acreditasse na vida após a morte, talvez não sentisse as coisas dessa maneira. Viver dói, fazer laços dói, amar exige mais que açúcar, também generosidade e desprendimento.
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Abriu os olhos e derrubou a última lágrima quando viu o caçula (de 45 anos) pela última vez.
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Sempre fui mais ligada a minha outra vó; Dona Apolônia Magalhães e eu nos tornamos amigas somente na minha adolescência, quando tive a sorte de descobri-la entre idas e vindas. É a versão feminina do meu pai.
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É preciso saber a hora de deixar ir, fluir...
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Triste. Que a vida nos dê o conforto necessário.
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Boa Noite!

3 comentários:

  1. Vó Apolônia deixará saudades.Na verdade já nos deixou com saudades...saudades das broncas,saudades dos conselhos,saudades dos mimos que só ela fazia,saudades simplesmente de sabermos que ela esta logo ali,a poucas horas de distância.Guardarei seu último conselho eternamente.

    Beijos prima,

    Saudades de você,

    Priscila Bijos


    PS:Adorei o blog...vou visita-lo sempre.

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  2. Prima lembra do último cometário "maldoso" que ela fez em relação à mim??? "hum... já estão carregando roupas na mesma mala...rsrs" estávamos na sua casa...
    Beijos

    Fernanda

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