sábado, 10 de dezembro de 2011

INDIGNAÇÃO (saúde pública). PARTE I

*Coração na mão. Foto de Katie Correia.
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"Haja ou não deuses, deles somos servos."

"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?"
(Fernando Pessoa).

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Esse post trata-se de um desabafo. Portanto, dispensa correções ortográficas-gramaticais-formais. É tudo raiva e busca por concretude.
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Queridos amigos,

"A população de Viçosa é de 72.244 habitantes, além de uma população flutuante de aproximadamente 20.000 pessoas, composta principalmente de estudantes universitários da Universidade Federal de Viçosa e outras instituições" OK!!!!!!!!!!!!!!!! Disso nós todos já sabemos, né?

O fato é que apesar dessa comunidade, entre estudantes e não estudantes, há em nossa cidade apenas dois hospitais em funcionamento, e em cada um deles, apenas dois médicos de plantão (UM em cada qual desses dois hospitais). Não quero que tomem como verdade o que vou dizer, porque conheço alguns de vocês que me dirão "Ah...será que foi bem assim?" - mas, o fato é que para minha família, e para mim, minha avó materna faleceu num desses hospitais, no ano passado, o qual não citarei o nome, por negligência médica...demora no atendimento, cuidados, etc. Neste mesmo hospital, minha mãe foi internada ontem...e imaginem só: além dos sintomas da sua "possível" doença, minha mãe estava nervosíssima por ser justamente internada no mesmo leito onde minha avó veio a falecer um ano antes - sendo que ela, minha mãe, acompanhou todo o processo.

Onde quero chegar?

Dois hospitais, dois médicos. Minha mãe só foi atendida às pressas porque fizemos (eu fiz) uma p** pressão psicológica mesmo, ameacei processo (que é o que já queríamos ter feito, mas sabemos que perderíamos inevitavelmente contra uma instituição pública)...fui rude, grossa, e aludi à morte de minha avó, negligenciada (fato). Ao mesmo tempo, penso naqueles que não têm voz, nem "cara de pau" para reclamar os seus direitos e, dessa forma, conformam-se com a precariedade de atendimento de ALGUNS hospitais públicos. Nós não temos dinheiro: dependemos de hospitais públicos, e, embora quando estive internada fora tratada como uma "princesa", meu pai estava pagando um quarto particular. Hoje, não só não temos condições de fazê-lo, como muitas outras famílias com problemas mais graves (minha mãe, graças a "Deus", já está em casa, sob observação).

O que eu quero de vocês?

Conselhos. Gostaria de escrever uma carta a alguma autoridade, fazer alguma reclamação, mas sozinha, não tenho voz. Várias foram as vezes em que meu pai, doente cardíaco, ficou sem internação por falta de leito...(mas, graças ao bom "Deus", ou...à vida, deu tudo certo). Eu não suporto mais essa realidade. Que não é local, eu sei; há dois meses, minha avó paterna faleceu e permaneci dias com ela no hospital e vi a realidade tal qual ela é: na falta de leito, as pessoas eram aglomeradas nos corredores do Hospital (isso no Espírito Santo) como animais. Isso é inadimissível.

Mas, comecemos por Viçosa.

Caso alguém tenha a caridade-pastoral de me responder, primeiramente me diga: Isso é assim mesmo? não há nada o que se possa fazer, além do que contar com a vontade de Deus sobre a vida dos homens? (esse morre, esse não); Ou, há uma "sementezinha" que pode ser plantada pelas minhas mãos?

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Desculpe o desabafo, mas estou muito indignada....e aguardo respostas.

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Fututamente, quando estiver mais calma, e com argumentos mais "concretos", essa estória há de virar post do meu Sofia de Buteco; mas, até lá, preciso de uma orientação. Não tenho dados, não entendo nada sobre o sistema público de saúde e estou disposta a entender.

Grata,

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Amanda Lopes de Freitas

Meu email: lilith_girassol@yahoo.com.br

ou

amandaletras@yahoo.com.br


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