domingo, 10 de outubro de 2010

INFERNO ASTRAL: A Reunião, O Caos e O Bom Samaritano.


*Diabo. Foto de Glover Barreto.


Inferno Astral é o período antecedente ao seu aniversário. Geralemente, marca um tempo difícil e tortuoso na vida do sujeito, em que toda forma de imprevisto ocorre de modo conflituoso; sim, a instauração do caos! Do inferno, no sentido medieval do termo.

Para algumas pessoas, contudo, o período não chega a ser tão desfavorável, expressando-se apenas como espaço de tempo necessário para a reorganização interna e reenergização.

Mas é claro, Queridíssimo leitor, que em se tratando de Amanda Lopes de Freitas, meu inferno astral compreende a primeira opção: o inferno mesmo, que de astral, só tem a expressão sufixal.

Tudo tem dado extremamente errado na minha vida: tudo. Desde um relacionamento amoroso que é rompido, devido a uma falta de lealdade fdp......passando pelo estrago do único bem de consumo que amo nesta vida....(depois dos meus livros), o meu notebook! Queimei-o enquanto brigava por Skype com o rapaz do tal relacionamento rompido......com um copo de café, ou seja: além de chifrada (ainda que este chifre, no meu caso, de tão complicado, tenha uma conotação mais complexa da que se imagina...), estou sem MEU computador.

Também sem dinheiro para parcelar outro em 200 vezes, porque finalmente dei conta de pagar as minhas dividas.

Também estou sem os livros que o tal rapaz citado acima me dera de presente; e isto me faz tão infeliz...porque os livros eram ótimos. Dei-os de presente ao meu orientador, no momento de raiva; mas hoje, em plena lucidez, enviei um email a ele pedindo desculpas, explicando parcialmente a situação e os pedindo de volta, na promessa de presenteá-lo , futuramente, com a coleção completa daqueles autores, quando eu passar num mestrado e ficar rica.

Mas sim: outras coisas aconteceram.

Ontem, fui a uma reunião de um grupo qual não posso citar o nome, embora seja óbvio qual seja.

Não queria ir à reunião porque estava cansada, havia trabalhado o dia todo (teriamos que ir de madrugada...) e porque estava deprimida com a situação do tal rompimento. Encontraria na reunião pessoas que me lembrariam situações de rompimento, então optei por não ir.


Mas, chegando em casa, pensei :"Se for de destino que eu vá, arrumarei rapidamente minha bolsa e chegarei a tempo no ponto de ônibus, e irei!". - Foi o que fiz, mas perdi o ônibus, por cinco minutos.

Ainda assim, convenci o pobre do meu pai a me levar à rodoviária, quando encontro um ônibus indo para BH (eba!!!) , mas com as vagas já completadas...(p*rr*!!!).

Não me conformei. Desafiei a m*** do meu destino: cheguei em casa, entrei na net e descobri um horário de ônibus às 6:00. Por coincidência, meu pai viajaria no dia seguinte até a casa de sua mãe, podendo assim me levar até Ponte Nova, local onde pegaria o tal ônibus para a tal cidade da reunião, Itabirito.

Deu tudo certinho.
Chegando lá, buscaram-me na rodoviária; aliás, uma pessoa muito gentil o fez; um padre realmente gentil.

O problema em si foi a reunião, em que me senti extremamente ignorada.

Havia levado todo planejamento da minha oficina, oficina que TALVEZ eu ministre num seminário da Pastoral da Juventude....mas...não tive oportunidade de falar sobre isso.

As atividades pendentes, as quais eu queria assumir, como por exemplo a condução de um debate tal - não pude fazê-lo....porque os membros da equipe valorizaram muito mais os membros ausentes que os presentes.

Cansada fisicamente, psiquicamente, e orgulhosamente, pedi a meu ex namorado (que é da equipe...olhem que m****), que me devolvesse o dinheiro que o havia dado (das contas a serem pagas...) porque eu queria ir embora imediatamente.

Contrariando as minhas expectativas, ele foi muito gentil pra comigo, dando-me apoio e não fazendo maiores perguntas....(porque talvez ele ainda se lembre de como sou.).


Ok
!

O problema é que chegando à rodoviária de Itabirito, descubro que não havia mais ônibus para Viçosa ou Ponte Nova! O último havia saido dois minutos antes da minha chegada lá! O cara da empresa fez umas ligações, mas os ônibus que estariam por vir com tal destino já estavam saturados de passageiros. Perdi umas três horas nesse vai não vai, quando decido ligar para meu ex pedindo-lhe socorro. Ele é um pouco grosso, dizendo-me que voltasse pra reunião, e eu, em prantos, disse: "Pra aí não volto mesmo! Não tem como o seu amigo (quem nos daria carona de volta, com o fim da reunião) me pegar na rodoviária???" Meu ex, secamente: "Não".

Sentei e chorei....

Chorei por não saber como chegaria em casa, sem R$180,00 para pagar um táxi. Chorei por ter descoberto que fui traída, enquanto eu pensava que era a "única que sabia de tudo...." , enquanto pensava que era amada, embora as circunstancias que nos separavam, apenas, e não ....enfim....deixa pra lá. Chorei pelo meu outro ex, porque me dei conta de que embora não sinta mais amor romântico por ele....queria muito que fossemos amigos, porque ele é uma pessoa especial pra mim. Chorei pela equipe X, na qual me sinto um zero à esquerda....totalmente. Chorei por um rapaz que me pediu dinheiro, mas eu só tinha um cigarro a lhe oferecer. Chorei porque estou toda lágrima, desde o dia em que descobri...que fui traída!

Naquele instante, enviado por Deus, um rapaz me surge oferecendo-se para me levar a Ponte Nova pelo mesmo preço da passagem, praticamente. Só pode ser Deus.

Fomos então, ao lado de outros rapazes que ficaram em Acaiaca. O rapaz, de nome Alex, tratou-me com muito respeito, deixou-me na rodoviária de Ponte Nova, como combinado, cobrando-me muito menos do que merecia. Juro que se tivesse mais dinheiro, teria-lhe dado. (o dinheiro, né gentemmmmmmmmm).

Depois disso, peguei o ônibus a Viçosa e cheguei em casa.

Chorei de nervoso. Muito nervoso. Muito!


Hoje, comecei a me organizar (porque cada dia da minha vida é uma nova desorganização e organização) e foi quando percebi que tenho inúmeras atividades a serem feitas, e que provavelmente não haverá tempo de cumpri-las, a menos que eu desista de dormir por duas semanas.

Mandei vários emails, inclusive ao meu ex, dizendo a ele que gostaria de que fossemos amigos.

Estou encontrando o meu EU perdido, mas este EU está tão cheio de dor, que às vezes prefiro apenas dormir...(eu que quase nunca durmo).

Quanto à equipe, é provavel que eu não volte às reuniões, nunca mais....restrigindo-me a acessorar tal oficina, porque já havia sido combinado...(isso porque será no mesmo dia do casamento de uma grande amiga em São Paulo....)...então.....

Quanto à falta de lealdade daquele moço....tempo.

Quanto aos livros....compreensão do meu orientador.

Quanto ao notebook: castigo...(mas vou comprar outro, com o tempo).

Já o inferno astral....bem: Temos um mês pela frente, queridos leitores! E em um mês, muita coisa nos poderá acontecer.

Quanto ao Alex....obrigada pela lealdade. Espero que encontre muitos passageiros pelos seus caminhos. Assim seja.Amém.

Mas....fica uma pergunta no ar: Àqueles que creem em destino: Será que não era meu destino ter ido à reunião...(visto que perdi 3 ônibus, passei raiva...etc....etc.....); ou, será justamente o contrário? Eu devia ter ido, para que eu aprendesse algo que ainda não percebi; para que alguma coisa, que ainda não enxerguei, acontecesse?

Inferno Astral....

Boa Noite!

4 comentários:

  1. Parabéns pelos textos!!! São sempre muito ricos e cheios de coisas inesperadas, o que os faz parecer muito com vc. Espero que nao perca esse dom. Acho que já dá pra escrever um livro né? Pense nisso! Ficaria muito legal!

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  2. Amanda vc nao existe...
    Lendo e aprendendo!

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  3. Turbilhão de emoções.... rsrs
    Lindo texto!

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