Por duas vezes, em lapsos, enviei uma mensagem a alguém e obtive um aviso de recebimento. Na primeira vez, por confusão; na segunda, por vontade de contar algo que, talvez, poderia a pessoa desconhecer, mas ainda sei que a agradaria. Pois era uma alegria comum, dessas verdadeiras e simples.
Na terceira e última, no instante póstumo que hoje sucedeu, fiz confusão ainda maior: Chamei por outro pensando em um. Achei por bem avisar ao primeiro de que se tratara de um engano, pela dificuldade do esquecimento, também dos vícios de linguagem (numéricas) após tantos.
Dessa vez, não houve aviso
de recebimento, senti nada.
Apenas o tempo perdido, no qual poderia ter:
...acendido outro cigarro.
...observado uma pedra no jardim.
...ou lido um poema curto:
"não
discuto
com o destino
o que pintar
eu assino"
com o destino
o que pintar
eu assino"
(Não discuto - Paulo Leminski)
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