sábado, 16 de outubro de 2010

A PAZ que não preciso...

*Entre a paz e a esperançca - de te ter. Foto de Irina.

"Paper Wings...
Paper Wings...
How Could I expect to fly
with only paper wings?"
(Paper Wings - Gillian Welch
David Rawlings).
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Coincidências....
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No dia 15 de outubro do ano passado dei minha primeira aula no cursinho Pré Vestibular da Paróquia Santa Rita. Já nesse dia, recebi um cartãozinho escrito "Feliz dia dos Professores", o qual me tocou como revelação profética, sendo redundante.
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Exatamente um ano depois, sou avaliada por minha professora de estágio em uma aula, na verdade em quatro delas, sobre os Sermões do Padre Antônio Vieira. (Recomendo!!Sou apaixonada por ele...). Já havia estagiado no período passado: dois, aliás. Mas, nunca havia sido avaliada por um professor presencialmente, como acontecera dessa vez.
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Acredito que tenha me saido bem....o que me revela, cada vez mais, que estou num caminho certo, ainda que seja cedo pra se dizer. Quero ser professora. Nasci pra isso. E ás vezes, querido leitor, A pessoa é para aquilo o que nasce.
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Quero ser pesquisadora também; adoro buscar, conhecer, desvendar! Ainda que atrapalhadíssima, quando tenho uma pesquisa a ser feita, esforço-me de tal forma que, de uma maneira ou outra, saio-me bem.
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Minha Iniciação Científica está progredindo. A menos que meu orientador esteja mentindo pra mim - o que há de se levar em conta, visto que ele é homem - bem, o fato é que as idéias, ainda que sem resultados oficiais começam a me surgir....
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...no meio da rua....
...no meio da lua...
...no meio da noite nua.....
sem estrelas.
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Estou em crise financeira.
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Preciso logo que esta máquina chamada tempo conspire a favor de mim: que eu me forme, passe num mestrado com bolsa; ou, sem bolsa, mas encontre um emprego compatível com o tempo e espaço que terei - PROJETOS.
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Tenho bons projetos, boas oportunidades....mas meus sonhos....estão cercados de paz que não preciso.
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Após a correria desses dias, stress, choradeira, rompimentos...ontem, com o cair da tarde, fui surpreendida por uma solidão tão custosa que me foi difícil encontrar-me em alguém.
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Cafêei com um amigo e uma amiga em potencial, que passa por problemas com os quais já lidei, há quatro anos....
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Depois, encontrei outra amiga com quem tive uma sessão (ou seção?) desabafo, vice-versa, e fiquei realmente surpresa, senão encantada, em perceber que minha amiguinha - sim, a pequenininha - está a cada dia mais bela e se tornando de fato mulher. Uma bela e inteligente mulher.
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Vejo-me, então, egoisticamente parte daquilo que são os amigos, como num processo metonímico; mas, não sou reflexo de ninguém, em ninguém.
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Comprei presentes. De aniversário.
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Dei uma volta e decidi não apressar os trabalhos...quando o stress surgir - e ele há - as coisas ficarão prontas no tempo que lhes pertence.
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Hoje lerei Caim, novamente. Às quatro, reunião para o Dia Nacional da Juventude...(porque ainda continuo na Equipe Regional....); À noite, minha catarse: uma churrascada com muita cachaça na casa de meu melhor amigo-primo-irmão-vivo que aniversaria hoje ou amanhã.
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E todas estas coisas, imagens, pessoas, acontecimentos...embalados em papéis de cor, de presente, de afeto...trazem-me uma paz tão aguda, o que me leva a quase vomitar, literalmente, todos os dias depois de fumar.
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Estou com falta de Caos.
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E isso dói, porque não é a falta em si, mas também os encontros diários com tudo e com todos; as visões abismais da felicidade alheia, as visões infernais do riso pela metade...as visões das escadas circulares, sem fim, sem fim, riso, riso, riso, riso, riso pela metade.
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Eu que não sou metade em ninguém, tão pouco completa em mim mesma, sinto completo nojo de toda essa falta, todo esse abismo.
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É quando olho para meu quadro de recados e vejo meu futuro....transcrito em páginas e páginas à Times New Roman, tabelas de Excel, Power Points, canetinha vermelha, canetinha preta, canetinha azul - PROJETOS!
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Sonho?
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Meu último sonho bom esqueço.
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Que infelicidade toda essa paz, toda essa segurança....
- Querida...você não ia se matar?
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Que infelicidade as pontes serem de altura tão vulgar.....
- Querida....você não se matou ainda?
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Que infelicidade tanta paz.....
- Desculpe-me. A ponte não era para suicídios; mas sim para estar mais próxima do céu, como passo a menos de.
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Bom Dia!

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